Fiz uma série de exercícios continuados
Rijos intensos transpirados
A respiração entupia acelerava
O coração batia
A exaustão chegava
Pousei assim no chão
Em clima de cansaço
(cansada a mente inquieta cala mais)
Em círculo depois de seis ou sete
Eu compunha o corpo no espaço que podia
Fiquei em transe de luz
Olhos fechados
Trocava mão com mãos em toques suaves
Meu Deus como eu tremia
Tremia tanto que um joelho mal assente
Parecia cana verde abanando ao vento
Não sabia se deixá-lo cair
Em perna que sentia
Se quiçá deixá-lo levantar voo tal era a tremedeira
Sorri por dentro mas foi-se o transe
Porque a minha mente acordou
E resolveu ela o problema
Ao decidir pousar o joelho na perna boa que sentia
Foi pena acontecer tal embaraço
Num tempo bom em que o sentir ultrapassa o poema
Mas aprendi não ser fácil saber o que fazer
No simples incómodo de um joelho inquietante
Porque se uma força nos impele para diante
(Vai sente arrisca escolhe)
Há sempre outra a conter-nos o instinto
E nos faz resistir a ele
E nos encolhe
segunda-feira, abril 03, 2006
vontade de dar
Ajoelhei junto a ti em gesto humilde
Queria dar-te alguma coisa que quisesses
Mas como saberia eu o quê
Que coisa dar-te
Que coisa alguém como tu poderia receber
Que não tivesse recebido já
E o meu coração
Por querer dar muito
E não saber dar nada
Ficou triste
O meu rosto murchou
E ajoelhado ali ao pé de ti
Uma lágrima rolou
Tinha tanta vontade de dar
A oportunidade também
E não sabia como nem o quê
Queria dar-te alguma coisa que quisesses
Mas como saberia eu o quê
Que coisa dar-te
Que coisa alguém como tu poderia receber
Que não tivesse recebido já
E o meu coração
Por querer dar muito
E não saber dar nada
Ficou triste
O meu rosto murchou
E ajoelhado ali ao pé de ti
Uma lágrima rolou
Tinha tanta vontade de dar
A oportunidade também
E não sabia como nem o quê
quinta-feira de Dezembro
Todos juntos vidas separadas
Uma emoção grande que nos traz aqui
Uma mão um olhar que se desejam
Um abraço urgente que nos chama
Uma pequenez que cresce neste espaço
É tão bom que parece que voltamos à idade dos porquês
E atónitos exclamamos:
Diante de mim o quê?
Que faço? Que dou? Que peço?
Desfaço-me e choro e desespero
Confirmo a minha solidão num “não encontro”?
Ou dou graças a Deus por me dar tanto?
É como um sonho bom que nos abre a porta
Porta/coração/amor imenso
E jorram ilusões também verdades
O círculo existe e a candura breve
Unimos coração com coração
Abraço com abraço
Saltamos rimos
Também choramos
Que a tristeza às vezes dói e a vida cansa
Mas o ritmo ajuda
A alma se alevanta
Dói muito mas é mais o que não dói
E a vida avança
O sonho existe mesmo e se o sentimos segue a dança
Só que o tempo aqui é escasso
Tudo começa e tudo acaba num instante
O círculo vai parar
Vai descer o pano
E tantas mãos que se apertaram se tocaram
Tantos corações unidos no balanço
Vão sair de cena
E regressar à mediania da cidade grande
Ao ter que ser de cada vida obrigatória
Apetecia mesmo construir uma casinha
Onde os sonhos que trazemos coubessem todos
Com as lágrimas e os risos e os abraços e os ritmos
Uma casinha flor de Primavera
Branquinha
Onde os nossos sonhos lindos não terminassem nunca.
Uma emoção grande que nos traz aqui
Uma mão um olhar que se desejam
Um abraço urgente que nos chama
Uma pequenez que cresce neste espaço
É tão bom que parece que voltamos à idade dos porquês
E atónitos exclamamos:
Diante de mim o quê?
Que faço? Que dou? Que peço?
Desfaço-me e choro e desespero
Confirmo a minha solidão num “não encontro”?
