quarta-feira, junho 15, 2011

FMI visita Espanha no final desta semana



Notícia 1

O presidente do FMI visita Espanha no final desta semana, numa altura em que a imprensa dá conta de um plano de ajuda ao país.

Segundo anunciou hoje o governo espanhol, Dominique Strauss-Khan encontra-se na sexta-feira com o primeiro ministro espanhol José Luis Zapatero.

Hoje, o governador do Banco de Espanha, Miguel Fernandes Ordonez, afirmou que o país deve aplicar "rapidamente" medidas de ajuste económico.

O jornal espanhol El Economista, citando "fontes próximas da entidade emissora", noticia hoje que o FMI, a União Europeia e o Tesouro norte-americano elaboraram um plano de liquidez para Espanha que inclui uma linha de crédito entre os 200 e 250 mil milhões de euros.

De acordo com o jornal, o plano recorreria a um fundo criado pelos 16 países da zona euro, que terá até 440 mil milhões de euros para emprestar às nações da zona euro que possam vir a enfrentar problemas financeiros semelhantes aos da Grécia.

No entanto, questionada sobre a possibilidade deste plano avançar em Espanha, a ministra das Finanças espanhola, Elena Salgado, foi clara: "Absolutamente não. Eu não sei como quer que eu negue mais isso".

A imprensa alemã já tinha noticiado na sexta-feira que estaria a ser preparado um plano para ajudar Espanha, que teve no ano passado o terceiro maior deficit da zona euro, depois da Grécia e da Irlanda.

As notícias foram negadas pelo governo espanhol, pela União Europeia e pelo governo alemão.

O governo espanhol anunciou planos para cortar milhares de milhões de euros na despesa pública, para reduzir o défice até ao limite de 3% do produto interno bruto (PIB) em 2013, contra 11,2% do ano passado.
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Notícia 2

A empresa Colt Resources pretende explorar, por cinco anos, as jazidas em Escoural, no Alentejo. O pedido de licença já está na Direcção-Geral da Energia e Geologia, que disse que a aprovação está para breve.

Os investidores canadianos consideram que o potencial português está subaproveitado, e é com essa premissa que partem para Portugal, mais exactamente para o Alentejo, à procura de ouro, de acordo com o "Público".

O sítio escolhido é a vila de Santiago do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo, em Évora. Já desde 1980 que têm sido feitas prospecções que confirmam a existência de jazidas de ouro no subsolo.
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Nosso comentário

Para quem estava convencido de que o folhetim das intervenções do FMI se encaminhava para os últimos episódios, que se desengane.
Era só a Grécia, lembram-se? depois eram só a Grécia e a Irlanda, lembram-se? a seguir seriam só a Grécia, a Irlanda e Portugal, lembram-se?

Bom a avaliar pelas notícias fresquinhas, que de novidade não têm nada, parece estar por um fio mais uma intervenção do FMI e quejandos: a Espanha.
Vai surgir o mesmo discurso: quem nós? não precisamos, não há necessidade, nós conseguimos, nada de FMI, etc etc.
No depois da Espanha? a seguir? quem mais?
Impossível adivinhar.

Na minha modesta opinião, tendo em conta o que está a acontecer nada voltará a ser como dantes. O pior de tudo é que ninguém está a perceber nada de nada.
Bancos em stress para se aguentarem, onde isto já se viu, capital que se empresta que se volta a comprar para se voltar a emprestar, onde é que isto faz sentido, uma Europa super conservadora que vai fazer o quê, com que ideais?
Financiar os bancos para estes se aguentarem? tirarem mais e mais a quem trabalha? "inventarem inventonas" de toda a espécie para enganarem o Zé?

Esperem-se os novos capítulos da telenovela "CRISE", tiro todavia duas ilações:

1ª. É o fim do sonho espanhol, para quem o tinha ainda neste país. Os que diziam que a Espanha isto, a Espanha aquilo, que o pecado português seria ter ficado órfão por ter teimado em deixar a Espanha, vai para um milénio.
Se isso estivesse errado, não teríamos tido o privilégio de descobrir a Terra de Santa Cruz, esse enorme Brasil.
Se estivesse errado não teríamos uma língua cada vez mais falada por esse mundo fora.
Se estivesse errado, não haveria a CPLP.
Se estivesse errado não estaríamos ainda aqui.
Se se se...

2ª. É o fim do sonho europeu tal como eu, muitos de nós o imaginámos.
A vizinha Espanha, hoje país amigo, que acorde, que se deixe de tretas, e, com a influência que ainda tem, que dê um murro na mesa em Bruxelas.
Que pergunte de vez, que se defina o que se quer, o que se pode fazer com esta Europa?
É urgente que alguém o faça.
Se ficarem à espera que seja um burocrata ilustre como o dr. Durão Barroso a fazê-lo, ou um país rico do norte, que se desenganem.
Para isso que a Espanha se junte aos seus pares, sem complexos, os tais países europeus do sul, que para os do norte são xenofobamente pobres, morenos, atrasados, pouco trabalhadores.
Senhores ricos do norte, mentiras vossas!
Esta crise tirou muitas máscaras: dos EUA à Europa, da China ao Brasil, da Alemanha à Grécia.

As riquezas do fundo do mar português, para não dizer as do cimo do mar português, que se conhecem, as jazidas de ouro alentejanas referidas na notícia 2, o potencial humano de gente boa, trabalhadora, honesta, capaz, o domínio por Portugal de tecnologias de vanguarda estarão seguramente à altura de novas propostas, de novos desafios, se o actual modelo continuar a dar sinais de enguiço, de fracasso.
Será que os do norte não precisam dos do sul?
Que apareça quem mexa neste estado de coisas e já.
Que apareça quem tenha coragem de denunciar seja o que for que se está a passar.
Bruxelas está a tornar-se, se nada se fizer em contrário, num ninho de vespas.
Até que limites estaremos dispostos a ser picados por elas?
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Fiquem bem,

António Esperança Pereira

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