Trago comigo os ontens e os nadas
Os porquês sem respostas
Os nãos
A incompreensão dos outros
O que falta fazer em mim
Que mal pareço
Que olhar que faço
Que sentimento descontente que vivo
Que vazio
Quase parado no tempo no espaço
Sem saber se vá em frente
Se continue no antes disto
Ou pior ainda se desista
Sinto este impasse tremendo
No ponto decisivo da rua sem saída
No limiar da porta de entrada
Quase não vejo nada
Quase não sinto nada
Mas a vida prega-nos partidas
E neste holocausto de vida
De esperança perdida ou quase
Ouço uma voz amiga
Que soa dentro da porta de entrada
“Entra e partilha o que trazes contigo”
Eu que não trazia nada
Ouço a voz esforço o passo e mexo
Levo o corpo tão perto quanto posso
E a voz amiga toca-me o ouvido
E entra cá dentro
Remexo exausto em conflito
Entre palavras metidas na cabeça
E o rolar cantado e morno que ouço
Como que uma dança
Por detrás da voz que me chama
Espreito
Atrai-me o que vejo e rejeito ao mesmo tempo
Rio e choro de ansiedade
Sinto medo e tremo
Quem me acode
O medo é mesmo isto
Querer e não querer ao mesmo tempo
Ir e ficar ao mesmo tempo
Estar e partir ao mesmo tempo
É então que uma mão movida pela voz
Talvez a mão da mesma voz não sei
Se estende
Me toca e me acalma
Venço o medo
A solidão também
Tremo nos primeiros passos
Mas ganho alma e entro
Agora sei
Que não volto para trás
Perante um caminho de amor e de esperança
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