domingo, dezembro 10, 2006

um anjo

A vida passa
o dia a dia mói a paciência
o virtual é a ausência presente decretada
a dor o medo a solidão existem mesmo

mas de repente
como intervalo em pesadelo
um rostinho frágil e aberto
lindo
fica ali à minha frente

entra por mim a dentro
e eu por ele
espalham-se ondas de rubor na face
minha dela
há risos
invade-me um olhar com brilho de anjo
aparecido para me ver feliz

o gesto e a palavra se confundem
os olhos são destino obrigatório
tenho a porta aberta ao mundo dos anjos

tanto que se quer dar quando assim é
apetece tocar mas sem magoar
apetece beber mas sem esgotar
apetece guardar
apetece partilhar e não se sabe o quê

fica-se ridículo mas fica-se bem
vou guardar este intervalo

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...