Ou dou graças a Deus por me dar tanto?
É como um sonho bom que nos abre a porta
Porta/coração/amor imenso
E jorram ilusões também verdades
O círculo existe e a candura breve
Unimos coração com coração
Abraço com abraço
Saltamos rimos
Também choramos
Que a tristeza às vezes dói e a vida cansa
Mas o ritmo ajuda
A alma se alevanta
Dói muito mas é mais o que não dói
E a vida avança
O sonho existe mesmo e se o sentimos segue a dança
Só que o tempo aqui é escasso
Tudo começa e tudo acaba num instante
O círculo vai parar
Vai descer o pano
E tantas mãos que se apertaram se tocaram
Tantos corações unidos no balanço
Vão sair de cena
E regressar à mediania da cidade grande
Ao ter que ser de cada vida obrigatória
Apetecia mesmo construir uma casinha
Onde os sonhos que trazemos coubessem todos
Com as lágrimas e os risos e os abraços e os ritmos
Uma casinha flor de Primavera
Branquinha
Onde os nossos sonhos lindos não terminassem nunca.
despe os trapos que arranjaste
Na tua pele e sem disfarces
Sem aquela imagem cinzelada que criaste
Renasce
Esquece os desaires que enfrentaste
Os atalhos velhos que passaste
Os faz de conta
Despe os trapos que arranjaste
Os refúgios onde quem sabe
Perdeste o melhor com que sonhaste
Hoje estás nu
Completamente aberto ao ar ao vento
À rua ao céu aberto à vida florida e não das árvores
E do resto do mundo
Que acompanham as estações
Hoje não chames nada a nada
Nem entendas só o sítio pelo sítio
Cada espaço é grão de areia numa beleza maior
Mais abrangente
Sente essa beleza plena
Fixa o instante
É possível que haja ruptura
Mas deixa que haja
No que te habituaste a ver e contar com mil palavras
Talvez até te assustes com o êxtase novo
Na tua nudez tão completa e boa
E te faltem as palavras
Não faz mal
Há um tempo que está para além das línguas
Dos conceitos aprendidos
E o que se sente é tão autêntico
Tão intenso tão arco-íris global
Que a tua mente pára
Não há palavras
Fecho a caneta com que escrevo
Às dez da noite
Fico só no sentimento
Na descoberta interior
Na atenção plena
Na vida total e abrangente que percebo
Sem aquela imagem cinzelada que criaste
Renasce
Esquece os desaires que enfrentaste
Os atalhos velhos que passaste
Os faz de conta
Despe os trapos que arranjaste
Os refúgios onde quem sabe
Perdeste o melhor com que sonhaste
Hoje estás nu
Completamente aberto ao ar ao vento
À rua ao céu aberto à vida florida e não das árvores
E do resto do mundo
Que acompanham as estações
Hoje não chames nada a nada
Nem entendas só o sítio pelo sítio
Cada espaço é grão de areia numa beleza maior
Mais abrangente
Sente essa beleza plena
Fixa o instante
É possível que haja ruptura
Mas deixa que haja
No que te habituaste a ver e contar com mil palavras
Talvez até te assustes com o êxtase novo
Na tua nudez tão completa e boa
E te faltem as palavras
Não faz mal
Há um tempo que está para além das línguas
Dos conceitos aprendidos
E o que se sente é tão autêntico
Tão intenso tão arco-íris global
Que a tua mente pára
Não há palavras
Fecho a caneta com que escrevo
Às dez da noite
Fico só no sentimento
Na descoberta interior
Na atenção plena
Na vida total e abrangente que percebo
caminho de amor e de esperança
Trago comigo os ontens e os nadas
Os porquês sem respostas
Os nãos
A incompreensão dos outros
O que falta fazer em mim
Que mal pareço
Que olhar que faço
Que sentimento descontente que vivo
Que vazio
Quase parado no tempo no espaço
Sem saber se vá em frente
Se continue no antes disto
Ou pior ainda se desista
Sinto este impasse tremendo
No ponto decisivo da rua sem saída
No limiar da porta de entrada
Quase não vejo nada
Quase não sinto nada
Mas a vida prega-nos partidas
E neste holocausto de vida
De esperança perdida ou quase
Ouço uma voz amiga
Que soa dentro da porta de entrada
“Entra e partilha o que trazes contigo”
