
cedo vi cultivar a terra
tratá-la amanhá-la
ser ela a fonte natural
de rendimento e de sustento
dinheiro havia pouco
ou não havia
mas a importância que isso tinha
não era a importância que hoje tem
era então mais importante
casa farta alimento
uma leira grão na eira
azeitona e uva no lagar
quase não havia distância
e o limite da vida
era logo ali
na capela das alminhas
na romaria da ermida
eram tempos esforçados
sem ganho e muita agrura
enxada vacas e mulas
arado cabras e porcos
cujo proveito daria
para um fato domingueiro
lembro este apontamento
hoje em tempo de cidade
sobre o tempo dos tostões
com uma certa piada
já que a crise instalada
em boa verdade
é a quebra de uns milhares
em milhões de triliões
ou seja …
só quebra de cobertura
para mais fartura
por isso…
deprimam-se com a depressão
cultivem a preocupação
mas se pensarem bem
se se lembrarem do antes
mesmo em quebra de fartura
só a rima se mantém!
tostões milhões triliões
que o resto…
não tem comparação
é como a noite e o dia
é como o nada e o tudo
é como a falta e a sobra
é como a pobreza e o luxo!
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