domingo, julho 23, 2006

vejo-te dançar

Vejo-te dançar esbelta impossível
Olhos desviados no acto de te dares
Corpo intenso arrepiante
E a minha pele embaraçada soluçante
Pergunta-me tremendo ao tocar-te
Que fazer
Que voltas dar
Que artimanha encontrar
Para eu ficar juntinho a ti
Ao menos um tempo um bocadinho
Ou se possível para SEMPRE

Como pode esse ser inteiro perceber
Esta fome de amar que sinto
E espraiar na direcção correcta
Um sopro de amor
Uma chuva de prata
Um beijo

Como dar a entender este meu desejo
Fogo por arder
Vendaval de dádiva por cumprir
Este coração enorme engolido pelo tempo
E pela falta de tempo também

Morro assim um pouco em cada dia
Morro em ti e na minha ilusão também
Lá fora o mundo gira o mundo ri
O mundo agita
O mundo avança
O mundo grita o mundo dança
O mundo tem tudo até a sorte de estar vivo

Mas que importa um mundo tão cheio de tudo
Se tenho que ser pragmático
Evitar o que cause dor ao coração
Este bailado que és
Esta vida cheia só de olhar para ti
De te tocar de te ter de te sentir de viver de ser de amar só isso
Mas desisto

Pego na trouxa e vou-me embora
Porque a dúvida persiste na ilusão de acreditar
Quem sabe não fosses o milagre a mostrar-se
Mesmo ali na ponta dos dedos

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