Numa altura em que o mundo parece louco, que tudo perdeu ou anda a perder a cabeça, há um homem sereno a passar uns dias na Ilha da Madeira: Cavaco Silva.
O país em que ele é o Presidente da República está à espera de uma decisão sua sobre a governação do país, mas até à data...
Nada.
A pressa não é nenhuma, a vontade ainda menos.
Eu digo que anda sereno mas também não sei sobre a veracidade da minha afirmação. Sabe-se que vai fugindo de confusões, o que não denota serenidade nenhuma.
Denota pelo contrário medo.
O desmaio em público e outras contrariedades, devem ter acicatado esta vertente da "miaúfa presidencial".
Depois, a simples ideia que lhe deve martelar a cabeça de ter que dar posse ao governo eleito pela maioria de deputados que, segundo ouço dizer, ele considera de 2.ª e de 3.ª, deve arrasar a sua visão pouco aberta e ampla de estadista.
Tais deputados de 2.ª e de 3.ª, já se vê, não são uns deputados quaisquer, uma vez que, tendo assento parlamentar, isso lhes confere uma representação popular efectiva.
E tal assento parlamentar, há que sublinhar isto, é maioritário em relação à ex-maioria da preferência ideológica de Cavaco Silva.
61% versus 38%
Onde está a dúvida?
Bom, as eleições havidas parecem não ter tido a mínima importância. Houve-as realmente mas haveria que repeti-las (opinião dos perdedores PáF) até à exaustão, até darem o resultado pretendido pelo regime ainda em exercício.
Infelizmente, pelas últimas afirmações que li do PR proferidas na Ribeira Brava (R.A. Madeira) até parece agora inclinar-se para a opção de governo que ele próprio (PR) alvitrara como sendo a pior de todas as opções possíveis:
-Um governo de gestão.
Valha-nos Santo Ambrósio e que todos os santos nos protejam destas democracias dos mesmos.
Porque caros leitores uma democracia dos mesmos não é uma democracia.
Quando muito será uma autocracia que diz tolerar "minorias políticas" apenas visando com tal tolerância o enfeite dos boletins de voto de partidos e partidecos que nunca poderão governar.
Poderão assim encher a boca de que são "democratas assumidos" mas com a hipócrita convicção de que "os outros" nunca poderão governar.
O mundo parece louco, Portugal não foge à regra.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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