
Recebi o texto que publico de um leitor e amigo de todas as andanças.
Quando o recebi, via email, retorqui ao autor do mesmo:
"O texto que enviaste está muito curtido. Estive agora a lê-lo, um mimo. Em princípio vou fazer um post com ele no meu blog.
É um ponto de vista muito rico e com muito sentido de humor de duas figuras incontornáveis (como agora se diz) da nossa história."
O prometido é devido, aqui fica o texto interessantíssimo sobre duas figuras ímpares da nossa história:
-O 1.º rei de Portugal, fundador na nacionalidade: D. Afonso Henriques;
-O brilhante vencedor de Aljubarrota, contra Castela, mais tarde Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira.
Nota: Toda e qualquer semelhança das figuras notáveis em questão e outros notáveis das andanças políticas da actualidade é pura coincidência.
Nada de confusões...

Excertos da História Portuguesa:
No tempo em que frequentei a Escola Primária de Pinhel, havia dois grupos de rapazes que se defrontavam à pancada, um por Afonso Henriques e outro por Nuno Álvares Pereira. Pertenci ao primeiro, pois dele fazia parte o matulão lá do sítio, o que nos dava ampla vantagem! Isto a propósito das duas figuras, ambas decisivas na formação e consolidação da nossa Pátria, que sempre me fascinaram. Assim e porque na altura não prestei grande atenção ao estudo da História Portuguesa, decidi agora melhorar um pouco os conhecimentos que sobre as citadas personagens fui conservando.
Interessa-me sobremaneira a profunda espiritualidade, presente na vida de ambos, que terá sido determinante em situações de grande embaraço.
Afonso Henriques teve por pai um cavaleiro francês, que veio ajudar o rei de Leão nas guerras contra os mouros e por mãe uma filha ilegítima desse rei. Consta que a menina Teresa (FP) era bastante para a frentex e isso tornou-se mais evidente nos encontros com o Trava, após a morte do marido, D. Henrique. O menino Afonso, o único dos filhos do casal que sobreviveu, ficou chateado e, não suportando a vergonha, moveu uma guerra contra a mãe, tendo saído vitorioso. Achou que tinha jeito e prosseguiu a actividade, agora contra os mouros. A certa altura as investidas do Afonsinho passaram dos limites e os mouros decidiram dar-lhe uma lição, desafiando-o para a batalha de Ourique! O Afonso ficou sem pinga de sangue. Foi então que Cristo dialogou com ele, à porta fechada e sem gravador. Imagina-se que a conversa terá sido breve e muito directa, do género: OI, AFONSO, ESTÁS BOM? Não, Senhor; ando lixado dos intestinos. NEM O CASO É PARA MENOS; MAS QUE SE PASSA? Cinco reis mouros, cada qual com seu numeroso exército, querem-me lixar em Ourique. NÃO SERÃO REIS A MAIS? TU TENS ALGUMA PRÁTICA. Tenho, mas comparar S. Mamede com aquilo… FOSTE RUIM, NUNCA SE LUTA CONTRA OS PAIS. O Senhor sabe, o Trava anda a tirar partido dela, um escândalo. BOM, NÃO SEI POR QUE GOSTO DE TI. Tenho de ir aos lavabos e por este andar amanhã nem a armadura aguento! AFONSO, NÃO TE ACAGACES MAIS; VAI PARA A BATALHA, QUE VENCERÁS. XAU.
No dia seguinte, 25 de Julho de 1139, deu-se o milagre: Afonso (que já sabia), pôs os mouros em debandada num abrir e fechar de olhos. Ao final do dia, são que nem um pêro, fez questão de se autoproclamar Rei. A nossa independência só seria reconhecida anos mais tarde, pelo tratado de Zamora com o rei de Leão e, mais tarde ainda pelo Vaticano, rendido ao clarividente milagre!
Tal como a menina Teresa, também o Nuninho era FP, um dos 26 filhos (contabilizados) do Prior do Crato (Superior da Ordem dos Hospitalários), Álvaro Gonçalves Pereira (este, filho de um bispo). Mas o menino foi certificado e pôde fazer carreira nas armas. Entretanto o Rei de Portugal faleceu e o trono podia voltar para os espanhóis. Entra em cena outro FP, filho ilegítimo do rei D. Pedro I, que se propõe ocupar a cadeira vaga. Homem inteligente, como habitualmente são os FP, reparou que Nuno era um militar de 1.ª e logo o pescou. O rapaz ganhava todos os concursos de esgrima e ninguém o batia em estratégia militar, tendo comprovado esses dotes na batalha dos Atoleiros. Face aos factos, D. João (o candidato) nomeou-o Condestável (Comandante supremo dos exércitos portugueses). Os castelhanos, chatos até dizer basta, voltaram à carga e quiseram medir forças na decisiva batalha de Aljubarrota, ganha por nós. Nuno Álvares Pereira nunca o disse, mas muito boa gente admite que a vitória teve ajuda Divina, já que o General era um fervoroso católico, muito devoto do Senhor e de Maria, sua Padroeira. Assistia a quantas missas lhe fosse possível, comungava frequentemente e era esmoler. Após a morte da esposa e da filha, tornou-se frade da Ordem das Carmelitas, tendo renunciado à enorme fortuna que possuía. Foi canonizado em Abril de 2009 e agora faz parte da lista dos santos que a ICAR venera.
Nota: Existia um relicário de prata com as relíquias do Santo, mas foi roubado e jamais se recuperou!
Arcozelo, 18 de Julho de 2011
L. Pereira
--------------------------------------------
Oxalá tenham apreciado, se divertido com esta peculiar, divertida, humorística maneira de abordar os ditos notáveis da História de Portugal...
fiquem bem,
António Esperança Pereira
L. Pereira, texto excelente! apesar do estilo, não deixa de enaltecer duas figuras incontornáveis da nossa história com uma boa e bem doseada pitada de humor.
ResponderEliminarEspero por mais textos deste timbre.
O blog sairá enriquecido.
Obrigado,
Um abraço