sexta-feira, março 27, 2009

de fina traça e graça


Tudo o que era velho na casa renovada
da cidade
pôs na casa de província
abandonada
de fina traça e graça ainda

coitada da casa antiga
ninguém lhe liga
parece agora fiel depositário
de carqueja

teve gente vida envelheceu
agora em vez de aproveitada
para novos tempos
novas missões…

cai-lhe velharia
que acentua a sua idade

olhando para ela
alvenaria
paredes grossas nobre extensa
bem enquadrada na ambiência

merecia não estar como está
indivisa
perdida no destino
á espera quiçá da última estocada

resta-lhe olhar observar
mais a chorar do que a sorrir
as zangas dos familiares
pela sua oblíqua disputa
por indivisa

um despeja outro vai lá
(luta inglória)
nervos em franja com o que vê
porque ainda lembra pai avó
e do insulto que o espectáculo é
á sua memória

devia defender-se o património
casas antigas palacetes
e talvez o Estado
se quisesse
pudesse impedir tanto lixo
no lugar errado

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