sexta-feira, novembro 27, 2015

Ao colo, e à pala da Troika


Se dúvidas tínhamos de que havia mais que um caminho, apesar da lavagem ao cérebro feita sobre os portugueses nestes últimos quatro anos, o novo governo que agora tomou posse desfez essas dúvidas.
Poderia aventar-se que apenas o discurso mudaria. Como normalmente se diz quando um "novo alguém" toma posse. 
E já não seria pouco se tal acontecesse.
Mas não. Não mudou só o discurso.
Mudaram também as pessoas, E com elas, a afirmação de um novo rumo e tratamento que se podem dar à sociedade como ela na realidade existe.
Um Portugal de Pessoas, não um Portugal de números avulsos. 
Portugal somos todos, não apenas alguns, como essa suposta elite de direita extremada a todo o custo queria fazer crer.
Com eles apenas alguns teriam direito a "SER" num caminho obrigatório, sem esperança, sem futuro, sem progresso, sem dignidade, sem melhor e mais equidade. 
Um país rendido e ajoelhado.
Medo, medo, medo.
Esta a divisa aplicada por eles às molhadas a um povo que se foi conformando (rendendo não) consentindo assim que tal gente pudesse com a sua governação maltratar o país durante tanto tempo.
Uma sociedade espartilhada e assente em velhas práticas de antanho, apenas adaptadas e mal, aos tempos de hoje.
Um era negro, o outro branco, um era novo o outro velho, um pobre o outro rico, um filho de deus o outro do diabo e assim sucessivamente.
Caridade, pobreza, emigração, eram a constante de um tal "caminho".
Nunca julguei no século XXI ver o meu país com tais e tantos factores de divisão, de segregação. 
Factores esses injectados e propagados na população pelo poder instalado para nele tentar perpetuar-se.
Era o "dividir para reinar". 
O PARECER em vez de SER.
Mas a vontade do povo foi mais forte e as tais minorias elitistas, divisionistas, de direita extremada tiveram que abandonar o poleiro.
O dia deles chegara. Aves de mau agoiro trazidas à ribalta da governação ao colo e à pala de uma Troika de má memória.
Constato hoje e para terminar, que não foi por acaso que ficou tão célebre uma frase gritada nas ruas no pós 25 de Abril de 1974:
"O povo unido jamais será vencido".

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


quarta-feira, novembro 25, 2015

Fumo branco em Belém!


Finalmente houve fumo branco para os lados de Belém. 
Para quem não sabe e é falante de português, Belém é a zona de Lisboa onde, entre muitas outras coisas, se situa o Palácio de Belém que é a sede da Presidência da República Portuguesa.
Neste momento e em fase terminal esse Palácio é ocupado por Cavaco Silva. 
Digo em fase terminal porque cada chefe de Estado eleito só pode exercer os poderes presidenciais durante dois mandatos. Dado Cavaco Silva se encontrar em finais do segundo mandato,  terá de deixar o palácio de Belém dentro em breve.
Para que tal aconteça, estão já marcadas eleições para finais de Janeiro próximo, que darão lugar ao "senhor que se segue" ou à "senhora que se segue". 
Sim, que desta feita, há que salientar o facto, estão na corrida a Belém pelo menos duas candidatas, o que pode, caso uma de entre elas vença as eleições, dar lugar ao primeiro "Presidente da República Portuguesa"do sexo feminino.
Portanto, para além do fumo branco que Cavaco finalmente se dignou largar ao decidir-se pela aceitação do novo primeiro ministro, António Costa, existe a animação das eleições presidenciais que se avizinham.
Novo governo por um lado, renovação presidencial e parlamentar por outro, conferem a Portugal uma novidade e esperança políticas nunca antes vividas desta maneira após o 25 de Abril de 1974.
Quem havia de dizer?
Parecia tudo rolar sobre rodas para os que detinham o poder e, de repente, zás.
Surge assim para eles como que uma potente trovoada, relâmpagos e nuvens grossas carregadas de electricidade poderosa surgindo de todos os lados.
Quando tudo parecia votado ao ostracismo, a um caminho morno e insípido de "caminho único" sob a batuta de uma direita submissa, empobrecedora, nada inspirada nem inspiradora, eis que muita coisa acaba por acontecer.
Muita coisa acaba por acontecer e por isso mesmo se espera que muita coisa mude.
A esperança renasce enfim, após um tempo de sonambulismo político, de infelicidade nacional, de ausência de progresso, de soluções para Portugal.
Um tempo que a mim próprio, apesar de não me considerar um céptico assumido, me parecia por vezes ter vindo para ficar.
Mas não. 
Os portugueses estão aí de novo, cheios de vontade. 
Apesar de tanta asneirada feita, poderá ainda ser possível salvar muita coisa. Recuperar com empenho e querer da estagnação e do servilismo que vinham minando este nobre povo, esta nação valente que não pode soçobrar por dá cá aquela palha.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



