
É manhã
Portugal sul Abril
em azul claro
apetece tocar beijar
as bravias flores multicores
quase sem altura
as figueiras pequeninas
colando as folhas ao chão
por necessidade de alimentação
e cujo tamanho
em pouco ultrapassa a minha cintura
apetece seguir cada carreiro
na falésia grande
apenas separada do mar atlântico
por línguas de areia onde
se desnudam corpos escaldantes
(flores brancas em bronze
vindas de longe)
o sol aquece a praia
descobre a vida
dá-lhe magia fantasia
põe sonho onde por vezes
só pesadelo havia
mas são ciclos de vida breves
flores reais só passageiras!
mal se mostram
logo murcham desaparecem
e a noite acaba por cair
no mesmo chão
que ora é quente
cor beijos fruto infinito
ora entristece desaparece
muda arrefece
fica no espaço florido
um espaço deserto
onde os passos lestos inspirados apaixonados
se tornam pesados frouxos
arrastados
sem motivo para se animarem
na noite longa que sucede
a cada adeus
a cada ciclo
dia tantos de tal
Abril em Portugal
não o será jamais!
Sem comentários:
Enviar um comentário