terça-feira, março 24, 2009

Rudolfo Nureyev eu


Esticava-me todo distendia
transpirava
os olhos cerrados em dança suave
luz reduzida

esquecia
eu diria que nada pensava
nada existia
só um corpo em chamas
a deixar-se ir

a música ajudava a alma aquecia
a viagem inebriada
o voo

a um tempo erguia
a outro caía

ajoelhava virava
crescia tombava

Rodolfo Nureyev eu
solto
absorto
crescendo crescendo
em salto rodopio
bolero de Ravel
a entornar
a fender a rasgar
a ir
no limite do ser

podia sentir-me sem exagerar
com os pés em Neptuno
um braço em Marte
outro em qualquer parte

o espírito inundado pelas estrelas

fiquei assim até a dança acabar
e a consciência acordar!

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