sábado, novembro 21, 2015

Que ganhe o melhor, de preferência...


Nada como um Sporting-Benfica em futebol para fazer parar Portugal. 
Diria mesmo que todos os problemas ficam adiados, as excitações compensadas, o povo esquece-se por um tempo que há coisas mais importantes que o futebol.
Há um Sporting-Benfica, desta vez para a Taça de Portugal, o país praticamente pára para saber qual será o vencedor e o vencido.
Trata-se de um jogo a eliminar, pelo que não há uma 2.ª chance de compensar um mau resultado. As equipas sabem isso, os adeptos também.
Por um tempo, enquanto as expectativas duram, enquanto a ilusão permanece, enquanto a clubite fala mais alto, nada mais existe para além do derby.
Por mim, que sou adepto mas não doente, só o policiamento feito à molhada me traz permanentemente à lembrança o mundo perigoso em que se vive.
Tenho pena que assim seja, pois quem como eu gosta de desporto, dispensaria certamente tanto aparato policial, mais fazendo lembrar uma guerra e não de uma "festa de futebol".
Tudo em nome de uma segurança reforçada e ante uma permanente ameaça dos maus.
Considerações à parte, estou a escrever isto mesmo à tangente, pois não quero dentro de alguns minutos faltar à partida de futebol.
Está frio em Lisboa, mas se não chover poderão estar reunidas todas as condições favoráveis para um bom espectáculo.
Há animosidades entre os dois clubes, é sabido, mas isso não constitui novidade.
Desde que me conheço que uma tal rivalidade sempre existiu e nunca totalmente pacífica.
Em garoto vi-me muitas vezes e desejei-me para me equilibrar em paz e com pouca porrada aderindo a um dos lados, Benfica ou Sporting, clubes maioritários na minha terra.
Pertencendo a um dos grupos, Benfica ou Sporting, presentes maioritariamente na garotada do meu tempo estaria mais a salvo de um isolamento incompreensível pelos demais garotos, logo perigoso para a minha segurança individual.
Termino, pois faltam dez minutos para o início da contenda.
Oxalá tudo corra bem e que este interregno faça bem aos portugueses e a Portugal numa altura em que a tensão e a crispação entre a população, são mais que evidentes.
Que ganhe o melhor, de preferência o Benfica. 


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


quarta-feira, novembro 18, 2015

Guerra, Paz, Palavras...


