terça-feira, novembro 22, 2005

em Agosto ao luar


tinha chovido e era Agosto
pequenas gotículas de chuva
nas folhas largas das parreiras
davam viço
e sabor a lábios de mulher
também a mosto
a passagem era verdejante
com erva por cortar
e a latada em túnel
fazia entre nós e o luar
um tecto tão baixinho
que quase o tocávamos
com a alegria e o saltitar tão naturais
ao fundo a figueira larga sobressaía na clareira
grande estática envolvente
aconchego de bandos de pardais
abrigo de homens e mulheres do campo
lembrava um manto gigante
que depois foi leito chão e flor
e por um tempo teve som
falou gemeu chorou
cantou
e por ser tanto o amor
e tão pouco o tempo
ali ficou
com lágrimas de impossíveis
uma recordação
tão linda
tão fugaz
que durará sempre

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