sexta-feira, dezembro 08, 2006

entre a terra e o céu

Acordo por vezes
(mais quando regresso de lugares)
com uma ânsia desmedida de lonjura
de sair partir procurar
talvez onde não exista sequer
lugar

sentir o prazer de caminhar
subir ao cimo
com vento forte soprando nas narinas
mostrando-me outra encosta
outro cimo
aí onde só chega
quem não desfalece na subida

que regalo

monto a vela na mochila
e sou o pássaro que sempre quis voar
sou o barco que procura porto
sou o peregrino consolado
sou o emissário de lugares parados

sinto um prazer que não vem no dicionário
e acreditem
nada me falta
nem ninguém

No intervalo entre a terra e o céu
tenho todos comigo
porque estou com a alma toda aberta

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