domingo, janeiro 30, 2011

Portugal na 11ª posição em matéria de qualidade de vida


A quem, como a mim, passou despercebida esta notícia de meados deste mês, coloco-a hoje aqui no
blogue.
Parece-me ser reveladora dos bons ventos que sopram na modernidade deste país.
Oxalá os que desacreditam o seu país, Portugal, ao invés de tantos imigrantes estrangeiros que hoje aqui vivem e que não cessam de salientar nossas virtudes, percebam de vez que Portugal não só vale a pena, como está entre os melhores.
Isto pode doer aos "velhos do Restelo", aos que "reinam no quanto pior melhor" mas desenganem-se os mesmos, os que esperam acoitados, quais abutres, que a presa vencida, moribunda, a Pátria lusa, lhes caia de bandeja nas mãos.
Porque meus senhores, nunca o mundo andou para trás!
Como dizia meu avô materno: "alma até Almeida" (ele era de lá) e... "para trás mija a burra"(ele sabia, porque tinha uma burra!)
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A notícia:

Segundo o relatório anual publicado pela revista International Living, numa lista de 192 países, Portugal ocupa a 11ª posição em matéria de qualidade de vida (com o mesmo score da Itália, Andorra, Austrália e Holanda), o que representa uma subida de 10 lugares em relação à edição do ano anterior.


No contexto da União Europeia, Portugal está em 7º lugar, a par da Itália e à frente de países como Holanda, Dinamarca, Grécia e Espanha.

Este ranking mede vários aspectos que concorrem para o nível de qualidade de vida de um país, aspectos esses que se encontram organizados em nove áreas: custo de vida, cultura e lazer, economia, ambiente, liberdade, saúde, infra-estruturas, segurança e clima.

A lista global é liderada pelos EUA, seguidos da Nova Zelândia, Malta e França. A fechar a tabela encontra-se a Somália.

Toda a informação pode ser encontrada em http://www1.internationalliving.com/qofl2011
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Um poema

"Agências de rating"



Ai ai aqui d’el rei
soa-me a isto
quando vem lá das Américas
wall street topo de gama
preocupação estranha
pelo crescimento em fama
do suposto pobre

Portugal vestido de negro
mão estendida
imagem feita antiga
hoje denegrida
fora de contexto

bata-se no triste
no elo frágil
pensam eles assim
perfidamente

lembrei ditado popular
que sempre ouvi contar
“rico chora
estranha
quando vê pobre
de camisa lavada
cabeça levantada”

agências de “rating “
americanas e suspeitas
porque é Europa
e para enfraquecê-la
há que feri-la nos flancos
nas zonas mais a jeito

pare-se o tgv o aeroporto
o desenvolvimento
“Pobre” rumo a mais conforto
causa no rico
desconforto

mas também o povo diz
“que é no baixar de calças
que o rabo mais se vê”
eu acrescento…

não desistas Povo Português!

se construíste castelos
dilataste impérios
e com o tempo os perdeste
por ficarem velhos
ultrapassados
não foi em vão que os fizeste

foi antes trunfo
cartada nobre que jogaste

faça-se agora o mesmo
apesar de ventos sem feição
que a obra quando avança
dá empenho confiança
esperança

e as vozes de trovão
os invejosos temerosos
depois de vê-la feita
hão-de render-se a ela
vivê-la

ou por razão estreita
caturrice por opção
morrerão
por já não entendê-la.

António Esperança Pereira em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" Bubok Editora
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Um óptimo início de semana para todos
com um abraço do,
António E. Pereira

sexta-feira, janeiro 28, 2011

EUROPA QUEM TE TEME UNIDA?


Começo por dizer que ninguém de boa fé aplaude o que os nazis comandados por Hitler fizeram. Aquilo foi muito feio, deplorável mesmo, arrepiante. Todavia, outros lideres mundiais, de quem nem vale a pena citar o nome, vocês conhecem-nos, se fartaram igualmente de matar. Só que os respectivos povos, não têm/tiveram culpa das mentes perversas de tais chefes.
Uns fizeram-no com napalm, bombas atómicas, armas inteligentes, aviões telecomandados, execuções sumárias dos seus povos, outros disparando nos vizinhos como quem caça perdizes ou coelhos. Foram dizimados nativos, bens e colheitas destruídos. Houve racismo violento, confrontos, humilhações, muitas mortes.
Houve circos de feras com pessoas a elas lançadas.
Com palmas e tudo!
Contudo, a Alemanha apesar dos horrores mundiais de violência, talvez porque é indispensável a uma Europa Unida terá que pagar sempre a factura histórica do seu "crime". A verdade seja dita, os europeus menos convictos, também os que de europeus só têm o BI, colaboram em tal patranha.
Porquê?
Quem receia tanto esta Europa Unida?
A Rússia mostrou já interesse em aderir ao euro.
De Gaulle falou numa Europa Unida do Atlântico aos Urais.
Deixo esta reflexão, numa altura em que muito está em jogo, ganhar ou perder, avançar ou recuar, em suma, SIM à Europa, ao euro, à liberdade de fronteiras abolidas, à Europa forte e pacífica...
ou NÃO a tudo isto, tantas conquistas que só quem viveu antes delas lhes sabe dar o valor.
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Relembro um poema e que se cumpra o sonho EUROPA:


