Neste horizonte morno
quase sinto o aroma dos teus seios
e o cheiro todo do desejo
que o teu corpo inspira
cubro de música o ar que me separa de ti
e vou no vento
que perturba o equilíbrio do carro
e o meu
não descubro nada
nem consigo pensar em nada
tinha até previsto
aproveitar a solidão de um dia destes
para falar com deus
mas não consigo
é forte de mais a obcessão
e a mente deforma a maneira de ver
quando se está sensível
e eu estou sensível
(sensível e obcecado)
apenas tenho a consciência exacta
de que a minha vida se tornou
numa fuga dela
quando vou no vento e fujo para ti
se ao menos estivesses lá quando chegasse
ou te encontrasse
se ao menos saciasse uma vez que fosse a minha fome
talvez algo mudasse
talvez sentisse
que se pode petiscar neste pomar
e então seria grato
mas não
o caminho que levo é o caminho que trago
qual cão faminto sem osso para roer
sem carne para comer
sem rosa para cheirar
sou tempo que já não se encontra neste tempo
ou viro a página definitivamente
ou desacerto de vez
sexta-feira, dezembro 15, 2006
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