segunda-feira, abril 03, 2006

joelho inquietante

Fiz uma série de exercícios continuados
Rijos intensos transpirados
A respiração entupia acelerava
O coração batia
A exaustão chegava

Pousei assim no chão
Em clima de cansaço
(cansada a mente inquieta cala mais)

Em círculo depois de seis ou sete
Eu compunha o corpo no espaço que podia
Fiquei em transe de luz
Olhos fechados
Trocava mão com mãos em toques suaves
Meu Deus como eu tremia

Tremia tanto que um joelho mal assente
Parecia cana verde abanando ao vento
Não sabia se deixá-lo cair
Em perna que sentia
Se quiçá deixá-lo levantar voo tal era a tremedeira

Sorri por dentro mas foi-se o transe
Porque a minha mente acordou
E resolveu ela o problema
Ao decidir pousar o joelho na perna boa que sentia

Foi pena acontecer tal embaraço
Num tempo bom em que o sentir ultrapassa o poema

Mas aprendi não ser fácil saber o que fazer
No simples incómodo de um joelho inquietante
Porque se uma força nos impele para diante
(Vai sente arrisca escolhe)

Há sempre outra a conter-nos o instinto
E nos faz resistir a ele
E nos encolhe

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