Duas dezenas de membros do grupo "Iniciativa Democrática" entregaram esta quarta-feira nos serviços do Parlamento uma petição com cerca de 40 mil assinaturas a exigir a demissão do Presidente da República.
Não assinámos a petição noticiada acima. Não porque não se justifique. Apenas o não fizemos por contenção na ação, herança de boa educação em que deixamos muitas vezes o Senhor Fulano A ou Senhor Fulano B fazerem o que muito bem entendem.
Em declarações aos jornalistas junto à escadaria da Assembleia da República, Nuno Marreiros, o primeiro subscritor da petição "Pedido de demissão do Presidente da República" disse acreditar existirem "enquadramentos legais" para sustentar o objecto da petição.
"A Assembleia da República pode requerer a promoção de um processo de acusação contra o Presidente da República por crimes praticados no exercício das suas funções, que estão regulados na lei que regulamenta sobre os crimes de responsabilidade de titulares de cargos políticos", afirmou, apontando os crimes de "traição à pátria", "denegação de justiça" e "atentado contra o Estado de Direito".
"Acho que há fundamentos na actuação do Presidente da República que se enquadram nestes artigos e agora competirá a quem de direito opinar sobre eles", acrescentou Nuno Marreiros.
As 40 mil assinaturas foram recolhidas on-line e, segundo Nuno Marreiros, foram "filtradas" algumas entradas que não eram válidas. "De resto, parece-se que a maioria delas estará conforme aquilo que é suposto", disse.
A petição foi lançada no final de Janeiro por Nuno Marreiros, tendo posteriormente dado origem à criação de "um grupo para congregar todos os cidadãos que se reviram nesta iniciativa que estão dispostos a desenvolver outras a muito breve trecho".
O grupo criado na rede social Facebook intitula-se "Iniciativa Democrática" e conta já com mais de 700 membros.
No texto da petição, são recordadas as declarações do chefe de Estado em Janeiro, quando Cavaco Silva foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de poder receber subsídio de férias e de Natal pelo Banco de Portugal, tendo explicado que, "tudo somado" - o que vai receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações - "quase de certeza que não vai chegar para pagar" as despesas, recordando que não recebe "vencimento como Presidente da República".
"Estas declarações estão a inundar de estupefacção e incredulidade uma população que viu o mesmo Presidente promulgar um Orçamento do Estado que elimina o 13.º e 14.º meses para os reformados com rendimento mensal de 600 euros", lê-se no texto da petição.
Posteriormente, numa declaração escrita enviada à Lusa, o chefe de Estado esclareceu que com as declarações que proferiu sobre as suas pensões, apenas quis ilustrar que acompanha a situação dos portugueses que atravessam dificuldades, não tendo sido seu propósito eximir-se dos sacrifícios
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Nosso comentário

Habituámo-nos a respeitar pessoas que os mais velhos nos transmitiam como respeitáveis.
A evolução do mundo e da vida tem-nos trazido nova postura perante os "ditos respeitáveis".
Muita coisa tem mudado: a verdade virou mentira, roubar é prática corrente. Enriquecimento ilícito (gamanço) salta à vista a toda a hora nas colunas dos meios de informação.
A defesa dos interesses dos povos é o que se vê...
daí,
que hoje em dia penso e digo que uma pessoa para ser respeitada, seja ela quem for, mesmo sendo ela o Senhor Presidente da República, tem que ser merecedora desse respeito.
Não chega dizerem-nos que o é, tem que mostrar que o é.
Não sei quem são os subscritores da petição. Nem me interessa. São pessoas com nome, isso basta. O que sei é que faz todo o sentido a indignação, o protesto, a revolta pelo pano de fundo político que tem sido criado e cultivado pelo atual PR. Um homem que parecia ir bater-se pelo menos pela inconstitucionalidade do roubo dos reformados. Disse-se preocupado na altura, mais até do que isso, mas foi tudo.
Aliás o Senhor PR só manifesta preocupação.
Depois assina de cruz o Orçamento de Estado que elimina o 13. e 14.º meses para os reformados.
Gatunagem é o que é. Nunca irei deixar de usar este carimbo para designar um bando sem escrúpulos, sem formação humana, social, política, que "ceifa a seara a eito" sem olhar a quê nem a quem, sem ao menos equacionar os porquês, os se's do que vai ceifando.
Um bando que vem cultivando com requintes de malvadez uma sociedade portuguesa fraturada, enxovalhada, espezinhada, acagaçada.
Mandando-a "trabalhar melhor" (PR) quando o desemprego grassa, mandando-a emigrar (PM) pela incapacidade de criar emprego.
Voltaram os Velhos do Restelo, agora com roupagens novas, uns de vespa, outros estrangeirados, outros estrangeiros mesmo.
O dinheiro foge das mãos dos que dele precisam. Das deles não.
Respeito? por ladrões?
Asseguro-vos que não me passou pela cabeça usar termos tão fortes, após o 25 de Abril. Não é meu feitio nem tenho formação para fazê-lo.
Só que há limites, meus senhores...
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Fiquem bem,
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