segunda-feira, abril 13, 2020

COVID19 IX- Uma rapariga jeitosa

Nota do autor:

Mais um poema de minha autoria.
Embora inspirado como outros no Covid19, tema atual e deveras preocupante, este tem de diferente um toque de graça.
É mais leve.
Não que a situação seja de deitar foguetes, longe disso.
Mas saiu assim e resultou menos pesado. Uma situação real, um tanto fora da preocupação central do vírus dos nossos pesadelos.
Oxalá gostem.

COVID19 IX



Uma rapariga jeitosa
Em roupa fresca e calção
Vinha do court de ténis
Da nossa urbanização.
Ambos nos encontrámos
Na saída do portão.

Eu rodava a chave em vão
Na fechadura estragada.
Ela, mais lesta e mais solta,
Ignorando a pandemia,
Ficou bem perto chegada
Ao invés de se ir embora,
Cumprindo as normas em voga.

Bem junto a mim sugeriu
Que o portão só abriria
Pondo o braço de fora
E abrir pelo outro lado.
Que era assim que fazia
Para contrariar o defeito
Da fechadura estragada.

E foi bem dito e bem feito.
Resolvida a situação
Tal com ela dizia
Ofereceu-me a primazia
Na passagem do portão.

Eu fiquei mudo e quedo
Quase sem respiração
Quer pelo medo que sentia
Pela proximidade exigida
Quer pela sua simpatia.

E ante tanta pressão
Outra tanta nostalgia
Em dias de cólera e ira
(Tempo de COVID19…)
Há uma situação que inspira.

Diria mesmo: comove!
E que faz bem ao coração.

AEP/

Fiquem bem, de preferência em casa.

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