Eu que não trazia nada
Ouço a voz esforço o passo e mexo
Levo o corpo tão perto quanto posso
E a voz amiga toca-me o ouvido
E entra cá dentro
Remexo exausto em conflito
Entre palavras metidas na cabeça
E o rolar cantado e morno que ouço
Como que uma dança
Por detrás da voz que me chama
Espreito
Atrai-me o que vejo e rejeito ao mesmo tempo
Rio e choro de ansiedade
Sinto medo e tremo
Quem me acode
O medo é mesmo isto
Querer e não querer ao mesmo tempo
Ir e ficar ao mesmo tempo
Estar e partir ao mesmo tempo
É então que uma mão movida pela voz
Talvez a mão da mesma voz não sei
Se estende
Me toca e me acalma
Venço o medo
A solidão também
Tremo nos primeiros passos
Mas ganho alma e entro
Agora sei
Que não volto para trás
Perante um caminho de amor e de esperança
Os porquês sem respostas
Os nãos
A incompreensão dos outros
O que falta fazer em mim
Que mal pareço
Que olhar que faço
Que sentimento descontente que vivo
Que vazio
Quase parado no tempo no espaço
Sem saber se vá em frente
Se continue no antes disto
Ou pior ainda se desista
Sinto este impasse tremendo
No ponto decisivo da rua sem saída
No limiar da porta de entrada
Quase não vejo nada
Quase não sinto nada
Mas a vida prega-nos partidas
E neste holocausto de vida
De esperança perdida ou quase
Ouço uma voz amiga
Que soa dentro da porta de entrada
“Entra e partilha o que trazes contigo”
Eu que não trazia nada
Ouço a voz esforço o passo e mexo
Levo o corpo tão perto quanto posso
E a voz amiga toca-me o ouvido
E entra cá dentro
Remexo exausto em conflito
Entre palavras metidas na cabeça
E o rolar cantado e morno que ouço
Como que uma dança
Por detrás da voz que me chama
Espreito
Atrai-me o que vejo e rejeito ao mesmo tempo
Rio e choro de ansiedade
Sinto medo e tremo
Quem me acode
O medo é mesmo isto
Querer e não querer ao mesmo tempo
Ir e ficar ao mesmo tempo
Estar e partir ao mesmo tempo
É então que uma mão movida pela voz
Talvez a mão da mesma voz não sei
Se estende
Me toca e me acalma
Venço o medo
A solidão também
Tremo nos primeiros passos
Mas ganho alma e entro
Agora sei
Que não volto para trás
Perante um caminho de amor e de esperança
vindimador de cidade
Atino o passo o mais que posso
Com aquele aprumo solto tão difícil de se ter
Desequilibro o aprumo já se vê
Quando caminho
E mais ou menos descomposto lá prossigo
Animo e desanimo nos olhos que me vêem
Tal como em menino em tempo de vindimas
Eu olhava os cestos os cachos as videiras
As raparigas desenvoltas e os seus risos
As escolhas amorosas que faziam
Eu era então videira pequenina
Cabia-me aprender que eu não sabia
Não se pode nascer fazer logo vindima
Sem aprender a equilibrar os cestos fartos na ladeira
Aguentar os pés firmes nos desníveis da encosta
E o rancho era de gente de trabalho
Muitos Verões Invernos semeados
Muita dor e amor nos sóis andados
Tempo adiante
Ou tempo de antes
Pouco importa
O que importa mesmo
É acertar o passo agora
E mesmo que não dê
Para ser bom vindimador como os do rancho
Ao menos que se aprenda
Com humildade
A firmar o passo e a colher uns cachos
Com aquele aprumo solto tão difícil de se ter
Desequilibro o aprumo já se vê
Quando caminho
E mais ou menos descomposto lá prossigo
Animo e desanimo nos olhos que me vêem
Tal como em menino em tempo de vindimas
Eu olhava os cestos os cachos as videiras
As raparigas desenvoltas e os seus risos
As escolhas amorosas que faziam
Eu era então videira pequenina
Cabia-me aprender que eu não sabia
Não se pode nascer fazer logo vindima
Sem aprender a equilibrar os cestos fartos na ladeira
Aguentar os pés firmes nos desníveis da encosta
E o rancho era de gente de trabalho
Muitos Verões Invernos semeados
Muita dor e amor nos sóis andados
Tempo adiante
Ou tempo de antes
Pouco importa
O que importa mesmo
É acertar o passo agora
E mesmo que não dê
Para ser bom vindimador como os do rancho
