domingo, outubro 23, 2011

As gorduras somos nós


Carlos Garcia, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Investigação Criminal

Pensávamos nós que gorduras do Estado eram as centenas de parcerias público--privadas, institutos e fundações, eram as negociatas em benefício próprio, dos amigos e familiares, eram os salários e as mordomias milionárias dos administradores e afins (com cada um a ganhar o equivalente a mais de 250 funcionários públicos medianos).

Mas afinal não era assim: conhecido o OE para 2012, ficámos a saber que para o Governo as gorduras já são outras: somos nós, os funcionários públicos e os pensionistas. Não foi seguramente por falta de alternativa que o Governo optou por esta autêntica pilhagem dos nossos rendimentos. Tal como o anterior Governo, o actual escolheu o caminho mais fácil de penalizar os funcionários públicos para resolver o problema, passando a ideia de que estes são os responsáveis pela crise. Nada mais falso.

Nada mais injusto. Este violento saque aos rendimentos dos portugueses discrimina, uma vez mais, negativamente os funcionários públicos, cujo único ‘pecado’ foi trabalharem para o Estado e em muitos casos em defesa do Estado e dos portugueses.
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Nosso comentário

Pois é, tal como bem escreve no seu comentário do CM, o Presidente do Sindicato dos Profissionais de Investigação Criminal...
"as gorduras do Estado somos nós"
É triste ver ao que é possível chegar esta espiral de negativismo, de maldade, de abuso de poder.
Graças a estes iluminados que nos (des)governam "democraticamente" assistimos à mais violenta sementeira de injustiça desde o 25 de Abril de 1974.
Não dá para calar tamanha revolta!

Desde o tempo de Salazar que não se assistia a uma luta de classes como a que se está a instalar.
Do tipo: "o vizinho paga a crise, ele é que fica mais prejudicado, eu por enquanto vou-me safando. Calo-me muito caladinho.
Estes, os do governo, gostam de mim, uso gravatinha, fatinho, sou manso, não protesto, aceito o ordenado que me podem dar, trabalho e não refilo, não me inscrevo no sindicato, tenho o meu carrinho, telemóvel da empresa, até acho bem que façam mal aos outros desde que me poupem a mim".


Pode dizer-se que se volta às divisões de antigamente: os bons e os maus.
Os do regime e ou outros.
Os do regime são os bons, são os que podem ficar na arca de Noé se isto afundar. Ficarão?
Os que abanam com a cabeça e concordam com tudo. Que remédio!
Os maus são os que já estão naufragando, os que irão naufragar sem dó nem piedade.
Os que não têm perfil para séquito dos actuais donos do poder.
Por isso, há que eliminá-los.

"eliminá-los, se eles deixarem!!!"

Sei que muito se irá passar nos próximos tempos. Tanta asneira, tanto ódio semeado em tão pouco tempo só pode dar bronca. Tanto concentrado de mentira!
Aqui nem se trata de abuso de poder de quem está nele há tempo demais: casos dos ditadores conhecidos.
Trata-se pelo contrário de inexperientes políticos auxiliados por um poder estrangeiro, A TROIKA, que malham a torto e a direito em quem menos pode defender-se.
Conseguem até, os tais políticos (???), fazer mais mal ao país do que o que é pedido pelos representantes dos interesses estrangeiros.

Sei que a indignação é grande.
Ela vai de polícias a militares, de pensionistas a jovens professores, de intelectuais a simples empregados de limpeza, de autarcas a empresários, de Presidentes de República a trabalhadores humildes, de religiosos a desempregados...
Queixam-se utentes de hospitais, escolas públicas à beira de fechar, o cidadão comum que nunca na sua vida tinha visto tamanha prepotência.
Felizmente, erguem-se vozes influentes, sensatas, sérias, contra uma tão grande ausência de ideias de governação.
Essas vozes avolumam-se dia a dia, vêm de todos os quadrantes da sociedade portuguesa.

Oxalá elas cresçam, se multipliquem, reponham alguma seriedade no que se está a fazer, consigam mobilizar vontades para um caminho com cabeça tronco e membros para este nosso Portugal, actualmente tão humilhado.
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Fiquem bem, mas indignados como eu. A injustiça dói muito!

António Esperança Pereira

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