sexta-feira, dezembro 05, 2008

Portugal e o impossível


O impossível acordou cansado
farto desgastado
de um pesadelo
que afinal era verdade
viu de repente o mundo do avesso
fugir-lhe a clientela

tal era largo e fundo
o fosso entre o que via hoje
e o que vira dantes...

ficou mudo
afónico doente
embrulhado em lençol de leito
com o que via !

um povo triste que o servia
histórico desânimo
preguiça
um fado escurecido
desgraça morte dor
alimentado para o seu fulgor...

passou a ter
olhos na cara
ânimo
a querer ser correr
acreditar
fazer como fazem os melhores

e o impossível petulante
de cartola e de pantufas
em palácio encantado de fortuna
feita com a não fortuna
dos outros…

ficou errante e só
no seu luxo ró có có…

cada vez mais longe
da verdade
do país Portugal
realidade

abram-se os olhos
sintam-se os pés
mude-se de vez
o disco do desgosto
que fez do impossível
o senhor que é

reponha-se Portugal de pé
entre os maiores!

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