Hoje queria escrever mas não consigo escrever nada de jeito. 
Como o mundo está, da maneira que chega em catadupa informação aberrante de todos os quadrantes, parece impossível não conseguir dizer nada. Não escrever nada de jeito. Nada que seja pelo menos uma revisão da matéria sobre a situação deste mundo actual. 
Mas na verdade, cruza-se na minha mente o politicamente correcto de se dizer, com o politicamente incorrecto de se dizer. Essa dualidade anula-me a vontade.
Parece de quando em vez surgirem algumas ideias claras, um despertar para algo claro, transparente, minimamente racional, capaz de formar uma mensagem digna desse nome, que nem mereça da minha parte qualquer reparo ou contestação. 
Mas logo se esvai uma tal clareza, uma tal racionalidade, esfumada na bruma da enxurrada da informação e contra-informação.
Somos assediados permanentemente com duas coisas: a realidade ela mesma, por um lado, a realidade escrita na nossa mente (herdada, fabricada, armazenada, encrostada) por outro.
E perante os desafios diários, permanentes, difíceis, contraditórios, em que ficamos?
É o que aquele diz que é correcto? é o que eu penso que é correcto? ou nada é correcto, tudo vale o que vale, nada mais, tudo não passará de um conjunto de conceitos a que damos nomes de conveniência para efeitos de arrumação mental?
Porque, seja aqui ou em outra parte da geografia, lá estão as pessoas, a vida, os usos e costumes, a imitação, os julgamentos, as escolhas, a paz, a guerra, o inevitável confronto, a miséria, a fartura, a organização, o deserto, o oásis, palavras e mais palavras, conceitos e mais conceitos, chavões e mais chavões.
Nomes, conceitos, saber, que se encaixam nos egos do mundo de acordo com as coordenadas dos sítios e dos tempos em que esses egos habitam.
Será tudo apenas para se atribuir um sentido à existência, nada mais? 
Porém são essas palavras, esses conceitos, esses usos e costumes, essa imitação, esses chavões, essa miséria, essa fartura, esse deserto, esse oásis, que acentuam as diferenças que mal entendidas, mal aproveitadas, dividem a vida, separam as gentes. 
Em vez de gerarem riqueza, diversidade, pluralidade, pelo contrário geram ódio, medo, vaidade, frustração, racismo, animosidade.
As palavras deveriam existir apenas para serem palavras, para que a humanidade se entendesse, para que fosse capaz de criar, de progredir, nada mais que isso.
Mas não.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira





segunda-feira, novembro 16, 2015

Pressa nenhuma, vontade ainda menos


Numa altura em que o mundo parece louco, que tudo perdeu ou anda a perder a cabeça, há um homem sereno a passar uns dias na Ilha da Madeira: Cavaco Silva.
O país em que ele é o Presidente da República está à espera de uma decisão sua sobre a governação do país, mas até à data...
Nada.
A pressa não é nenhuma, a vontade ainda menos.
Eu digo que anda sereno mas também não sei sobre a veracidade da minha afirmação. Sabe-se que vai fugindo de confusões, o que não denota serenidade nenhuma.
Denota pelo contrário medo.
O desmaio em público e outras contrariedades, devem ter acicatado esta vertente da "miaúfa presidencial".
Depois, a simples ideia que lhe deve martelar a cabeça de ter que dar posse ao governo eleito pela maioria de deputados que, segundo ouço dizer, ele considera de 2.ª e de 3.ª, deve arrasar a sua visão pouco aberta e ampla de estadista.
Tais deputados de 2.ª e de 3.ª, já se vê, não são uns deputados quaisquer, uma vez que, tendo assento parlamentar, isso lhes confere uma representação popular efectiva.
E tal assento parlamentar, há que sublinhar isto, é maioritário em relação à ex-maioria da preferência ideológica de Cavaco Silva.
61%  versus 38%
Onde está a dúvida? 
Bom, as eleições havidas parecem não ter tido a mínima importância. Houve-as realmente mas haveria que repeti-las (opinião dos perdedores PáF) até à exaustão, até darem o resultado pretendido pelo regime ainda em exercício.
Infelizmente, pelas últimas afirmações que li do PR proferidas na Ribeira Brava (R.A. Madeira) até parece agora inclinar-se para a opção de governo que ele próprio (PR) alvitrara como sendo a pior de todas as opções possíveis: 
-Um governo de gestão.
Valha-nos Santo Ambrósio e que todos os santos nos protejam destas democracias dos mesmos.
Porque caros leitores uma democracia dos mesmos não é uma democracia. 
Quando muito será uma autocracia que diz tolerar "minorias políticas" apenas visando com tal tolerância o enfeite dos boletins de voto de partidos e partidecos que nunca poderão governar.
Poderão assim encher a boca de que são "democratas assumidos" mas com a hipócrita convicção de que "os outros" nunca poderão governar.
O mundo parece louco, Portugal não foge à regra.