Ao menos que se aprenda
Com humildade
A firmar o passo e a colher uns cachos
estou tão sozinha
estou tão sozinha
dizia a bola vermelhinha num cantinho do ginásio
na verdade tinha frio e o espaço estava tão vazio
que se sentia morta por dentro e por fora
as outras bolinhas não brincavam com ela
talvez não se usasse brincar pensava ela
e teria que se acomodar como as outras
a vegetar naquele cantinho
ou a ter que sonhar para não morrer
os dias passavam tristonhos
a vida parecia não ter fim
nada para fazer nada para contar
ainda por cima era Inverno e estava tanto frio
que custava a aguentar
mas “Deus não dorme”
e numa quinta-feira
alguém se apercebeu da sua solidão
foi ter com ela
as suas mãos tocaram-na
estava flácida arrefecida em desconforto
triste mesmo
triste como um doente bem doente
e o milagre aconteceu
entre vozes sorrisos muita música
assim como num conto de fadas
no mundo imaginário das pessoas
a bola vermelhinha acreditou
girou rodou saltou
qual passarinho feliz e livre
brincou brincou
tão contagiante ficou em movimento
que todas as bolinhas que pousavam tristes como ela dantes
sentiram o impulso a magia da corrente
vieram todas
verdes brancas azuis pretas amarelas
todas diferentes
e formaram com ela
na vertigem do momento
um arco-íris perfeito vestido de vida
dizia a bola vermelhinha num cantinho do ginásio
na verdade tinha frio e o espaço estava tão vazio
que se sentia morta por dentro e por fora
as outras bolinhas não brincavam com ela
talvez não se usasse brincar pensava ela
e teria que se acomodar como as outras
a vegetar naquele cantinho
ou a ter que sonhar para não morrer
os dias passavam tristonhos
a vida parecia não ter fim
nada para fazer nada para contar
ainda por cima era Inverno e estava tanto frio
que custava a aguentar
mas “Deus não dorme”
e numa quinta-feira
alguém se apercebeu da sua solidão
foi ter com ela
as suas mãos tocaram-na
estava flácida arrefecida em desconforto
triste mesmo
triste como um doente bem doente
e o milagre aconteceu
entre vozes sorrisos muita música
assim como num conto de fadas
no mundo imaginário das pessoas
a bola vermelhinha acreditou
girou rodou saltou
qual passarinho feliz e livre
brincou brincou
tão contagiante ficou em movimento
que todas as bolinhas que pousavam tristes como ela dantes
sentiram o impulso a magia da corrente
vieram todas
verdes brancas azuis pretas amarelas
todas diferentes
e formaram com ela
na vertigem do momento
um arco-íris perfeito vestido de vida
balanceando o corpo
Confiança de alma em corpo brando
Suavidade imensa
Calor com calor que bom que é
Fecho os olhos deixo-me embalar
Baloiço vai
Baloiço vem
Sobe que sobe
Cai que não cai
E no balanço sinto-me tão bem
Amparado cuidado entregado
Se o segredo da vida está nas mãos
No toque
No balanço
Se as mãos e o toque dão tanta confiança
Apetece perguntar
Porquê não estamos sempre
De mãos dadas numa roda
E não se toca no outro
De uma forma continuada
Sobe que sobe
Cai que não cai
Neste balancear percebe-se
Que a felicidade está
À distância de um toque
Empurrado pela alma
Suavidade imensa
Calor com calor que bom que é
Fecho os olhos deixo-me embalar
Baloiço vai
Baloiço vem
Sobe que sobe
Cai que não cai
E no balanço sinto-me tão bem
Amparado cuidado entregado
Se o segredo da vida está nas mãos
No toque
No balanço
Se as mãos e o toque dão tanta confiança
Apetece perguntar
Porquê não estamos sempre
De mãos dadas numa roda
E não se toca no outro
De uma forma continuada
Sobe que sobe
Cai que não cai
Neste balancear percebe-se
Que a felicidade está
À distância de um toque
Empurrado pela alma
a descoberta do outro
Fechei os olhos deixei de ver quem via
Tremelicando desequilibrando a espaços
Partia para o escuro dos outros
Assim como quem dava os primeiros passos
A luz escurecia
E maravilha!
