
Condenada a sete anos na cadeia por abuso de poder
A antiga primeira-ministra ucraniana Iulia Timochenko foi condenada esta terça-feira a sete anos de prisão por abuso de poder devido à assinatura de contratos de fornecimento de gás russo em 2009.
O juiz considerou ter ficado provado que Iulia Timochenko provocou prejuízos à Ucrânia no valor de 150 milhões de euros.
Além disso, Timochenko fica privada de ocupar cargos nas estruturas do poder durante três anos, o que a impedirá de participar nas eleições legislativas de 2012.
O juiz decidiu também que a antiga primeira-ministra terá de "indemnizar plenamente" a empresa pública de gás ucraniana Naftogaz, que terá sido prejudicada em cerca de 150 milhões de euros.
Os acordos sobre o fornecimento de gás russo à Ucrânia foram assinados "exclusivamente graças às acções ilegais e individuais de Iulia Timochenko", de acordo com o juiz Rodion Kireev, que concluiu que “os actos de Timochenko foram além dos seus poderes, provocando pesadas consequências".
A sentença foi recebida com gritos pelos apoiantes de Timochenko, que se encontravam na sala de sessões. "Vergonha!", "Eles também serão condenados!", "Este bando está condenado!", foram algumas das expressões ouvidas.
A líder da oposição, ao reagir à sentença, declarou que "a Ucrânia está a voltar a 1937", ano em que o ditador Josef Estaline desencadeou uma forte onda de terror em todo o território da então União Soviética.
Iulia Timochenko e os advogados já anunciaram que irão recorrer da sentença para tribunais ucranianos e europeus.
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COMENTÁRIO À NOTÍCIA MAIS VOTADO
"e os nossos?????"
zecansado
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Nosso comentário
Yulia Vladimrovna Tymoshenko nasceu a 27 de Novembro de 1960.
Trata-se de uma política ucraniana.
Foi "primeira ministra" da Ucrânia por duas vezes: em 2005, durante alguns meses, novamente de 18 de Dezembro de 2007 até 4 de Março de 2010.
A conceituada revista Forbes, considerou-a, em 2005, a terceira mulher mais poderosa do mundo.
Esta mulher poderosa entretanto perde a eleição da Ucrânia em 2010 para Viktor Yanukovych.
Após esta data, numerosas acusações de práticas fraudulentas começaram a surgir contra ela, designadamente a violação de acordos anteriormente estabelecidos com a Rússia.
A justiça ucraniana acaba de condenar a terceira mulher mais poderosa do mundo de 2005 (Forbe's Magazine) em sete anos de prisão por abuso de poder e por prejudicar a Ucrânia em 150 milhões de euros.
Não acuso nem defendo Iulia Tymoshenko, não faço ideia do que se passou com a dita política quando em exercício de funções.
Uma coisa, porém, é certa:
Seja a senhora laranja ou vermelha, amarela ou verde, branca ou preta, não importa.
Há tribunais, há matéria a ser apreciada e julgada, a justiça aplica-se em função do material apreciado e julgado.
Não sei se a pena é grande ou pequena. Para o caso nem me interessa.
Porque, se não fosse utopia, por minha vontade tiraria toda a gente da cadeia.
Porque, se não fosse utopia, não meteria ninguém na cadeia.
Porém, neste mundo imperfeito dos homens há regras, tem que haver.
E se mesmo com as que há, a bagunça é mais que muita, como seria se as não houvesse?
Deixando-nos de utopias, as regras, as leis, ou o que quisermos chamar-lhes, são feitas para ser cumpridas.
Só assim se entende uma sociedade mais justa, que incuta no cidadão, em todo o cidadão, não só em alguns, a confiança na igualdade de tratamento em matéria de direitos e deveres.
O nome do infractor, a cor, a religião, a riqueza, a pobreza, o currículo, não deveriam ter interesse em caso de julgamento de uma infracção.
Será que é assim?
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Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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