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira




sábado, novembro 14, 2015

A rapariga era francesa ele tunisino


Nosso comentário:


Face aos acontecimentos da última noite em Paris, tenho que revelar uma memória que me apetece recordar. Não nos pormenores, seria maçudo fazê-lo, mas apenas uma nota apropriada e actual.
Apropriada porque tem exactamente que ver com um Tunisino (jovem da Tunísia) que estudava e residia na capital francesa.
Mas já lá vamos.
Eu e um amigo acabáramos esse ano (1966) mais coisa menos coisa, de entrar na Universidade, muito jovens ainda portanto. Eu na Universidade Técnica de Lisboa, ele na Universidade de Coimbra. Em gozo de férias grandes na cidade da Beira Alta que nos viu nascer, Pinhel, resolvemos ir até Paris.
Era Agosto.
Carregados com duas mochilas emprestadas, entre algumas lamúrias de nossas mães, lá partimos levando uns magros trocos de sobrevivência que nossos pais assentiram em dar-nos .
Na altura, há que dizê-lo, fazer isto era muito à frente. Os jovens europeus, raparigas mesmo, já andavam nestas andanças de "auto-stop" havia um tempo. Em Portugal davam-se apenas os primeiros passos. 
Salazarismo, ditadura, país fechado, pobreza, dificuldades imensas até para arranjar passaporte de turista, logo era compreensível esse atraso civilizacional de algumas décadas em relação aos demais.
Bom, mas não é minha intenção nesta memória, nem divagar, nem pormenorizar, nem maçar os leitores com pessoalismos da viagem.
Deixo desta feita à imaginação de cada um as peripécias intensas e inesquecíveis que ficam de uma viagem como essa numa idade dessas
Hoje, apenas quero, após os acontecimentos dantescos de Paris na noite passada , recordar sinteticamente o seguinte:
-Bayonne é uma cidade do sul de França. 
Ela fora, durante a viagem rumo a Paris, um dos sítios onde uma das "boleias" que nos foram dando simpáticos automobilistas nos pousou.
Um grupo de jovens que ali acampava por perto e quando a noite já caía, cumprimentou-nos e sugeriu que poderíamos passar a noite no acampamento deles. Acrescentaram que tinham uma ou outra tenda livre, não era longe e que não nos preocupássemos com nada.
Estávamos cansados, a barba já crescia, Precisávamos de pousar um pouco.
Intuitivamente aceitámos a oferta. 
Fomos muito bem recebidos e melhor tratados. De tal maneira que fizémos amigos. 
Na manhã seguinte vieram trazer-nos de carro ao cruzamento mais indicado de Bayonne para fazermos "auto-stop" e rumarmos a Paris.
Regressaram ao acampamento, num adeus bem cordial, nós ficámos plantados com nossas mochilas à beira da estrada. 
Ora bem, foi nesse cruzamento de Bayonne que travámos conhecimento com um parzinho (um rapaz e uma rapariga) que rumava também a Paris.
Conversámos bastante enquanto pedíamos boleia a carros e camionetas que passavam, Eles estavam primeiro, logo partiram primeiro. Levou-os um camionista de longo curso. 
Durante a conversa, e antes de nos separarmos, tinham tido a amabilidade de nos oferecer alojamento no apartamento em que moravam nos arredores de Paris.
"Quando chegarem lá (a Paris claro) disse-nos o rapaz, telefonem, não deixem de aparecer". Deixaram telefone e morada.
Realmente aparecemos quando aportamos a Paris. 
No seu minúsculo espaço/apartamento, pernoitámos na melhor harmonia e respeito mais de 15 noites que passámos na Cidade Luz.
Ela, a rapariga, era francesa, ele tunisino. Um par encantador aos olhos deste beirão que andava de olhos arregalados a descobrir a encantadora e sonhada Paris.
Pensei muito neles a noite passada, ao ver as imagens que passavam ao pormenor na televisão diante destes meus olhos de 2015.
Veio-me o cheiro desse tempo, toda a esperança e futuro que a juventude implicitamente contém, veio-me o cheiro a morte emanada do televisor deste tempo, Novembro/2015. 
Tanta gente para quem a vida findava ali sem dignidade, sem sentido, sem qualquer merecimento.
Fiquei triste, muito triste.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira




