quarta-feira, novembro 23, 2005

no rio da minha terra

deitado no leito do rio que corria
guardava bem dentro de mim
o barulho bom das águas em cascata

ao meu lado
um lençol de natureza
misturava pedras
com erva
com arbustos
com perfumes da terra

deixei-me estar
parecia que as águas em cascata
vertiam dentro de mim
fios de água reluzentes raiando em sol de prata

senti-me oco
como se apenas tivesse
uma casca moldando o corpo
abandonei-me completamente
ao silêncio de sons pequenos e campestres

que pura e cristalina era a água que corria
que prazer total sentia
imaginando uma lavagem visceral

todo o meu ser sacudia
a pouco e pouco
o cansaço urbano
a coisa má que nos tira o sono
e o resto

cem anos que eu viva
nunca esquecerei o rio da minha terra
e o bem que faz
quando gostamos dele
e temos dentro de nós
espaço mental para estarmos só ao pé dele

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...