Deitado transpirado abandonado
Olhos nem abertos nem fechados
Olhos de quem dorme ou de quem sonha
Eu
Naquele canto do ginásio
Onde tudo parecia adormecido
A luz o fim da festa a noite
Nenhum companheiro havia já
O lugar mudara a identidade
Era um ginásio mas um ginásio diferente
Eu parecia eu mas tal como o lugar perdera a identidade
Estava nu
Tremia um pouco porque havia um ar fresco no lugar
Mas estranhamente o corpo estava transpirado
Quente
De repente como num imenso palco acontece
Quando aparece a artista consagrada idolatrada
Irradiando luz projectada por holofotes
Assim apareceste tu
Os teus olhos cada vez mais perto
O teu rosto entre mim e o tecto
Os teus lábios pousando
Qual flor e pétala em meu peito
Eras linda
Loira mulher que me davas tanto
Carícias beijos tacto
E o meu corpo agradecia
Tremendo contigo onde pousavas
Como eu sentia
Como a tua boca espalhava o suor em recantos de mim
Que nem eu próprio conhecia
Eu era palheiro de trigo em verão ardente
Primeiro seco e só no meio da eira
Depois malhado trabalhado suado
E o palheiro parecendo palha sem nada
Jorrava em alquimia alqueires fartos de grão
Fiquei assim da noite para o dia
Quando finalmente vim a mim
Desperto bem desperto mesmo
Não havia sinal de eira nem ginásio
Nem de loira transpirada
Nem de beijos
Eu estava no sítio do costume
Com todo o dia pela frente
E sem nada de importante para fazer
domingo, julho 23, 2006
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