sexta-feira, novembro 23, 2012

Mariana Avelãs, a liberdade e o 1.º de Dezembro


Nosso comentário:


Oxalá esta detenção de Mariana Avelãs não passe de um caso isolado apenas  a exigir explicações por parte das autoridades, pois há direitos fundamentais de todo e qualquer cidadão a respeitar, expressos na Constituição da República.
Dou hoje destaque a esta notícia porque as pessoas, designadamente nas redes sociais, mostram a sua veemente indignação com o acontecido a uma das organizadoras da manifestação do 15 de Setembro.
Se somarmos a esta detenção os ecos e notícias igualmente preocupantes sobre o eventual aproveitamento de imagens de manifestações por parte das polícias... poderemos estar perante uma tentativa de regresso à repressão e privação de liberdades e garantias de antigamente... 
Um Estado a emagrecer, a resignar-se, a curvar-se, sob a batuta da força e da brutalidade? 
Quero crer que não.
Quero crer que o povo português não deixará que tal volte a acontecer, especialmente depois de conhecer dias de liberdade, de prosperidade, de modernismo.
Os mais antigos conheceram dias tenebrosos de prisão, tortura, perseguição sistemática, por terem ideias diferentes do regime de então.
Os mais novos felizmente nem memória disso têm. Pois por isso mesmo, que reflitam nesse passado de história recente negro e feio como as celas de uma cadeia.
Que não cedam a perder esse bem supremo das sociedades evoluídas: A LIBERDADE.
Agora que se aproxima mais uma data plena de significado nacional, o 1.º de Dezembro, dia de libertação de Portugal do jugo invasor, que esse mesmo dia sirva a todos nós de reflecção sobre o valor da liberdade, o valor de sermos cidadãos evoluídos com direitos e deveres em sã convivência democrática.
É verdade que o atual governo quer apagar esta data. Retirou-lhe já a importância que deveria ter ao tirá-la dos feriados nacionais.
Tal facto pode aumentar as suspeitas descritas acima. Avolumar as nossas dúvidas sobre os verdadeiros desígnios desta governação.
Mas um feriado é só um feriado, tão depressa se tira como se põe.
A LIBERDADE não.
Há que estar atento, porque a prepotência de quem manda é mais que muita.
Cada um de nós, à sua maneira, vem sentindo bem a violência de uma prepotência pouco própria de uma sociedade "dita democrática".
 
 
PS. Transcrevo abaixo a notícia sobre a Mariana Avelãs.


Fiquem bem, António Esperança Pereira
 
 
http://lusito.bubok.pt/

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Mariana Avelãs foi constituída arguida pelo “crime” de organização de manifestação não comunicada.




























Movimento alega que polícia garantiu que "não haveria consequências" Paulo Pimenta


Três dias antes da manifestação de 15 de Setembro, em que milhares de portugueses saíram às ruas, o movimento "Que se lixe a troika" realizou uma conferência de imprensa, em frente à Assembleia da República.
Segundo Mariana Avelãs, nesse dia, a PSP dirigiu-se aos 15 membros, que ergueram uma faixa do movimento, para pedir a identificação de uma pessoa, mas garantiram que “não haveria consequências”.
Em comunicado, o movimento salienta que “os agentes da PSP que se deslocaram ao local traziam consigo um mandado de notificação já preenchido, ao qual faltavam apenas os dados da pessoa a notificar”.
Contudo, Mariana Avelãs disse ao PÚBLICO que “duas ou três semanas depois” foi informada de que “estava a ser alvo de denúncia de um crime”. A activista social confirmou ter sido constituída arguida a 8 de Novembro pelo crime de organização de manifestação não comunicada.
Mariana contrapõe que “a iniciativa foi apenas uma conferência de imprensa”, que garante ter sido “pacífica”, já que “15 pessoas a falarem com jornalistas não são uma manifestação”. Por isso, reitera “não ter participado em qualquer manifestação” no dia em questão.
Mariana Avelãs descreve a acção da polícia como uma tentativa de “criminalizar os movimentos” para dar a ideia de que são “terroristas e revolucionários”. Neste momento, a activista e tradutora encontra-se com termo de identidade e residência e está à espera de saber “se o processo avança ou é arquivado”.
No comunicado, o movimento Que se lixe a troika considera a acção uma “estratégia, clara e previsível, de coacção por parte das forças policiais” e recusa “cair na armadilha de quem quer tornar as nossas ideias reféns de pedras e bastões”.
O movimento assegura que vai continuar a sair à rua: “Temos muito mais do que pedras como argumento e é por isso que não nos calam, nem com bastões nem com processos por crimes que não cometemos.”
 

 

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