As palavras viajavam pelo tempo
entusiasmavam deprimiam
perdiam-se nas curvas das noites
e dos dias
das coisas
que fizeram tanto sentido
que marcaram lugares dias horas
atitudes
no movimento imparável dos relógios
depois feita distância
toda a lembrança perde intensidade
sobrepõe-se o enfrentar da realidade
no presente
nas memórias idas
conjectura-se no mundo dos SE’S
das escolhas feitas
das dúvidas
nas tantas opções que se mostraram
tudo tão absoluto em cada altura
tão esmagador omnipotente
que tira o sono a felicidade
e gera até dificuldade
em vislumbrar futuro
afinal de contas
em tantos milhões de curvas
opções
em termos de vida toda
pouco conta a omnipotência das coisas
o impacto que causaram
que o tempo paulatinamente
passa
e ao passar
vai resolvendo tudo sem se importar
com o que importa muito ou não importa nada
simplesmente passa
somos obrigados a pensar
que mesmo o que parecia insondável
inquestionável insubstituível
inegociável
afinal de contas
aqui e agora
que importância tem
a importância que as coisas tiveram
ou não tiveram
fica tudo o que passou tão relativo
agora
quando as nossas falas
reacendem a fogueira dos SE’S
tão sem actualidade cor sentido
que apenas podem ter
o sentido que pode ou não fazer
queimar tempo actual
com tempo antigo
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