
Gustavo faz hoje três anos e mais uma vez vai dar forças ao pai, Carlos Martins, para treinar e jogar. O filho do médio que actua no Granada (Espanha) sofre de aplasia medular e precisa urgentemente de um transplante de medula óssea. A doença foi confirmada a Carlos Martins e à mulher, Mónica, segunda-feira, por um médico de um hospital de Lisboa. Já sabem também que o filho mais novo (Martim, de um ano) não pode ser dador.
Martins ficou destroçado. Na terça-feira à tarde esteve reunido com Carlos Godinho, director desportivo da FPF, e Nuno Gomes, um dos capitães da Selecção. Os restantes jogadores só souberam no final do jogo com a Bósnia (6-2). Mal acabou a partida, a música alegre que se ouvia no balneário da Luz pela qualificação para o Euro'2012 foi desligada e os futebolistas ouviram o médico Henrique Jones explicar-lhes o que se passava com Gustavo. Foi só nessa altura que se aperceberam da gravidade da situação. Carlos Martins chorou convulsivamente. Foi confortado por Ronaldo e Nuno Gomes, bem como por todos os seus colegas, que se dispuseram a efectuar os testes médicos necessários para os especialistas verificarem se podem ser dadores e a divulgar a doença.
Paulo Bento e Ronaldo falaram do caso e pediram ajuda para os doentes que precisam de transplantes de medula óssea.
Gustavo faz tudo o que fazem as outras crianças, mas o que mais gosta é de ver o pai treinar e jogar. Ontem, Martins disse na SIC que ele e a mulher se sentiram acarinhados na Selecção e que o "momento difícil" que passam com o filho "vai ser ultrapassado". E, com as lágrimas nos olhos, o jogador pediu ajuda aos potenciais dadores.
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Nosso comentário
Antes de tudo manifestamos os nossos desejos sinceros de que tudo vá correndo pelo melhor para a Família Martins.
Sabemos por experiência própria o que são estas ocorrências dramáticas em um filho de tão tenra idade.
Por isso, ao pequeno Gustavo, votos de rápida cura, também os nossos parabéns pelo seu 3.º aniversário.
Saúdamos em particular a solidariedade para com Carlos Martins, vinda de todos os quadrantes.
Num tempo de quase ausência de solidariedade, nunca é demais louvá-la quando existe.
É a ausência de solidariedade que está a pôr a Europa como está.
Europa que pôs muitos de nós a sonhar, com a abolição de fronteiras, instauração da liberdade e democracia, fim de muros, liberdade de circulação de pessoas e bens, moeda única, etc etc.
Europa 2011 novamente dividida.
Incapaz de unir gregos a alemães, incapaz de conciliar os mais ricos e os menos ricos, incapaz de conciliar o norte e o sul.
Tudo a voltar ao antigamente.
Ao tempo do acentuar das diferenças em vez do acentuar das semelhanças.
Ao tempo de sublinhar o que nos divide em vez de sublinhar-se o que nos une.
Fica presa fácil um qualquer espaço, pequeno ou grande, sem solidariedade.
Isto mesmo o que acontece em Portugal.
País entregue aos bichos, ou quase, por falta dessa palavra que em português se chama SOLIDARIEDADE.
Afinal para que serve a comunhão de interesses da Europa?
Afinal para que estamos unidos e somos parceiros uns dos outros?
Que faço aos meus versos, alguns deles, que acreditaram nesses sonho europeu?
Ouço na televisão uma TROIKA falar como se fosse o governo de Portugal.
Ouço pessoas ilustres que com esse facto se interrogam se existe actualmente governo em Portugal.
Ouço pessoas igualmente ilustres dizer que somos os únicos patinhos a pagar dívidas de que não somos responsáveis.
Ouço pessoas ilustres tentar explicar o que eles próprios não entendem: A CRISE
Porque hoje o tema é SOLIDARIEDADE termino com duas perguntas, uma complementar da outra, aos poderes constituídos deste país:
Dada a actual indefinição da Europa, as dúvidas, as hesitações (veja-se o dr Barroso aos gritos em Bruxelas) quem compreende o roubo apressado e drástico aos FP (funcionários públicos) quais Judeus eleitos pela governação para serem perseguidos?
Não seria pelo menos de adiar tal roubo aos FP's e ao povo português em geral, até a Europa de uma vez dizer o que quer?
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Fiquem bem, mas indignados por serem roubados!
António Esperança Pereira
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