quinta-feira, dezembro 07, 2006

rapaz de lisboa


Ver-te triste assim
rapaz de lisboa
pousado no chão de um qualquer lugar
á chuva ao vento ao frio
pedaço de nada
infeliz cabisbaixo vazio
só com feridas por sarar

que vida

o que fez teus passos caminharem
num tal caminho de vida estragada(?)

passo por ti
mão estendida
conversa começada logo finda
olhos que decerto nasceram lindos de criança
que sentiram ainda o sol da brincadeira
o som da vida
talvez até um beijo
e o sonho de quem nasce para brincar e para amar

sofro de te ver
e por saber também
que ninguém vai te ajudar
limito-me a passar todos os dias
por ti
como os outros fazem afinal
e a deixar nos teus olhos fundos
suplicantes
a moeda (pão da vida) que esses olhos sentem
como último engodo e alívio no tempo que te resta

fico solidário e impotente
e quando me afasto
só me tranquiliza (pouco)
o milagre necessário que tu representas
e no afastar dos meus passos
num silêncio incomodado grito

"não esmoreças
talvez rapaz esse milagre aconteça"

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