terça-feira, fevereiro 12, 2013

Sargento escreve ao 1.º ministro:tuga mintroso,cá tá lebsi ginte garande


Nosso comentário:


Divulgo hoje uma carta de um sargento das Forças Armadas dirigida ao 1.º ministro de Portugal. Divulgo-a porque, o que escreve este senhor na dita carta, é o sentimento da grande maioria do povo português na qual me incluo.
Um povo traído, ludibriado, enganado, espezinhado, roubado...
Um POVO completamente à nora.
A maior barafunda desde que me lembro na minha história vivida.
Não fossem uns laivos de liberdade e de progresso herdados, uma sociedade mais evoluída e instruída herdada, a existência de um Parlamento "democrático" herdado...
eu diria mesmo que até no tempo de Marcelo Caetano os assomos de esperança e de expectativa com a chamada Primavera Marcelista (só de nome infelizmente) ultrapassariam em optimismo a instalada vil tristeza, o apregoado e seguido destino trágico de esmoler pobreza, emigração aconselhada, desistência de ser-se PORTUGUÊS por parte deste regime.
Mas estas são histórias para outros escritos mais alongados.
E para não maçar quem me lê, acrescento apenas mais uma coisa, quanto ao que é dito na carta abaixo.
É o seguinte:
O "nosso" estimado sargento parece que apenas votou uma vez. Aqui tenho que confessar que discordo de tal atitude (atitude que respeito) pois votei sempre desde que se abriu a torneira ao voto.
Era minha convicção de que o voto era a arma do povo. Uma arma pequenina eu sei, mas que nos dava pelo menos a oportunidade de votar no candidato menos mau de todos, no menos ladrão de todos, no menos corrupto de todos, no menos pateta de todos.
Ou seja, com o voto podemos escolher, ingenuamente falando, o candidato mais sério, mais capaz, mais íntegro, mais inteligente, mais, mais, mais, que ainda povoa os sonhos de tantos de nós.
Já é alguma coisa comparativamente com o tempo em que o rei era sempre o filho do anterior, mesmo que o sucessor fosse maluco, burro, incompetente, prepotente, pateta.
Isto quanto a Reis.
Quanto a ditadores, caros e estimados leitores, nem me pronuncio.
Chegou o que tivemos. Que nem sequer nos passe pela cabeça consentir que algo de parecido se repita.




Carta Registada com Aviso de Recepção




SENHOR PRIMEIRO MINISTRO


Sou prático e pretendo ser sucinto, como tal, vou directo ao que me move.

Tomo esta iniciativa, imbuído de uma profunda tristeza e corrompido por uma revolta sem controlo que só a muito custo, tento dominar.

Tenho 59 anos, uma vida preenchida de sofrimento e vivências que me obrigam a denunciar a pouca vergonha que reina neste país.

Quero desde já dizer-lhe que o senhor não me desiludiu politicamente porque sou apolítico e apartidário.

Por isso, políticos, ou seja, malabaristas da política, chamo malabaristas para não chamar aldrabões da política e partidos políticos, não me desiludem.

A única vez que votei na minha vida foi na 1ª candidatura do Exmº Senhor General Ramalho Eanes que foi meu CHEFE e com muito orgulho, é meu Superior Hierárquico e na História do 25 de Abril foi, em minha opinião, o único Comandante Supremo das Forças Armadas, por inerência de funções e por direito de posto e Conduta Ética.

Desde há largos anos a esta parte que vejo a minha PÁTRIA, por quem jurei fazer sacrifícios e dar a minha vida, como o fizeram o Senhor meu Pai, que verteu sangue por ELA, assim como vários Familiares e Amigos, culminando num primo que lhe ofereceu o melhor que tem um Ser Humano:- A VIDA.

E o que temos hoje?

Um país hipotecado, sem lei, sem justiça e paulatinamente alienado a preço irrisório.

Assiste-se a um festival de propagandas eleitorais, promovido por aldrabões e gente sem vergonha, sem decoro, sem ética e sem respeito pelo semelhante, principalmente pelos idosos e crianças.

Já não falo na Instituição Militar, que não me espanta estar queda e muda, pois os respectivos chefes perdem toda a legitimidade ao  permitirem-se ser nomeados por uns quaisquer políticos, em vez de serem eleitos pelos seus subordinados, no seio da Família Castrense.

