sexta-feira, julho 13, 2007

abandono quietude meditação

Compreendo quem opta por extremos
abandono quietude meditação
a paz o odor que se experimenta
sentir o ar a preencher o corpo
levar a quietude ao interior
doseá-lo quase como se quer

parar a paz

pôr em cada poro
o colorido que se escolhe
o caminho do prazer
transe viagem interior
na quietude dimensão tão integrada
que quase se confunde
com esquecimento ausência outro mundo

mas há um regressar

assim como uma viagem de sonho
que se faz nas férias grandes
depois acaba

o burburinho da vida chama
o regresso ao habitual
os deveres do dia a dia dificuldade
o tropeção no desconforto mundo cão

compreendo que é bom viajar na imensidão
do sonho êxtase
mas quando se abrem os olhos
em devagar contacto
primeiro com o tacto
depois com os outros órgãos dos sentidos

a diferença é colossal
entre os dois mundos
estranha-se tudo
até o susto do contacto próximo

qual ser desadaptado
que a todo o momento pode ser tentado
por uma viagem sem regresso
seja por convicção de estar ausente
ou pelo simples medo de estar vivo
e presente

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