domingo, maio 08, 2011

A canção que representará a RTP no Festival da Eurovisão, "A Luta é Alegria", reflete o momento mas não dignifica a música portuguesa


Festival RTP 1969 - Simone de Oliveira - Desfolhada


notícia

José Cid, que representou a RTP em 1980, Simone de Oliveira, que concorreu em 1965 e 1969, e António Calvário, que foi o primeiro a ir ao Eurofestival, em 1964, afirmaram à Lusa que não é a canção adequada para representar o país.

"A Luta é Alegria", defendida pelos Homens da Luta será a 16.ª canção a desfilar na primeira semi-final do Festival da Eurovisão, que acontece terça-feira em Dusseldorf (Alemanha).

Nosso comentário

Vi o festival nacional da canção, destinado a escolher a nossa canção representante no Festival da Eurovisão.
Enquanto o via e ouvia o que senti foi o seguinte: até havia umas cantigas giras, próprias para se apresentarem no dito Festival da Eurovisão.
Como sempre me acontece, gostei de uma ou outra de que quase ninguém gostou. Defeitos de quem percebe pouco da coisa...

Todavia até era fácil eleger uma cantiga interessante entre as apresentadas.
Ao menos para obter aquela classificação a que Portugal já se habituou...(!!!)
Não elegeria de todo para este efeito a cantiga que cantam os "homens da luta".

Porquê?

Não só porque se vivem tempos em que a imagem conta muito, e dá dinheiro, -veja-se o principesco casório dos príncipes britânicos- mas também porque o momento de Portugal exige mais seriedade, menos espalhafato de um cancioneiro burlesco e arruaceiro de um povo mal andrajado e labrego.

Para mim a luta de um povo é uma coisa séria. Habituei-me a ver gente composta, talentosa, séria, a apelar a essa luta em tempos difíceis: Zeca Afonso, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira, Sérgio Godinho, os baladeiros emigrados, tantos cantores de luta a sério, na música portuguesa.

É também um insulto a gente de valia, composta e muito digna que já andou naquelas andanças. Refiro apenas alguns: António Calvário, Madalena Iglésias, Carlos Mendes, Carlos Paião, Tonicha, As Doce, Maria Guinot, Anabela, Fernando Tordo, José Cid, Sara Tavares, Sabrina, etc etc.

Sem tirar mérito musical, até laivos de talento "sui generis" a estes "homens da luta" acho-os exagerados, fora de contexto, tipo barracada com cariz popularucho, borracho e safardana.
Pode embarcar nisto quem quiser, creio que eles até encontraram aquilo que modernamente se chama "um nicho de mercado"($$$) mas...

como diria a figura interpretada soberbamente pelo Herman José "Diácono dos Remédios" com sotaque beirão...
Valha-nos zzze zzzze zzzee deusssszzzssseee não havia nexexidade zeee ze ze
Desejo felicidades aos "homens da luta" não aprecio o estilo nem a oportunidade para representarem Portugal.

Fiquem bem,

António Esperança Pereira

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