Na cabana ao pé do mar
no intervalo entre o sol e o luar
ondas lançadas nas arribas
fragas massacradas pelo tempo
sinto passar por mim sem perceber
sonhos de romances nos rochedos
caminhadas eternas pelos areais
loucuras de outras dimensões
que só a imaginação recria
ali naquele lugar
no aconchego das paredes frágeis
entre a dimensão do céu e do mar
se alguém me visse
se alguem aparecesse
alguém que entrasse em mim profundamente
e conseguisse beber o meu ser absoluto
se alguém conseguisse
na conjugação perfeita dos elementos
aparecer assim
ficaria ali eternamente
brincaria com as estrelas
saltaria nas ondas
desafiaria o espaço
e os areais seriam
extensos mantos de ternura
entre o mar e o céu
sexta-feira, dezembro 08, 2006
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