BERLIM UM DIA

Glória e holocausto perfeito casamento
grandeza variada nesta cidade imensa
a Europa toda aqui em tamanho de cidade
cheiro a esforço a guerra a confusão
quezílias de outros tempos
outra idade

ideais em dose múltipla
força fraqueza em cada geração
perda ganho intervalo
humilhação
o poder de uma potência
e a impotência do poder

criar reconstruir para voltar
a renascer
de um caos manicómio ensanguentado
agiganta-se o homem quando
o desafio é grande
não dorme não entende
não se resigna

a ferida dói é funda
mas não desiste
desinfecta
trata
cura

neste quarto sossegado morno
nórdico
em romance apaixonado
doce
com som de fundo melancólico
de Shubert
a paixão certa hoje aqui
em Berlim paixão errada dantes

quem sabe cidade secular
espelho maior da Europa
sempre em guerra
não venhas a ser um dia
a dor curada
a paz sonhada
a capital da nossa Europa
toda unida!

Em, António Esperança Pereira PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" Bubok Editora

quarta-feira, janeiro 26, 2011

CRISE? "FARTURA CAUSA PERTURBAÇÃO"


Eu posso ficar a criticar, a olhar, a maldizer, claro que posso. Eu posso levar toda uma vida a queixar-me dos outros, a julga-los a condena-los, a dizer que o senhor A merece mais que o senhor B, que eu não estou ali naquele suposto tacho porque não tenho padrinhos, porque merecimento não me falta. Posso até apregoar com o ar mais convencido a quem me quiser ouvir que sou o maior, dizer que a culpa da minha falta de êxito são os outros. Sempre os outros...
Alivia talvez o insucesso pessoal esta conduta, esta catarse, enganamos alguns que nos ouvem, que nos querem bem, estou em crer que sim. Todavia o mais enganado desta história, é quem assim procede.
Cria inimigos onde os não há. Vê só impossibilidades onde seguramente há muitas possibilidades.
Deixa o próprio de fazer o que pode ser feito no tempo perdido a responsabilizar o outro. Em vez de se encontrar a si mesmo, perde-se em devaneios, queixas estéreis, sendo do outro apenas um crítico avulso.
A questão é sempre a valorização pessoal. Centrar-mo-nos em nós e na valorização pessoal. A soma destas valorizações pessoais darão seguramente um TODO bem mais harmonioso, desenvolvido, culto, preparado.

Deixo um poema...
que se saúde a fartura, que se aprenda a lidar com ela. Que se beba da fonte inesgotável da VIDA.
A vida gosta que se goste dela!


FARTURA CAUSA PERTURBAÇÃO

Na escolha na solução
há muita coisa nova
vinda a toda a velocidade
de todos os lados
expectativas para os egos
que quase já não dormem
por baralhados

o presente do produto
mais recente
a ficar logo passado

até parece olhando assim
que fartura é desgraça
praga
um tremendo risco
desta época modernaça

acompanhar isto
a esta alta velocidade
fica impossível
e a desistência para muitos
é imperativa necessidade

nunca foi humano tudo ter
tudo saber tudo acompanhar
mas em vez de nos perturbar
tanta abundância…

gostemos dela

sempre houve muitos caminhos
muitas encruzilhadas
e se hoje há mais…

pergunto

será mau ter mais caminhos
direcções
opções aos milhares aos milhões
para os sentidos?