quinta-feira, novembro 12, 2015

A Democracia venceu o medo


Tem andado bem acesa a luta política em Portugal. 
Há que dizer que já não era sem tempo que uma mexida séria acontecia no marasmo que se instalara de políticas de empobrecimento do país. Uma mexida num caminho feio, que nos queriam fazer querer que era obrigatório e único.
Num caminho que pusera uns contra os outros, num rumo sem qualquer aposta no crescimento, logo um caminho sem esperança.
Por isso mesmo, pelo marasmo, pela desesperança, cerca de meio milhão de portugueses, na sua maioria jovens, houvera que emigrar.
Com uma classe média destroçada, um aumento global da miséria dos mais miseráveis, a venda sistemática do património nacional, assistíamos a um Portugal que desaparecia.
Nas eleições legislativas que ocorreram a 4 de Outubro, apesar da máquina bem oleada da propaganda da governação em exercício, o povo votou.
Não acreditou na chantagem do medo. Não se intimidou com a verborreia da direita, castigou nas urnas com o seu voto esses que lhe metiam medo, os que queriam vergá-lo assustando-o com falsos papões, fantasmas e inverdades.
Resultou uma maioria nova, um novo quadro político. A austeridade e o fatalismo como "ideologia" tinham os dias contados.
O povo português pedia nas urnas mudança de política, virava à esquerda. Queria correr com os governantes da última legislatura. 
Queria correr com eles e conseguiu.
Findava enfim uma governação que durara 4 anos, 4 longos e penosos anos que a História se encarregará de narrar aos vindouros. 
Nascia uma nova maioria de deputados de partidos de esquerda, PS, PCP, BE e VERDES, uma maioria que se entendia, que convergia no novo quadro parlamentar, uma maioria que se uniu para dar corpo a um novo governo com novas políticas liderado pelo PS (Partido Socialista) 
Aguarda-se a todo o momento a tomada de posse desse governo.
A Democracia venceu o medo.  

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

segunda-feira, novembro 09, 2015

Está quase a cair



Será que cai?

Esta noite, já de madrugada, tive um daqueles sonhos pouco agradáveis em que algures, num estranho café de esquina de uma cidade imaginária me pediam 111 euros por um bolo e uma bica. Atónito e confundido, perguntei à sr.ª que me atendia, atabalhoadamente, creio que mais para esquecer o exorbitante preço pedido pela bica e bolo: "Minha senhora, é hoje não é, é hoje que eles caem"? referia-me à queda do governo". Ela infelizmente não me entendia, insisti com a pergunta, tornei a insistir, nada. Acordei da cena, quando já clareava o dia, com alguma taquicardia.


Nota: Como complemento da informação do sonho e para os leitores que não sabem, é conhecido amanhã na Assembleia da República (Parlamento) se o governo de direita que tem governado Portugal é ou não chumbado pela maioria dos deputados de esquerda.
Tudo leva a crer que sim. A ver vamos, é se o sr. Presidente da República, dr. Cavaco, ao centro na foto, da mesma família política dos que o ladeiam, tem algum trunfo ainda para jogar.


