
Esticava-me todo distendia
transpirava
os olhos cerrados em dança suave
luz reduzida
esquecia
eu diria que nada pensava
nada existia
só um corpo em chamas
a deixar-se ir
a música ajudava a alma aquecia
a viagem inebriada
o voo
a um tempo erguia
a outro caía
ajoelhava virava
crescia tombava
Rodolfo Nureyev eu
solto
absorto
crescendo crescendo
em salto rodopio
bolero de Ravel
a entornar
a fender a rasgar
a ir
no limite do ser
podia sentir-me sem exagerar
com os pés em Neptuno
um braço em Marte
outro em qualquer parte
o espírito inundado pelas estrelas
fiquei assim até a dança acabar
e a consciência acordar!
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