
O que se tem e que se perde
faz falta dói
não evito o apego a dependência
protesto grito
choro vivo aflito
no escuro da insónia
na astenia dos dias
fico um tempo lá
era fruto alimento
e foi-se
acabou
havia e já não há
na ausência sente-se a fome
que esmaga devora
que suga
procura-se amparo
um colo uma mão
mas o próprio amparo
dói como a ferida
até que um dia
o fundo da dor
o limbo do nada nos arrepia
e faz reagir
para voltar a ser
esperar o quê?
que aconteça o quê?
se a porta encerrou
se o caminho findou?
não há não há
terminou foi-se
ponto final
há que aceitar
o que acabou
há que arrancar
para outro lugar outro pomar
que aquele secou
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