Assim, sou daqueles que por questão de Ética, se recusam a rever-se nestes chefes assim nomeados.
Respeito-os hierarquicamente, pois os Regulamentos assim me obrigam, e, nada mais.

De facto, a minha PÁTRIA, transformou-se neste país de vilãos e aldrabões políticos em que o senhor é um deles.
Quer desmentir-me?

Pode perfeitamente insistir nesse teatro mas tenho boa memória e sou inteligente.

Recordo-me de alguns debates políticos em que o senhor foi protagonista, e lembro-me de promessas que não só não cumpriu, como atraiçoou.

Lembro-me perfeitamente de ter chamado várias vezes, mentiroso, ao senhor Sócrates.

Por acaso, já fez um exame de consciência, se é que a tem!?!
Se o fez, pode facilmente perceber que o adjectivo que usou para definir o senhor Sócrates, é demasiado lisonjeiro para o catalogar a si.

Sabe? Na Ética Militar diz-se que “ a consciência é o nosso melhor juiz, enquanto não a assassinarmos”.
O senhor já assassinou a sua com a avalanche de mentiras com que tem presenteado o Povo Português.

Outra afirmação sua que retenho na memória é de que o senhor disse aos Portugueses, ser “o candidato mais africano”.

Penso que se referia ao facto de ter casado com uma Senhora Africana!?!

Pois bem, sou Transmontano de nascimento e Africano de crescimento.
Nasci com os géneses da coragem, da lealdade, da verdade, do respeito, da honra e da solidariedade.
Foram estes valores morais que aprimorei e interiorizei no meu crescimento Africano.

Posso absolutamente garantir-lhe que se o senhor dissesse na Guiné, metade das mentiras que tem dito neste país, já lhe tinham cortado o pescoço.
Na Guiné, tuga mintroso, cá tá lebsi ginte garande.
Na Guiné, tuga mintroso, cá tem falta di respito pa home e minher garande, nim minino qui cá tene maldade na coraçon.

Pois é meu caro senhor, se não souber traduzir as frases atrás escritas, peça à sua Excelentíssima Senhora Esposa que lhe faça esse favor, e desde já, se me permite, com todo o respeito lhe endereço “mantenhas” e tudo “nha respito” e “consideraçon”.

Já agora, aproveite a oportunidade para ler, estudar e meditar um pouco sobre a personalidade chamada Amílcar Cabral, para perceber o que é um HOMEM que nasceu para ser Líder, para libertar o seu POVO e não para o espezinhar e vender a uma qualquer Troika como o senhor e todos os políticos sem vergonha que o antecederam, fizeram e fazem.

Mas se o incomoda aprender com um Líder Africano, recorra à história do Senhor Sá Carneiro que de certeza está incomodadíssimo onde quer que Deus o guarde, por ver homens sem palavra a fazerem parte de um partido a quem deu credibilidade e o senhor, bem como outros como o senhor, denigrem e maculam.

Senhor Pedro Passos Coelho, saiba que tal como o senhor rasgou as páginas da Constituição que contêm os artigos que o obrigam a cumprir os seus deveres de pagamento dos salários, pensões e subsídios, também eu me recuso a cumprir os artigos dessa mesma Constituição que me possam obrigar a reconhecê-lo como meu 1º ministro.

Jurei cumprir e fazer cumprir uma Constituição que obriga os políticos, as F.A. e as Forças de Segurança, a serem o garante da defesa da Pátria e do seu Povo.
Não cumpro nem defendo, uma Constituição adulterada por si e por uma justiça que fecha os olhos a toda esta vilanice.

Muito teria para lhe dizer mas, prometi ser sucinto.

É muito mais demolidor o sentimento de raiva, de revolta de indignação, do que tudo o que escrevi.

Para que não fique com a ideia que me acobardo atrás de um qualquer anonimato, quero dizer-lhe que me chamo José António Neves Rodrigues e que sou com muito orgulho, ética e muita honra, Sargento do Exército Português e ao serviço de um POVO e de uma PÁTRIA que se chama PORTUGAL.


Lisboa, 11 de Fevereiro de 2013

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