segunda-feira, abril 27, 2020

COVID19 - POEMA XIII


Nota do autor do blog: 


Enquanto a pandemia vai durando, parece-me oportuno divulgar alguns escritos a respeito.
Hoje publico mais um, em formato de POESIA, pois claro.
É uma maneira de puxar pela palavra, também uma maneira de ajudar a construir a história deste pesadelo, que nos calhou em sorte.
É um poema em estilo simples e popular. Daqueles que se escrevem ao correr da pena, se assim se pode dizer.
Sempre gostei de estilos simples, pouco rebuscados. 
Nunca me dei bem com a literatura que ninguém percebe, muitas vezes redigida com o dicionário por perto.
E, quando estou a ler, como gosto de perceber o que leio, também, quando estou a escrever, gosto que percebam o que escrevo. 
Daí o uso e abuso de uma escrita simples e entendível.
Dito isto, façam o favor de ler o poema.



COVID19 XIII


Se alguma coisa aprendi
Com esta confinação,
É que há dois tipos de prisão:
Aquela que eu já vivi
E esta que ainda não.

Uma foi para condenar
As coisas que escrevi.
Disse mal do Salazar,
Fui a Caxias parar.

Esta outra não condena
É por mor da pandemia
Puseram-me de quarentena
Porque “a coisa” contagia.

A vida tem destas coisas
Estamos sempre a aprender
Porque há coisas e loisas
Enquanto o tempo correr.

Seja pr’a bem ou pr’a mal
Estar preso é ingrato
Isola da vida em geral
Fica um deserto o contacto.

Pois que passe a pandemia
Que volte a vida à cidade
Dói ver assim noite e dia
Um Abril sem liberdade.

AEP/


Fiquem bem, de preferência em casa.

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