
Reparo no enfado na ausência
de consciência
que se experimenta
na fartura da presença
é no mínimo caricato tal enfado!
centenas de canais de televisão
outras tantas estações
na telefonia
milhares milhões de “sites” na internet
coisas sérias diversões
jogos reais
jogos virtuais
brinquedos de brincar
brinquedos de cifrões
e a noite de natal tão oca
tão sem nada que dizer
sem alegria alegre
para viver!
se percebesse a razão
de tanto tédio
em seara grada
recheada árvore de natal
tecnologias avançadas de pasmar
e não quisesse tirar ao progresso
(porque não quero)
o seu curso natural…
teria de o explicar na tradição
e no desfasamento que há
quando se dá a mesma solução
ao que havia há dois mil anos
e já não há!
como encontrar paz menino Jesus
manjedoura bafo quente
vaquinhas e burrinhos
um sorriso divinal iluminado
de deserto pregação
num tempo hoje
em que só se vive
se sobrevive
em confusão?
em aldeia global mediatizada
industrializada
iluminada
de luz artificial
em que já não se vê
o que dantes por ter estrelas a brilhar
se via…
e que era suposto ser o céu?
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