quinta-feira, abril 09, 2020

COVID19 II - Poema


Nota do autor:

Tendo em consideração que o POEMA COVID19 VII foi apreciado pelos leitores e, sendo infelizmente o tema do momento, arrisco a publicar mais um da série COVID19. 
Trata-se do segundo poema de uma série de oito que até hoje o dito vírus já "inspirou".
Oxalá a pandemia passe depressa pois faz pouco o meu género aprofundar temas mórbidos e desgraças tamanhas.
Apesar disso, não deixarei de registar o acontecimento terrível com estes e outros escritos em futura publicação.
O poema de hoje chama-se 
COVID19 II




COVID19 II



Olho para a rua e vejo-os passar
Seres medrosos outros mais afoitos
Uma pessoa na porta a espreitar
Outra levando à rua o seu caniche.

Pessoas com um aspeto anormal
Uns passinhos tímidos por medo
Não há sons de vida, ou há poucos.
Falar não se pode, nem em segredo
E não acontece por demência.
É que está proibido o contacto social
Num país em Estado de Emergência.

Parece castigo; tudo em casa, no abrigo.
Parece guerra antes do bombardeamento
Este silenciar de uma cidade, digo:
De um país inteiro, um mundo inteiro
Em trágico e insólito momento.

Um silêncio, um deserto, um desatino
Um tempo que não passa depressa
Como se queria que passasse. Um destino
Que nos põe doentes e nos mata.

AEP/


Fiquem bem, de preferência em casa.









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