
A notícia
O presidente russo, Dmitri Medvedev, apelou aos países do Ocidente para que cheguem a acordo com Moscovo sobre o projecto de defesa antimíssil europeu, caso contrário, o continente pode voltar à era da guerra fria.
"Devemos pensar como vai ser a nossa casa europeia, comum. Os anos 20 vêm aí. Em 2020, na Europa, aparecerá um novo sistema de defesa antimíssil. Cheguemos a um acordo agora sobre qual será e, então, em 2020, teremos uma casa europeia completamente moderna, adaptada à vida", declarou Medvedev no Forum Jurídico Internacional de São Petersburgo.
"Se não conseguirmos chegar a um acordo, teremos uma Europa igual à do início da década de 1980", disse o governante russo sublinhando: "Não quero viver nessa Europa. Espero que vocês também não queiram".
O Presidente russo apelou também à comunidade internacional para desenvolver a cooperação na luta contra o terrorismo e livrar-se dos padrões duplos que dificultam a vitória sobre o inimigo comum.
"Precisamos de uma cooperação verdadeira, não fictícia, precisamos de meios modernos de luta contra o terrorismo, precisamos de uma cooperação verdadeira e não fictícia não só entre os chefes de Estado... mas também entre as estruturas jurídicas, serviços secretos", acrescentou.
"Só com uma cooperação verdadeira será possível conseguir mudanças substanciais nesta luta", concluiu.
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Nosso comentário
Uma notícia que é capaz de passar despercebida ao cidadão comum.
A uns pela pouca idade, a outros por puro desconhecimento, a expressão "guerra fria" não lhes diz nada.
Só para relembrar, direi que foi um tempo recente, pós 2.ª guerra mundial, em que a influência política do planeta Terra se distribuía por dois blocos: os Estado Unidos da América E.U.A. de um lado, do outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas U.R.S.S.
A Rússia, em boa verdade se diga, após a desagregação da antiga União Soviética, que englobava numerosos países, ainda os chamados países satélites (sob influência soviética directa) aparece na cena mundial com um papel menos preponderante.
Daí que para muitos, compreensivelmente, aquele país não é sinónimo de uma enorme potência como o é para muitos outros.
Todavia, mesmo tendo em conta as mudanças na geopolítica do mundo após a queda do muro de Berlim e o comunismo soviético, a Rússia continua a ser um país de importância primordial nos dias de hoje.
É-o para o mundo, é-o para a Europa.
Fixei as palavras de Medvedev: "Devemos pensar como vai ser a nossa casa europeia comum", disse Dmitri Medvedev".
Estas palavras, em boa verdade, podiam ser proferidas por qualquer outro líder europeu. Foram proferidas por Dmitri Medvedev.
Numa altura em que não se sabe bem que EUROPA se quer, mexe-se aqui, remenda-se acolá, que bom seria que toda a Europa tocasse a reunir e discutisse que futuro quer.
Não um futuro a brincar, a 6, 7, 8, 25, 27, mas um futuro de uma EUROPA INTEIRA.
Nos tempos que correm este conceito de TOTALIDADE EUROPEIA poderia ser uma meta, um objectivo bem interessante para os políticos europeus, um tanto de cabeça perdida, ou pelo menos, pouco achada.
Tenho para mim que não haverá Europa sem a Rússia. É uma fezada!
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Bom fim de semana,
António Esperança Pereira
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