Nosso comentário:
Duas notícias a que hoje dou relevo em baixo no blogue.
Não pela novidade das mesmas, pois elas vêm sendo o pão nosso de cada dia nas afirmações, quer de Atenas, quanto à dívida alemã por danos de guerra, quer nas declarações de George Soros, sempre muito crítico em relação às políticas alemãs no seio da União Europeia.
São todavia duas peças incómodas para um país poderoso, a Alemanha, que, há que dizê-lo, se meteu a ela própria num caminho sinuoso em relação à União Europeia, do qual poderá não ser fácil sair.
Temos pena que assim seja, pois foi com grande regozijo que assistimos à queda do muro de Berlim e à reunificação pacífica e célere das duas Alemanhas.
Foi tempo de festa.
Não se pode nem se deve esquecer o pior dos lados da história, pelas lições que dele há a tirar, todavia partilhamos a ideia de que águas passadas não movem moinhos.
E, se é certo que a memória da II Guerra Mundial ainda estava muito fresca para um "sonho europeu", pelas enormes sequelas deixadas, tudo levava a crer que um tal sonho europeu, entretanto posto em marcha, o envolvimento saudável que pareciam ter os países pioneiros, poderiam ser a antecâmara de uma nova história por escrever.
Parecia possível a partir de então, passar uma esponja sobre os lados menos positivos dessa tragédia a que a II Guerra Mundial nos levara e continuar em frente. Porque é caminhando que se faz caminho, não o contrário.
Infelizmente tem-se feito borrada.
Afirmações infelizes de políticos, e não só, surgem a toda a hora e a todo o instante: o "norte europeu" e o "sul europeu" parecem cada vez com mais dificuldade de acreditarem na viabilidade do tal sonho.
Está criado o terrenos propício a velhos fantasmas.
Os bons e os maus, os preguiçosos e os trabalhadores, os ricos e os pobres, os aplicados e os malandros, os cumpridores e os esbanjadores, os fortes e os fracos, e assim por diante.
Uma pena tanto egoísmo em tão pouco espaço. Tanto orgulho e preconceito que só minam a união, o amor, a modernidade, a causa nova, a liberdade, a confiança.
Pessoalmente gostaria que vingasse a tese dos sonhadores.
Porque, uma Europa Unida, pacífica, forte, coesa, inclusiva, democrática, faz falta a si própria e ao mundo.
A tese contrária, "uma Europa Manta de Retalhos", já todos sabemos pela história mais antiga e mais recente, no que sempre deu.
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
Grécia exige que Alemanha pague dívidas da II Guerra
Governo de Antonis Samaras vai recorrer aos
tribunais internacionais para exigir à Alemanha que pague o que ainda deve em
reparações da Segunda Guerra Mundial.
O "jornal i" escreve na
sua edição de hoje que "depois da Grécia apurar que a Alemanha lhe deve mais de
162 mil milhões de euros em reparações de guerra, o tom do diálogo começa a
subir entre os dois países que já ponderam recorrer aos tribunais internacionais
para resolver a disputa".
Segundo avança o jornal, "69 anos depois da saída das tropas de Hitler do
país e na mesma semana em que consegue desbloquear a próxima tranche do
empréstimo da troika, a Grécia mostra-se disposta a ir até às últimas
consequências para que lhe sejam reavidos mais de 162 mil milhões de euros em
reparações de guerra que nunca foram pagas na totalidade pela Alemanha - com
juros de mora. Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão, já acusou os
gregos de irresponsabilidade por trazerem esse assunto de volta à discussão
pública, mas Dimitris Avramopoulos, ministro dos Negócios Estrangeiros grego,
avisou que Atenas não vai esquecer o passado e que serão, em última instância,
os tribunais internacionais a decidir".
Em entrevista ao 'El País'
Saída da Alemanha do euro seria milagrosa, diz Soros
Em entrevista ao jornal espanhol 'El País',
o investidor norte-americano George Soros é bastante crítico das politicas
alemãs no seio da União Europeia.
Segundo Soros, "a Alemanha deve decidir se quer refazer a UE da forma que
estava originalmente destinada a ser, o que pressupõe aceitar as
responsabilidades e cargas necessárias para avançar nessa direção, ou deve
considerar sair do euro e deixar ao resto dos países que creem nos eurobonds,
possam combater a crise".
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