quinta-feira, setembro 20, 2012

Portugal quem te viu e quem te vê...

Nosso comentário:


Portugal quem te viu e quem te vê...
A esperança que nasceu, cresceu, floriu, com a liberdade, paz, democracia, progresso, trazidos com o 25 de Abril de 1974.
Para quem se não lembra, terminavam então as guerras do ultramar (ex-colónias) que consumiam tempo, dinheiro e vidas de jovens na flor da idade, a este país então sem qualquer futuro, completamente isolado do mundo. Era um mundo de blocos na altura: o BLOCO SOVIÉTICO COMUNISTA (LESTE) liderado pela então União Soviética e o CHAMADO MUNDO LIVRE CAPITALISTA (OCIDENTE) liderado pelos Estados Unidos da América.
Nenhum deles apoiava a política portuguesa da altura, conduzida por Salazar, depois Caetano.
Aos portugueses de então restava emigrar, partir, porque o seu país definhava com índices de desenvolvimento terceiro-mundistas. Não havia trabalho, poucos eram os que tiravam um curso superior.
A esperança desse tempo, que carregava as desgraças de uma longa ditadura, viravam-se, com a revolução dos cravos, para o continente europeu.
Era como que um sonho que parecia poder tornar-se realidade. Era a saída de um Portugal arcaico, triste, pobre, oprimido para um núcleo de países livres, democráticos, desenvolvidos, com um sonho: O SONHO EUROPEU.
Vi cairem as fronteiras com Espanha, até então intransponíveis, vi acabarem os problemas das viagens inter países europeus, com câmbios e mais câmbios de moedas. Surgiu o Euro.
Vi um Portugal tornar-se irreconhecível para melhor da noite para o dia nesse tempo.
Vejo aqui e agora um Portugal tornar-se irreconhecível para pior do dia para a noite.
Uma Europa sem soluções solidárias, uma Europa que parece apostada em cobrar juros a quem se quiser manter nela.
Fortes e fracos, vencedores e vencidos, patrões e escravos. Fausto e fome lado a lado.
Uns europeus de 1.ª, outros de 2.ª, outros de 3.ª e assim por diante.
EUROPEU? 
Neste momento, espelho disso o meu país, é difícil sentir-se a Europa que já senti. Que pus inclusivé em verso algumas vezes. Essa Europa que nasceu qual sonho de paz, liberdade, democracia, solidariedade, prosperidade.
Oxalá tanto estrago, tanta cegueira de hegemonia, seja brevemente rompida, se possa ainda recuperar a noite escura que passamos.
 
 
PS. Como complemento ao nosso comentário, fiquem com uma notícia de "Negócios on line" sobre os efeitos das últimas medidas de austeridade em Portugal.


 
Fiquem bem, António Esperança Pereira
 
 
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A nova vaga de austeridade anunciada por Passos Coelho e Vítor Gaspar teve efeitos praticamente imediatos no sector imobiliário e no sector automóvel. No primeiro, a venda de casas caiu 50%; no segundo, vários negócios ficaram pelo caminho.
As mexidas na Taxa Social Única, que vão aumentar a contribuição dos trabalhadores, deixaram os portugueses sem saber quanto vão receber no final do mês. E isso foi o suficiente para que a procura de casas tenha caído 50%, explica o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, à TSF: “a nível de interessados tivemos uma quebra de 50%”.

Luís Lima conta que sentiu uma quebra na procura de casas e que mandou fazer um estudo junto de uma amostra representativa do mercado nacional, que confirmou a quebra de 50% na procura. O presidente da APEMIP disse à TSF que não se lembra de uma semana tão “negra”. Com as dúvidas relativamente aos salários, vários contratos que estavam apenas à espera da assinatura do cliente ficaram sem efeito.

No sector automóvel, a taxa, anunciada de forma vaga, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, sobre os contribuintes com veículos de alta cilindrada, também contribuiu para cancelar vários negócios. “Logo nesse dia existiram clientes com negócios para fechar que recuaram e disseram às empresas que tinham de esperar até que existisse um esclarecimento”, adiantou à TSF Hélder Pedro, secretário-geral da Associação de Comércio Automóvel de Portugal.

Hélder Pedro criticou o facto de não se ter explicado melhor a medida, que já começou a prejudicar a venda de carros de luxo. Desde Janeiro até Agosto, a venda de automóveis em Portugal registava uma quebra de 40,4% relativamente ao mesmo período de 2011. Passos Coelho sustentou, na entrevista que deu à RTP na passado semana, que a quebra na compra de automóveis explica metade da verba de receitas fiscais que não entrou nos cofres do Estado – e que estava previsto que entrasse.

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