Nota do autor:
Tendo em consideração que o POEMA COVID19 VII foi apreciado pelos leitores e, sendo infelizmente o tema do momento, arrisco a publicar mais um da série COVID19.
Trata-se do segundo poema de uma série de oito que até hoje o dito vírus já "inspirou".
Oxalá a pandemia passe depressa pois faz pouco o meu género aprofundar temas mórbidos e desgraças tamanhas.
Apesar disso, não deixarei de registar o acontecimento terrível com estes e outros escritos em futura publicação.
O poema de hoje chama-se
COVID19 II
COVID19
II
Olho
para a rua e vejo-os passar
Seres
medrosos outros mais afoitos
Uma
pessoa na porta a espreitar
Outra
levando à rua o seu caniche.
Pessoas
com um aspeto anormal
Uns
passinhos tímidos por medo
Não
há sons de vida, ou há poucos.
Falar
não se pode, nem em segredo
E
não acontece por demência.
É
que está proibido o contacto social
Num
país em Estado de Emergência.
Parece
castigo; tudo em casa, no abrigo.
Parece
guerra antes do bombardeamento
Este
silenciar de uma cidade, digo:
De
um país inteiro, um mundo inteiro
Em
trágico e insólito momento.
Um
silêncio, um deserto, um desatino
Um
tempo que não passa depressa
Como
se queria que passasse. Um destino
Que
nos põe doentes e nos mata.
AEP/
Fiquem bem, de preferência em casa.
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