Nosso comentário
Ainda naquele estado letárgico provocado por esta quadra natalícia e de fim de ano, tento ligar a ignição do meu motor pessoal, para arrancar neste Novo Ano.
Mas basta abrir os olhos, os ouvidos, não faltam em redor assuntos deprimentes que os noticiários das televisões, das rádios e dos media em geral portugueses nos fazem chegar aos olhos e aos ouvidos.
Ninguém se entende.
Ouço comentaristas de várias tendências políticas, uns a tentar deitar água na fervura, embora com dificuldades de argumentação para o fazer, outros, mais incendiários, a despejar o que lhes vai na alma.
Completamente distanciados, divorciados da população e sem ideias que colem em empatia com o comum dos portugueses, vão-se mantendo ao leme os elementos do elenco governativo.
Um leme que conduz um barco completamente à deriva.
Não sei bem porque se mantêm, pois o próprio Presidente da República na sua mensagem de Ano Novo, foi muito crítico e falou bastante sobre o desacerto da governação. Realçou mesmo, entre inconstitucionalidades pelo meio, falta de rumo, sentido de equidade, capacidade de união, o isolamento a que se votou o 1.º ministro.
O Presidente da República, com sérias dúvidas sobre a constitucionalidade de várias alíneas do Orçamento de Estado para 2013, decidiu-se pela fiscalização da constitucionalidade do mesmo, remetendo-o para o Tribunal Constitucional a fim de este se pronunciar.
Falam já os analistas políticos nas várias hipóteses constitucionais pelas quais o governo pode cair.
Os portugueses, esses, de uma forma geral, desgastados com o discurso deprimente instalado e as medidas arrasadoras que se sucedem em catadupa, muitas delas desajustadas da realidade, só desejarão mesmo que o governo atual caia.
Clama-se por gente competente, conhecedora da realidade profunda de Portugal. Que pugne pelo seu povo, não pelos de fora.
Portugal é hoje um país sobre brasas.
Se essas brasas pegam fogo ou não, se se seguem capítulos em lume brando ou em banho maria, isso é impossível adivinhar.
Mas, na rota que isto leva, tudo pode acontecer.
PS. Via email recebi o texto que vos deixo abaixo, e que divulgo...
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
Banquete de Natal do
FMI
ofereceu de tudo, menos
austeridade
24/12/2012 10:54
Por Redação, com agências internacionais - de Washington
O recente banquete oferecido para 7 mil funcionários e convidados na sede
do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington durou das 20h até à
1h da madrugada e custou 380 mil euros aos cofres da instituição que
cobra dos países pobres cada vez mais cortes nos benefícios às populações carentes
e trabalhadores de baixos salários. O menu, de quatro páginas,
anunciava entradas de caviar, salmão e ostras, cozinha de cinco países, bebidas
à vontade.
No jantar do FMI para o Natal, houve de tudo, menos austeridade. Já
sabemos que a entidade lucra tanto mais quanto melhor esmaga os países que caem
na rede dos seus empréstimos (só com a Grécia, este ano, espera obter de juros
US$ 899 milhões, lembra o diário norte-americano Washington Post), mas começa a
ser marca registada do Fundo deixar bem marcado que aqueles que forçam os
outros a ser austeros distinguem-se por fazer exatamente o oposto.
O menu indicava que as entradas foram servidas entre as 20h e as 21h30 no
1º andar da sede e incluía uma lista de seis acepipes onde não faltaram os
tradicionais Caviar Crème Fraiche, as ostras e o salmão defumado. Os
comensais podiam depois escolher entre as “estações” indiana,
tailandesa/vietnamita, mediterrânica e do Médio Oriente, espanhola, mexicana e
até “norte-americana”, espalhadas pelos diversos andares e salões de dois
edifícios.
Os cocktails especiais tinham nomes como Cumprimentos do Paraíso,
ou Mr. Grinch (?). E as sobremesas foram as mais variadas, de fina
pastelaria francesa, bolos e frutas. O jantar, em dólares, chegou aos US$ 500
mil.
Não é novidade que o Fundo se oriente por regras opostas àquelas que
prescreve para os que supostamente ajuda. Veja-se o caso do alto funcionário
Poul Thomsen, dinamarquês que já chefiou a missão do FMI para Portugal e agora
está à frente da missão para a Grécia. O homem que mais defendeu a proposta de
aumentar o horário de trabalho em meia hora e insistiu em cortes de benefícios
para Portugal, que foi mais longe na defesa das demissões de funcionários
públicos, ganha mais de US$ 309 mil por ano, de acordo com o nível B05 do FMI.
Segundo o jornal grego Eleftheros Typos, como funcionário do FMI
não-norte-americano residente nos Estados Unidos, grande parte dos seus
rendimentos são livres de impostos – uma das benesses garantida pelo FMI aos
seus empregados. Thomsen terá tido um aumento no seu vencimento, em 2011, de
4,9% – garantido pelo FMI.
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E, enquanto depois de sabermos destas"novidades"tão interessantes, ficarmos sentados à espera de mais, maior vai ser a sobrecarga. Realmente a provocação destes individuos é imensa, mas a reação daqueles a quem é dirigida não é nenhuma....que esperar???
ResponderEliminarEu, pessoalmente, sou contra a violencia, mas não quero ser "violentada", como tal penso que está na altura de passarmos das palavras à acção e partir para uma atitude mais radical. Eles, realmente são inteligentes, vão apalpando terreno e sabem que podem andar sempre para a frente.O povo não reage com atitudes, só com palavras...Que esperar?
Estes textos deviam ser tornados públicos e não apenas em grupos, pois nem toda a gente os lê, para ver se as pessoas despertam da letargia em que se encontram....
Ainda mal o ano começou, o temível 2013, já o nosso PR isolou ainda mais o nosso PM. Não se percebe como é que numa conjuntura que se pretende de óbvia convergência, as duas mais importantes entidades do nosso país assumem um divórcio público. As "cenas dos próximos capítulos" prometem...
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