segunda-feira, abril 16, 2007

às vezes vou senão rebento

Ás vezes vou senão rebento
respondo a qualquer ordem escondida
do meu relógio biológico

enquanto vou animo e alivio
qual birra de menino pequenino
que não tem equipa para jogar
e tem que jogar sozinho

as falas dos outros não interessam
são sempre banais pouco atraentes
murcham os sentidos
nos intervalos grandes
entre tantos e tais enganos de um prazer maior

como que o dever esmaga
no dia a dia trivial adivinhado
na postura correcta fugidia
que esgota o ar e o olhar cansados

resta a solidão o desatino
como opção
opção que vira ritual relógio biológico
porque parece que ninguém nos compreende
nem existe à nossa medida

como nuvens espessas negras carregadas
que anunciam trovoada
que se não rebentam em trovões
clarões
águas de enxurrada
o ambiente fica denso tenso

e se não acontece nada
parece que não se aguenta
tanta energia acumulada

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