quinta-feira, agosto 04, 2011

Poupar ???????? Com que moral, se a cambada continua a gastar!


Despacho n.º 1/XII — Relativo à atribuição ao ex-Presidente da Assembleia da República Mota Amaral de um gabinete próprio, com a afectação de uma secretária e de um motorista do quadro de pessoal da Assembleia da República.

Ao abrigo do disposto no artigo 13.º da Lei de Organização e Funcionamento dos Serviços da Assembleia da República (LOFAR), publicada em anexo à Lei n.º 28/2003, de 30 de Julho, e do n.º 8, alínea a), do artigo 1.º da Resolução da Assembleia da República n.º 57/2004, de 6 de Agosto, alterada pela Resolução da Assembleia da República n.º 12/2007, de 20 de Março, determino o seguinte:
a) Atribuir ao Sr. Deputado João Bosco Mota Amaral, que foi Presidente da Assembleia da República na IX Legislatura, gabinete próprio no andar nobre do Palácio de São Bento;
b) Afectar a tal gabinete as salas n.º 5001, para o ex-Presidente da Assembleia da República, e n.º 5003, para a sua secretária;
c) Destacar para o desempenho desta função a funcionária do quadro da Assembleia da República, com a categoria de assessora parlamentar, Dr.a Anabela Fernandes Simão;
d) Atribuir a viatura BMW, modelo 320, com a matrícula 86-GU-77, para uso pessoal do ex-Presidente da Assembleia da República;
e) Encarregar da mesma viatura o funcionário do quadro de pessoal da Assembleia da República, com a qualificação de motorista, Sr. João Jorge Lopes Gueidão;
f) Atribuir ao ex-Presidente da Assembleia da República telemóvel de serviço, em termos equiparados aos Vice-Presidentes da Mesa.

Palácio de São Bento, 21 de Junho de 2011 (Diário da Assembleia da República, II Série E, nº 1, 24 de Junho de 2011)

A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves.
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Nosso comentário

Tive conhecimento da notícia acima, respeitante ao deputado João Bosco Mota Amaral, via email. Li e reli, nem queria acreditar...
E andam os arautos destes governantes que tão bem se governam a mandar-nos poupar, não comprar ao estrangeiro, comer hortaliças e rabanetes das hortas portuguesas, evitar marcas estrangeiras, é a hora de todos os sacrifícios, fazer férias no Lizandro ou no Trancão, comer uns carapauzitos, um pouco de pão sem nada, etc etc. eles com mansões de luxo, nomeações de encher o olho, a comer caviar e beber champanhe, a jogar golfe...
Eu pergunto: com que autoridade moral, perante o que se vê e o que se lê, se podem pedir sacrifícios aos que já os fazem no dia a dia, perante os desmandos e o deboche de tudo o que é mediático?
Uns a poupar tostões para outros gastarem milhões(???!!!)
Que moral do caraças!

Olhem o que se passa com a Caixa Geral de Depósitos, outro exemplo vindo de cima que não convence minimamente o cidadão comum. Cidadão comum que, graças a Deus, é cada vez mais inteligente.
Esse conjunto de cidadãos, Povo Português, sempre soube sair de encrencas quando os governantes não souberam, ou não puderam, ou não quiseram... mais uma vez há-de conseguir dar a volta às coisas.
Há-de encontrar a melhor maneira de continuar Portugal, estou certo disso.
Sobre a Caixa Geral de Depósitos destaco uma frase de um artigo que li sobre o assunto:

Continuando a cumprir uma espécie de desígnio "divino" que o obriga a fazer exatamente o oposto daquilo que apregoa, Pedro Passos Coelho, em vez de "emagrecer" a administração da Caixa Geral de Depósitos, aumentou-a quase para o dobro.
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Deixo um poema meu para reflexão,

POUPEM POUPEM...

Crise três em pipa de assustar
poupem poupem
dizem os banqueiros descaradamente
os mais ricos
os bem pagos
que tão galhardamente
nos fizeram acreditar
na multiplicação dos pães
melhor
na multiplicação aritmética
geométrica
dos bens

sentia-se que os malabaristas
“incompetentes” economistas
tinham curtas vistas

nasciam produtos mais produtos
vender vender vender
faziam crer
que o último grito da moda
a novidade
era sempre possível de se ter

e o Zé pagode bom levado
crente
comprava pagava
endividava-se
dir-se-ia que coleccionava
o que a sociedade farta
lhe impingia

juntou-se o roto ao nu
com tal ciência
uns sem dinheiro para comprar
outros com produtos por vender

e a economia está o que se vê

puseram números estatísticas
no lugar das pessoas
agora nem há números
nem pessoas

há umbigos confundidos
que eles criaram
há desespero e medo
que geraram

mas também há
quem não se assuste com tão pouco
os que não tremem
por a queda se a houver
ser mais pequena

os que se habituaram a ver fartura
nos pomares nas hortas
nas searas
nas azedas nas amoras
nas refeições caseiras

na pródiga terra mãe
abandonada

pois se foi mentira
tanto dinheiro de plástico
e se o que estiver a haver
for um acerto
pois que o haja
mesmo que seja drástico

quem fez a cama que se deite nela
e que o tombo
a havê-lo
contemple à risca
os que pregaram
a farsa liberal capitalista.

Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira
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Fiquem bem,

António Esperança Pereira

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