Que contornos que traços percebia
Que luz
Parecia de repente
Tudo ter ficado em outra dimensão
Quem seria que estava ali
Tocava-se aceitava-se
Descobria-se
Tudo acontecia porque se partia do nada
Até tropecei no escuro de um parceiro
E que riso ouvi
Em nada parecido com um riso corriqueiro
Logo a seguir ao desatino do tropeço
Uma mão
Devagarinho
Talvez com medo de estragar
Contei nela todos os dedinhos
(cinco)
Quando cheguei ao último
Meu Deus o que sentia
A minha mão perguntava à outra
Se estava bem na minha
Ao que a outra respondia sem falar
Apenas apertando recuando e dando
E a conversa acontecia
Sem luz artificial mas com mais luz que em sítio nenhum
Que encontro
Entre duas mãos descobrindo-se no escuro
Tão bem estavam
Que perderam o sentido dos donos
Queriam lá saber dos donos
Queriam era ficar ali
Cuidando-se
Conversando rindo
Tocando tudo o que tinham para tocar
Porque elas sabiam
Que quando os donos abrissem os olhos
E as levassem dali
O mundo que as esperava
Era um mundo diferente e não havia mãos assim
Tremelicando desequilibrando a espaços
Partia para o escuro dos outros
Assim como quem dava os primeiros passos
A luz escurecia
E maravilha!
Que contornos que traços percebia
Que luz
Parecia de repente
Tudo ter ficado em outra dimensão
Quem seria que estava ali
Tocava-se aceitava-se
Descobria-se
Tudo acontecia porque se partia do nada
Até tropecei no escuro de um parceiro
E que riso ouvi
Em nada parecido com um riso corriqueiro
Logo a seguir ao desatino do tropeço
Uma mão
Devagarinho
Talvez com medo de estragar
Contei nela todos os dedinhos
(cinco)
Quando cheguei ao último
Meu Deus o que sentia
A minha mão perguntava à outra
Se estava bem na minha
Ao que a outra respondia sem falar
Apenas apertando recuando e dando
E a conversa acontecia
Sem luz artificial mas com mais luz que em sítio nenhum
Que encontro
Entre duas mãos descobrindo-se no escuro
Tão bem estavam
Que perderam o sentido dos donos
Queriam lá saber dos donos
Queriam era ficar ali
Cuidando-se
Conversando rindo
Tocando tudo o que tinham para tocar
Porque elas sabiam
Que quando os donos abrissem os olhos
E as levassem dali
O mundo que as esperava
Era um mundo diferente e não havia mãos assim
cuidar do outro
Cuidei quanto pude quanto eu sabia
Vénus luminosa e linda por cuidar
Percebi ali o escultor apaixonado absorto
O traço o toque o ar estupfacto
A beleza que é
A mulher estática e dada
O fruto perfeito
Para o homem sensível devoto suave
Que habita o génio
Como escultor que não sou
(Falta-me génio e arte)
Eu fazia o que podia
Os dedos tacteavam percorriam
Sufocava sem saber aonde ia
Tinha medo sofria
E como eu tremia meu Deus
Era muita a água que corria
Fonte mulher que me fazia sede
Encolhi o tacto evitei o gesto
Tive medo de beber
Ser condenado
Pobre coração delicado e ingénuo
Porquê tanta contenção
Porquê a razão nos faz uma coisa destas
Porquê o amor tem de sentir-se condenado
Apetece dizer que somos mais do que parecemos
Apetece ensaiar uma conduta diferente
Apetece vencer amarras preconceitos
Porque o medo é implacável com quem se deixa intimidar
E eu só posso dizer
Porque não sei fazer melhor
Vénus mulher perdoa
Sou pouca coragem para tanto esplendor
Vénus luminosa e linda por cuidar
Percebi ali o escultor apaixonado absorto