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



sábado, novembro 07, 2015

Linguagem próxima das Pessoas


Nosso comentário:

Excelente discurso esta tarde em Lisboa, o de António Costa, na Comissão Política do seu partido, o PS. 
Foi um discurso claro, simples, no seu estilo peculiar, utilizando o que se pode chamar uma linguagem próxima do entendimento das pessoas.
Sublinho este último pormenor, "linguagem próxima do entendimento das pessoas", porque desde há uns anos a esta parte, que se tinha instalado neste país um discurso novo por um regime que primava pela ocultação do que a população tinha direito a saber.
Uma população que foi espoliada sem contemplações, sem qualquer ponta de humanismo, de bens e dinheiro sem que com isso visse reduzir a dívida nacional, ou reduzir a emigração, ou combater-se eficazmente o desemprego.
Uma população que parece ter agora uma maioria que a quer defender. Maioria essa desejada e pedida nas urnas nas últimas eleições legislativas.
Todos os partidos com assento parlamentar rejeitam sem equívocos as políticas seguidas e a seguir pela governação de direita agora em minoria.
Os partidos políticos com assento parlamentar, PS, PCP, BE, PEV, têm uma solução governativa sólida que responde a novas políticas para o país e para as pessoas. 
Trata-se de políticas sérias, tendo por base o programa eleitoral do PS, políticas essas, que aqui e ali foram melhoradas, aprimoradas, trabalhadas com ideias de todos os partidos em diálogo.
Isto foi dito, por outras palavras, claro, por António Costa no discurso de hoje ante a Comissão Política do seu Partido.
Um discurso transparente, inovador, histórico.
O actual líder socialista foi aplaudido de pé pela audiência o que significa a forte união e empenhamento dos socialistas neste projecto político cuja implementação se perfila num horizonte próximo.
Parece um sonho para os crentes na Democracia. Para aqueles que sucumbiam já à ideia impingida de que só poderia haver um caminho.
Eu próprio me vinha convencendo de que os logo-tipos das múltiplas formações partidárias aquando da realização de eleições, não passariam de puro folclore. Simbolizariam tão somente uma pretensa fachada de uma democracia moribunda pouco desejada e acarinhada pelos poderes ligados à direita política.
Ora, se esta maioria política ora saída do Parlamento funcionar, muitos de nós, eu incluído, voltaremos a acreditar que afinal a alternância política existe, que é possível virar o disco gasto de que há democracia quando são sempre os mesmos a governar.
Voltaremos a acreditar que não há portugueses de 1.ª, outros de 2.ª, outros de 3.ª.
Voltaremos a acreditar que todos, sem excepção, têm direito a ser portugueses, 

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


quinta-feira, novembro 05, 2015

O Poder e o vale tudo.



Tanto quanto se vai sabendo os portugueses estão a debandar do país a um ritmo alucinante. Estima-se que nestes últimos anos de austeridade e governação de direita, mais de 100.000 por ano saem de Portugal buscando em outras bandas o que aqui lhes não é proporcionado: emprego e futuro.
É triste.
Mais triste ainda não se perceber, numa situação tão calamitosa, o porquê de se evitar a todo o custo que uma alternativa de esquerda, ganhadora das últimas eleições não possa mostrar o que vale.
A propaganda no sentido de manter o regime derrotado em funções é mais que muita. 
Mobilizam todos os trunfos e mais alguns para se perpetuarem no poder. Nem que seja por meios enviesados e carentes de legitimidade democrática. 
Até "cavalos de Tróia" infiltrados no PS (Partido Socialista) são aproveitados para fazer pressão sobre a liderança atual deste partido, pretendendo com isso que alguns deputados façam o papel de traidores e deixem passar este governo que os portugueses rejeitaram  nas urnas por larguíssima maioria.
Triste.
Termino este meu desabafo, entre pérfidos traidores, incautos emigrantes e triste povo, com uma fotografia de algo que presenciei na televisão antes de vir escrever estas palavras.
Numa altura em que Portugal está com uma mão à frente outra atrás, derramando no estrangeiro juventude altamente qualificada e competente, um desemprego assustador, uma população maioritariamente deprimida, numa altura em que é anunciada pelos mesmos (direita) a continuação da austeridade de miséria para o próximo ano,..
vejo na televisão os donos deste mesmo poder alicerçado no empobrecimento, rejeitado nas urnas, a botar figura ante manobras da NATO, mais propriamente um desembarque conjunto de fuzileiros portugueses e ingleses em praias do nosso pacífico Portugal.
É mesmo o que nos faz falta nesta fase de "uma mão à frente outra atrás", a "animação guerreira" dos soldados da NATO!
Parece anedota, pelo menos nesta altura de decisões importantes para a vida das pessoas portuguesas, mas não é.
É mesmo verdade.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


quarta-feira, novembro 04, 2015

Porquê tal apego à governação?