Em, António Esperança Pereira, "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" Bubok Editora

segunda-feira, janeiro 24, 2011

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2011: O dia seguinte


Cumpriram-se as ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2011. Correram bem para quem se centre mais no CAMINHO menos nos RESULTADOS.
A democracia está de parabéns. Portugal também.
Dois homens com mais de 70 anos, quer se goste deles ou não, mostraram estar bem vivos e à altura do evento: Cavaco Silva e Manuel Alegre.
O povo português esteve bem. Quando se absteve disse NIM (nem sim nem não) quando disse mais SIM a Cavaco menos SIM a Alegre disse que tinha receio de mudar numa altura de crise.
Para ser uma personalidade com projecção histórica, creio que CAVACO precisa mais da PR que ALEGRE.
Só meia dúzia de palavras a Fernando Nobre: posso estar enganado mas tive a convicção no final da sua campanha, como já tenho tido na parte final de alguns jogos de futebol em que participa a minha equipa de coração, que, "se o jogo se prolongasse para além dos 90 minutos regulamentares, a outra equipa, dado o crescente empenho, arreganho e concretização poderia sair vencedora.
Mais não digo.
Parabéns à ousadia de todos os candidatos, sem excepção e...
QUE PORTUGAL SE CUMPRA

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2011

Não está em causa avaliar
se é bom se é mau

se ir ali
botar um papel no candidato
é um feliz acto
ou apenas é
escolher sardinha ou carapau

o que se sente diferente
é a ambiência
o cá fora do votar
uma nova compostura
do cidadão a caminhar
liberdade confiança
dignidade
a votar

depois mesmo que seja
escolher sardinha
ou carapau
que impinjam como querem
o bom o mau

em boa verdade se diga
que em vez de um candidato
como dantes se tinha
hoje há mais
pode variar-se o prato
sem levar na pinha

mais que o acto eleitoral
importa o todo nacional
ver um sonho liberdade
tornado realidade

espelho de diversidade
onde é dito o que se quer
já não se é preso por isso
nem ninguém o leva a mal

mais ou menos manipulada
primeira ou terceira via
há que aceitar a vontade
popular
saber perder
ou ganhar
respeitar a democracia

Em António Esperança Pereira, livro a publicar

sexta-feira, janeiro 21, 2011

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS E BIODANÇA


Um título sugestivo e muito actual. Olhando para os candidatos, sente-se que quem mais parece às vezes é quem menos é.
O actual PR segundo as sondagens tem cada vez mais assegurado à 1.ª volta o 2.º mandato como PR.
Se assim for "afinal parecer ainda vale a pena!" digo eu... e acrescento: este mundo tem que ser muito mais que simples números. Há que trazer outras vertentes que valorizem muito mais as pessoas, muito menos os números.
Deixo uma notícia sobre BIODANÇA, que tudo tem a ver com as PRESIDENCIAIS:
O determinismo com que nos convencem que tem que ser assim, que não pode ser de outra maneira, é fantástico. Comemos gato por lebre com a maior das facilidades. O resultado adivinha-se: mais do mesmo, "o tal parecer que cada vez menos é".
A BIODANÇA, é uma abordagem de facilitação do desenvolvimento humano, que foi criada por Rolando Toro a partir de um movimento profundo em favor da vida. O seu modelo teórico e metodológico vem sendo construído nos últimos quarenta anos, tendo seu marco inicial em 1965, quando se deu o início de sua sistematização por Rolando Toro.
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De um modo geral, podemos observar que as enfermidades são produtos
sócio-históricos, que se evoluem e transformam de acordo com cada época. O
estilo de vida da contemporaneidade, marcados pela cultura do ter, cultura da
quantidade, cultura do rápido e eficiente, tem produzido inúmeras doenças e
sintomas nos seres humanos. Cada vez mais o homem encontra-se desvinculado
da saúde. Possuímos cerca de 1500 enfermidades a mais do que os animais,
todas criadas pelo estilo de vida do homem moderno. Na maioria das vezes tem
sido difícil para a Medicina conhecer as causas e tratar os novos sintomas, devido
a rapidez com que surgem. Em última instância, podemos dizer que nossa
Sociedade está doente, haja vista, a violência e o descaso com a vida humana.
Para nos vincularmos com a saúde e valorizarmos a vida é preciso realizar
modificações nos estilos de viver.
A Biodança prioriza a saúde, à medida que, amplia nossa capacidade de
cuidar da vida e de sua qualidade. Sabe-se que nossas emoções, bem como,
nossos vínculos afetivos, afetam diretamente nosso potencial de saúde e o
funcionamento de nossos órgãos. Por isto, a Biodança se propõe a atuar sobre
nosso campo emocional-afetivo. Age para provocar uma diminuição da atividade
cortical (que nos é tão exigida no dia-a-dia) e aumentar a atuação do sistema
límbico-hipotalâmico (responsável pelas nossas emoções e expressões do afeto).
Através de vivências integradoras e da expressão das nossas emoções,
nossas respostas neurovegetativas e as taxas de neurotransmissores são
modificados para potencializar os mecanismos de regulação visceral. Com isto,
buscamos a harmonia funcional do organismo.
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Deixo um poema feito só com pessoas "sem números":

