segunda-feira, abril 23, 2007

vão-se

Vão-se

prisioneiros que me habitam
abro-vos o portão
definitivamente

solto as correntes
a que vos prendestes
feridas profundas
que transporto
tristezas que restam de outro tempo

Vão-se

o corpo prisão tornou-se livre
depois da revolução
os carrascos já se foram assustados
ficaram sem trabalho
guaritas sem guarnição

saiam medos e afrontas
pensamentos violados
mil registos de tortura
o vento que sopra é forte

vão-se

que agora sou eu
quem tem o leme do vento
que sopra forte e avança
derruba muros amarras
tanta dor de sepultura

vão-se

porque eu livre sou gigante
sou forte não tenho medo
nada nem ninguém me vai deter

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