Nosso comentário:
Nada como o humor para definir da maneira mais correta o que se passa hoje em dia em Portugal.
As surpresas são mais que muitas, eu diria que acontecem minuto a minuto, de forma que tentarei apenas dizer umas palavras sobre as últimas ocorrências que a minha percepção fixou como cidadão comum mais ou menos atento.
Vejo banqueiros desdobrarem-se em declarações públicas tentando com elas influenciar os próximos passos dos políticos. Tinha aparecido Fernando Ulrich do BPI a aconselhar, vaticinar, eleições lá para Maio, passando as mesmas a ser de dois em dois anos.
Agora aparecem declarações de Jardim Gonçalves do BCP que acha que deveria encontrar-se uma fórmula de governo em que coubesse o PS, dada a importância deste partido para acalmar (presumo eu) as hostes contestatárias, com tendência a subirem de tom.
Percebe-se que é um tempo em que uma certa maneira fazer política (ingenuidade por parte dos cidadãos) tem os dias contados, ou seja, aquele tempo em que os cidadãos acreditaram piamente na força do voto, na pureza do sistema parlamentar onde supostamente estariam representados os seus interesses.
É por demais visível que a força do dinheiro, das multinacionais, do "grande capital", para utilizar uma velha expressão comunista, impõe a sua vontade. Os parlamentares estão cada vez mais vistos como funcionários de "cassete", seja na maneira de falar, seja na maneira de vestir ou até de agir.
Tudo tão previsível que é notória a perda de confiança por parte dos cidadãos nos órgãos de soberania.
Tudo encenação com mais ou com menos molho. Nada de concreto, de diferente, sai das fileiras dos "arranchados pelos partidos". Por isso mesmo, pelo divórcio entre a classe política e o Povo (genericamente falando) algo terá que mudar, algo está já a mudar, não sabemos é o quê concretamente.
E aqui é que "a porca torce o rabo", para utilizar uma expressão popular, esta imperceptibilidade do que possa vir a seguir ao que era, creio que assusta todos: pobres e remediados, empregados e desempregados, crentes e não crentes, polícias e ladrões, governantes e governados, letrados e analfabetos, e assim sucessivamente.
Dir-se-ia que o excesso de alegria e de esperança que alguns acontecimentos mundiais trouxeram às pessoas do mundo inteiro em geral, da Europa em particular, tipo queda do muro de Berlim, fim da guerra fria, incremento das democracias, liberdade, Estado Social, oportunidades para todos, se esboroa dia a dia como miolo de pão.
Afeta-nos por isso, pela incerteza dos dias por vir, alguma angústia, muita tristeza, enorme desconfiança.
PS. Deixo, tal como disse no início do comentário, dois pedacinhos de humor retirados do Facebook. Espero que gostem...
Fiquem bem, António Esperança Pereira
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