segunda-feira, janeiro 15, 2007

sonho/pesadelo

Quando o sonho vem
ou o pesadelo
as cores e matizes que vestem os figurantes
são por vezes tão intensas
cativantes
que mais parece não tratar-se de ilusão
mas de algo de outra dimensão
que perturba
e ultrapassa o nosso entendimento

as caras os sítios e o que dizem
são de tal maneira diferentes
de tudo e todos que conheço
a novidade tão viva
convincente
que o meu eu fica pasmado
fora de si

chega a parecer
que ele próprio me leva
para onde as histórias levam
e gosta de ficar nelas
e viver nelas durante algum tempo
que não sei quanto é

claro que depois o dia nasce
e tudo foi mentira
(ao que parece)
a luz do dia mostra isso mesmo
também o burburinho da rua
o passar compassado dos combóios
as falas dos vizinhos
os passos apressados

e o mesmo eu
que se recriou nas trevas
em aventuras de pasmar
e me levou a um qualquer não sei onde
não sei porquê nem para quê
diz-me agora
com o maior descaramento
que são horas de enfrentar a realidade
e ir trabalhar

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