O traço o toque o ar estupfacto
A beleza que é
A mulher estática e dada
O fruto perfeito
Para o homem sensível devoto suave
Que habita o génio
Como escultor que não sou
(Falta-me génio e arte)
Eu fazia o que podia
Os dedos tacteavam percorriam
Sufocava sem saber aonde ia
Tinha medo sofria
E como eu tremia meu Deus
Era muita a água que corria
Fonte mulher que me fazia sede
Encolhi o tacto evitei o gesto
Tive medo de beber
Ser condenado
Pobre coração delicado e ingénuo
Porquê tanta contenção
Porquê a razão nos faz uma coisa destas
Porquê o amor tem de sentir-se condenado
Apetece dizer que somos mais do que parecemos
Apetece ensaiar uma conduta diferente
Apetece vencer amarras preconceitos
Porque o medo é implacável com quem se deixa intimidar
E eu só posso dizer
Porque não sei fazer melhor
Vénus mulher perdoa
Sou pouca coragem para tanto esplendor
o céu que és
Era tempo de cuidar e eu cuidava
Mulher linda estática quase inerte
Abandonada em graça para mim
Os meus olhos fechavam-se e abriam
Deslumbravam-me a mim com o que viam
Semicerrados em penumbra inebriante
Eu respondia
Pondo alma e coração em tudo o que fazia
E em movimentos largos
Outros pequeninos
Erguia o corpo e os braços
Crescia tanto
Que sentia curto o espaço
Para a minha nova dimensão
Depois descia
Flectia para baixo
Percorrendo caminhos de sonho e de magia
Ela continuava em sentimento
Estática abandonada
Linda
(Sol que eu tocava quente quente)
E meu Deus como queimava
Eu tremia
Transpirava
Suspirava
Inspirava
Expirava
Mas lá ia
Tacteando sempre
Qual ceguinho em noite de luar de prata a descobrir
E nos passos que dava
Incertos vagos inseguros
Ensaiava
Um momento tão intenso tão bonito
Que só posso dizer
Um momento assim
Será abraço terno com sabor a sempre
Que não esquecerei nunca
Mulher linda estática quase inerte
Abandonada em graça para mim
Os meus olhos fechavam-se e abriam
Deslumbravam-me a mim com o que viam
Semicerrados em penumbra inebriante
Eu respondia
Pondo alma e coração em tudo o que fazia
E em movimentos largos
Outros pequeninos
Erguia o corpo e os braços
Crescia tanto
Que sentia curto o espaço
Para a minha nova dimensão
Depois descia
Flectia para baixo
Percorrendo caminhos de sonho e de magia
Ela continuava em sentimento
Estática abandonada
Linda
(Sol que eu tocava quente quente)
E meu Deus como queimava
Eu tremia
Transpirava
Suspirava
Inspirava
Expirava
Mas lá ia
Tacteando sempre
Qual ceguinho em noite de luar de prata a descobrir
E nos passos que dava
Incertos vagos inseguros
Ensaiava
Um momento tão intenso tão bonito
Que só posso dizer
Um momento assim
Será abraço terno com sabor a sempre
Que não esquecerei nunca
uma luz de abraço e de sonho
Há dias assim
Parece que não acontece nada
E acontece
Lá fora Inverno frio
Fevereiro
O Céu cinza o mar o espelho dele
Ruas desertas um barulho solitário
Um vazio enorme que até arrepia a alma
E quem diria
Não longe desse Inverno frio
Desse Céu cinza e mar igual a ele
Que havia um dentro
Um aqui
Uma luz intensa a iluminar-me todo
Uma luz de abraço e de sonho
De carícia
Que fala de flores de amores de Primavera
E basta sorrir
Pôr na face uma cor de laranjal e mosto
E tudo fica quente e consolado
Corpo mulher olhar rubor e sentimento
Divino interior
Que transborda e envolve
Tão divino
