estou tão sozinha
dizia a bola vermelhinha num cantinho do ginásio
na verdade tinha frio e o espaço estava tão vazio
que se sentia morta por dentro e por fora
as outras bolinhas não brincavam com ela
talvez não se usasse brincar pensava ela
e teria que se acomodar como as outras
a vegetar naquele cantinho
ou a ter que sonhar para não morrer
os dias passavam tristonhos
a vida parecia não ter fim
nada para fazer nada para contar
ainda por cima era Inverno e estava tanto frio
que custava a aguentar
mas “Deus não dorme”
e numa quinta-feira
alguém se apercebeu da sua solidão
foi ter com ela
as suas mãos tocaram-na
estava flácida arrefecida em desconforto
triste mesmo
triste como um doente bem doente
e o milagre aconteceu
entre vozes sorrisos muita música
assim como num conto de fadas
no mundo imaginário das pessoas
a bola vermelhinha acreditou
girou rodou saltou
qual passarinho feliz e livre
brincou brincou
tão contagiante ficou em movimento
que todas as bolinhas que pousavam tristes como ela dantes
sentiram o impulso a magia da corrente
vieram todas
verdes brancas azuis pretas amarelas
todas diferentes
e formaram com ela
na vertigem do momento
um arco-íris perfeito vestido de vida
segunda-feira, abril 03, 2006
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