Nosso comentário:


Está muito difícil a Passos Coelho e seus pares deixarem a governação. Agora mesmo li que até a liderança de um mero governo de gestão lhes serve.
Das duas uma: ou para eles, "direita", manter o poder é um caso de "vida ou de morte", ou têm dificuldade em aceitar regras mínimas de democracia.
No caso vertente, uma simples alternância democrática de poder, posto que existe uma nova maioria parlamentar sustentada pelo voto dos portugueses nas últimas eleições legislativas.
Porque, em verdade se diga, qualquer dos dois procedimentos, "governar a todo o custo", ou "desrespeitar regras elementares da Democracia", não poderão ter qualquer espécie de desculpa ou contemplação da parte do povo português.
Um tal apego à governação do "custe o que custar" deve ser explicado, já que esse mesmo apego pode levar o cidadão comum (e já está a levar...) a desconfianças graves infundadas, pelo menos até prova em contrário.
Como "quem não deve não teme", se for o caso, aguarda-se que, de uma forma serena, o sr. 1.º Ministro ainda em funções, reconheça com respeito e dignidade o voto maioritário dos portugueses que elegeu outra governação que não a sua.

PS. Tal como diz a lenda abaixo, "Há que saber cozinhar os feijões para se ganhar"

Lenda:

Diz a lenda que um monge idoso queria encontrar um sucessor entre os seus discípulos.
Dois deles pareciam ser os mais aptos. Para decidir, o Mestre lançou um desafio para pôr à prova a sabedoria dos dois. 
Ambos receberam uns grãos de feijões que deveriam colocar dentro dos sapatos, para subirem a uma montanha. 
No dia e hora marcada começou a prova. 
Logo nos primeiros quilómetros um dos discípulos começa a coxear; a meio da subida tirou os sapatos, pois tinha bolhas nos pés, o que lhe causava dores...
Ficou pois para trás, observando o outro discípulo a subir a montanha com facilidade. No final da subida só um tinha completado a prova. 
O monge derrotado aproximou-se do vencedor e perguntou:
- como é que você conseguiu subir a montanha com os feijões nos sapatos?
-Antes de os calçar cozinhei os feijões...
Conclusão:
Há sempre uma forma mais fácil de levar a vida. 
Problemas são inevitáveis, a diferença é como vamos lidar com eles.
Então...aprenda a cozinhar os seus feijões.


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

domingo, novembro 01, 2015

Lisboa, cidade universitária


Nosso comentário: Para variar e porque de um blog de "poesia" se trata, hoje partilho convosco uns versos escritos recentemente por mim. Como o próprio título indica tais versos são alusivos, não só mas também, à prática saudável de desporto, neste caso de ciclo-turismo.
Confiram.



Dedicado às “bikes”



Tempos diferentes o mundo em mudança
Perde-se o rumo a segurança
Agita-se o medo e em fundo
Crescem horrores insegurança

É longe de aqui o que se passa
Não se ouvem tiros explosões
Nem se sente a desgraça
Da debandada de multidões

Montados em “bikes” eu e um amigo
Longe dos tempos da juventude
Aqui nesta terra o nosso abrigo
Pedalamos fruindo paz e quietude

Começo de outono folhas caídas
Rodas rodando o vento soprando
Velozes descidas lentas subidas
No ar da vida a beleza inspirando

Senhores da guerra nós entendemos
Que a paz e a vida são o maior bem
Parem a guerra e na V IDA que temos
Sem cheiro a morte pedalem também.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...