Que apetece entrar e ficar nele
Abraça-me e aquece-me
Guarda-me se puderes
Porque se o fizeres
Não haverá coisíssima nenhuma
Que me apoquente
Nem frio nem medo nem má sorte
Nem pesadelos
Haverá apenas um som suave
Um eu e um tu fundidos
Num tempo eterno a passar
Sem se dar conta
Parece que não acontece nada
E acontece
Lá fora Inverno frio
Fevereiro
O Céu cinza o mar o espelho dele
Ruas desertas um barulho solitário
Um vazio enorme que até arrepia a alma
E quem diria
Não longe desse Inverno frio
Desse Céu cinza e mar igual a ele
Que havia um dentro
Um aqui
Uma luz intensa a iluminar-me todo
Uma luz de abraço e de sonho
De carícia
Que fala de flores de amores de Primavera
E basta sorrir
Pôr na face uma cor de laranjal e mosto
E tudo fica quente e consolado
Corpo mulher olhar rubor e sentimento
Divino interior
Que transborda e envolve
Tão divino
Que apetece entrar e ficar nele
Abraça-me e aquece-me
Guarda-me se puderes
Porque se o fizeres
Não haverá coisíssima nenhuma
Que me apoquente
Nem frio nem medo nem má sorte
Nem pesadelos
Haverá apenas um som suave
Um eu e um tu fundidos
Num tempo eterno a passar
Sem se dar conta
vou não vou
Tremendo a voz tossindo entupindo
Vou não vou
Devo não devo
Sou não sou
Que dou que tenho
Assim vou eu
Na última curva que faço
O embaraço cala ainda mais
Aperta o peito
Dói se dói
E repito
Vou não vou
Devo não devo
Sou não sou
Quem sou que tenho
Serei mesmo eu quem vai aqui
Ou um artifício que nada tem a ver comigo
Mas enfim o carro pára
E é entre noite e claridade
Que esta mente crítica céptica
De um momento para outro vira festa
A minha imagem esvai-se
Cala
Fico eu
Autêntico criança brincadeira
Em abraço mais abraço
Roda com roda
Um beijo um rosto uma carícia
A roda cresce
Há companheiros
Sorriso aberto em ti mulher que és vida
Flor amparo ninho
Novidade permanente em manhã celeste
Agita-se fogo em fogueira grande
Há arraial há gente
Há música no ar
Há amor
Caminha-se a dançar
Dançando se caminha
Há perfume de flores
Há campos prados giestas
Sente-se o mar quando se sente
Ora calmo ora agitado
Ondas redondas
Sal
Sensualidade
Ai que embalo que sinto companheiros
Que mimo
Que mais parece um regresso verdadeiro
Ao colo de menino
Vou não vou
Devo não devo
Sou não sou
Que dou que tenho
Assim vou eu
Na última curva que faço
O embaraço cala ainda mais
Aperta o peito
Dói se dói
E repito
Vou não vou
Devo não devo
Sou não sou
Quem sou que tenho
Serei mesmo eu quem vai aqui
Ou um artifício que nada tem a ver comigo
Mas enfim o carro pára
E é entre noite e claridade
Que esta mente crítica céptica
De um momento para outro vira festa
A minha imagem esvai-se
Cala
Fico eu
Autêntico criança brincadeira
Em abraço mais abraço
Roda com roda
Um beijo um rosto uma carícia
A roda cresce
Há companheiros
Sorriso aberto em ti mulher que és vida
Flor amparo ninho
Novidade permanente em manhã celeste
Agita-se fogo em fogueira grande
Há arraial há gente
Há música no ar
Há amor
Caminha-se a dançar
Dançando se caminha
Há perfume de flores
Há campos prados giestas
Sente-se o mar quando se sente
Ora calmo ora agitado
Ondas redondas
Sal
Sensualidade
Ai que embalo que sinto companheiros
Que mimo
Que mais parece um regresso verdadeiro
Ao colo de menino
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