segunda-feira, setembro 19, 2011

A Ana

Por, Manuel da Luz, Presidente da Câmara de Portimão

A Ana

A Ana é uma jovem mãe solteira e desempregada. Vivia com a filha, há duas semanas, num carro estacionado nas ruas de Portimão.

Preparava-se para entregar a menina a uma instituição com a certeza de que a criança estaria melhor lá do que com ela própria.

Cruzei-me ocasionalmente com esta situação e conseguimos intervir no sentido de lhe proporcionar alguma estabilidade e uma habitação.

A Ana já não dorme num carro. Nos dias que correm, as soluções para os problemas das pessoas são cada vez mais difíceis, mas não nos podemos refugiar no facilitismo de cortar a direito, como se isso representasse coragem política e determinação na governação. Sobretudo, deverá existir uma maior sensibilidade, de quem decide e de quem executa, quando se está perante os mais frágeis e os mais fracos. Não vale assobiar para o lado. A compaixão está na ordem do dia.

COMENTÁRIO MAIS VOTADO

"A Comissao *Fazer Bem Sem Olhar A Quem* Help Without Barrier's*,Agradece a CMP pela tao esmerada accao.*ESTAMOS CONVOSCO* Um abraco do tamanho do mundo, Saudacoes Portimonenses e Australianas"

Aderito Alvo
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Nosso comentário

Que bonito, sr presidente da câmara de Portimão!
Tenho conhecimento do muito que a câmara municipal de Portimão tem vindo a fazer por essa cidade.
Fica a ideia de que há sempre na actuação da respectiva câmara uma preocupação de modernizar, de fazer mais e melhor.
Vou-me apercebendo disso pelas realizações artísticas, desportivas, ambientais, que são prática comum dos últimos anos na cidade de Portimão.
Delas se faz devida divulgação nos media, mas também aproveitando os folhetos das contas da água por exemplo...em papel reciclável, não é?
Sempre com iniciativas de se lhes tirar o chapéu.

Desta feita dou por mim com umas palavras do seu presidente que muito apreciei.
Verdadeiramente surpreendente o caso da Ana descrito acima!
Numa altura em que, como diz e muito bem, a preocupação vai toda para o "facilitismo de cortar a direito" é gratificante para a alma, que ainda se possa fazer algo pelas pessoas.
Senti com esta notícia que o Portugal das pessoas não morreu, não morrerá, são o melhor que o país tem.
Que o seu exemplo vire prática comum, é o que desejo.
O país dos números, que ninguém entende, serve mais para desvios e fraudes de monta, do que propriamente para servir quem precisa.

Que bom seria se os senhores do governo e da regência estrangeira (FMI& friends) em vez de se vangloriarem com a venda ao desbarato de tudo o que é público, português, nosso, fizessem como o presidente da câmara de Portimão.
Antes de cortarem a direito, sem olhar ao desemprego, aos velhos, aos doentes, às crianças, aos educandos, aos doentes, vissem o mal que fazem às pessoas, sobretudo aos mais carenciados.
A Ana de Portimão, quem é a Ana de Portimão para os senhores das contas chorudas?
Sei que não é tema para agenda da troika/governo, acabar com as "anas da rua", as suas políticas são mais para multiplicar esse tipo de situações.
Continuem a cortar na saúde, os medicamentos já faltam nos hospitais, na educação, a vender ao desbarato o que é bom e é nosso.

Dizem-nos que é o único caminho. Nós, comodamente fazemos que acreditamos, mas sabemos que não é verdade ser esse o único caminho.
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Fiquem bem,

António Esperança Pereira

2 comentários:

  1. É bem verdade, os políticos só se preocupam com os números a apresentar,mas as pessoas não são números.
    A realidade de muitas pessoas é bem difícil não é só da Ana, mas de muitas Anas vulneráveis à situação que vivemos.
    Temos que olhar para o "Portugal das pessoas"
    Fiquei sensibilizada com a notícia e gostei muito do texto :-)
    Beijinhos SP

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  2. SP grato pela presença e comentário!
    Pois é, a verdade é que se assiste apenas a soluções financistas. Números números números.
    Creio que está pouco certa esta prática actual de que o "desenvolvimento económico" trará o resto.
    Trará?
    Pelo que se está a ver a espiral de crescimento, tida por muitos economistas de topo como um dado adquirido uns tempos atrás, está pelo menos em crise...
    Quem se trama com isso são as pessoas, todos nós, que queremos acreditar no que nos dizem sobre a infalibilidade do sistema, orientamos as nossas vidas em conformidade e...
    ?????????????
    Beijinhos

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