segunda-feira, março 30, 2009

nas minhas mãos um rosto


Nas minhas mãos um rosto
aparecido macio
rosa encarnada
mil sorrisos
em entrega aberta

o meu peito tenso
crente descrente
temente
atrevido arrepiado
preocupado
pela dor sem aspirina
de minhas mãos trementes

que desenho vivo grado
transbordante farto
eu tocava!

globo multicor de escola primária
terra mágica em cores berrantes
perfeita para a atónita criança
feita aqui forma feminina
deslumbrando-me a mim

no toque suave nela
embeveci pasmei
senti pensei humedeci
sequei transpirei insisti
sorri
dei recuei animei entristeci

mente e entendimento
tão complexos
intensidade a mais
impedimento
de ser simples conciso
preciso intuitivo
dado amante amado

bastaria no momento
abrandar a intensidade
formal mental
e tudo aconteceria
no mais tonto movimento
pueril primitivo rasca
tribal
de quem não pensa tanto
e vive mais

1 comentário:

  1. Poderá não ser o Fernando Pessoa meu amigo, mas acredite: gostei de muito do que li. Continue!
    JS/

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