MOMENTO ETERNO

Um cacho humano irregular
na forma
na idade
no ideal
na proveniência
no estado social

em música suave
de pé em roda pendular

chega a doer ali estar
a taquicardia aumentar
ver de perto os olhos dos outros
a olhar

mas vencida a dificuldade
trazida do exterior
angústia
ansiedade
stressante realidade

é a viagem perfeita
ao fundo do peito
embalo amparo
encosto gosto
seara de corpos a ondular
a crescer em sentimento

a pele comanda
toca resvala treme
sente ruboresce

às vezes…
por o que toca ser tão bom
desperta o som
que geme
esmaga o amplexo
que em transe desfalece

dedos rostos
ombros costas
cabos enseadas
curvas rectas
duro fofo

tudo se entrelaça
se abraça
no fruir do momento eterno

é mar é terra
é ar é fogo
é estar perdido
tão achado

no fim desfeito
inteiro cheio
quente
com tudo e sem nada
entendo o conceito
de momento eterno

comparado com isto
e como a imaginamos
achei a eternidade
um vazio
uma seca
uma fria enormidade.

Em DANÇA DA VIDA (Biodança) de António Esperança Pereira, Bubok Editora

quarta-feira, janeiro 19, 2011

PORTUGUÊS: ACORDO ORTOGRÁFICO


É tempo de deitar contas à vida com a escrita em português.O autor tem faltado ao cumprimento do ACORDO ORTOGRÁFICO em seus escritos. Reconheço a difícil adaptação a certas mudanças que aconselho a mim próprio irem sendo introduzidas com o tempo.
Remeto quem queira ler algo sobre o ACORDO ORTOGRÁFICO para o PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA em http://www.portaldalinguaportuguesa.org onde poderá encontrar os devidos esclarecimentos.
Qualquer pessoa que escreva em português, mais cedo ou mais tarde, vai deparar-se com esta problemática: adaptar-se "ao novo" ou ficar a escrever como se escrevia "antigamente".
Como a maioria quer evitar o erro na caligrafia, fui educado numa época em que o erro ortográfico era sublinhado a encarnado bem grosso e carregado, daí que o autor que sou aconselhe a si próprio e aos outros irem praticando as novas regras.
Evita-se assim o sublinhar do erro a encarnado pelos actuais e vindouros professores pós ACORDO ORTOGRÁFICO.
Pela minha parte, António Esperança Pereira posso vir a iniciar esse processo dentro de algum tempo.
Este fato vai custar um pouco, porque faz confusão não se saber se é fato de vestir se é facto(acontecimento).
Mas com o tempo o pessoal adapta-se...

Ah porque falo em professores e sublinhar do erro a encarnado deixo um poema sobre a Europa ) que se tem farto de apontar o dedo e sublinhar o erro a alguns dos seus membros. Escrevi-o um dia destes:

EUROPA QUEM QUERES SER?

Sabe-se que um sonho bom sem realidade
não passa disso
um sonho
fronteiras abolidas liberdade
uma união que tudo tem para dar
futuro prosperidade
força em paz
a este continente manta de retalhos
responder a novos desafios
de mão dada

só que um sonho
para ser realidade
desafia crenças usos diferentes
em latitude longitude
maneiras diferentes
de fazer as mesmas coisas

2011 Europa quem queres ser?

muda a geografia do homem
do espaço físico
quilómetro após quilómetro
o clima o solo mais ou menos pródigo
frio quente norte sul
nascente poente…

é riqueza ou pobreza
viver num espaço nosso
grande bom diverso…
usufruir de praia quentes areais
ao mesmo tempo
que neve branca
gelo virgem dos glaciares
infindáveis caminhos para leste?

tanta música bonita numa só orquestra!

cada um é o que é vale o que vale
tem perfil próprio único
nem tudo é verdes prados
ouro petróleo diamantes
há gente boa em sítios com deserto
pedras serranias onde mal a urze cresce
na ilha minúscula isolada em oceano
na casinha humilde rodeada de pinheiros
no fiorde gélido onde o sol mal aparece

por isso vale a pena perguntar
em tempo de decisão
alguma perturbação…
Europa quem queres ser?

equipa sólida na diversidade
ou egoísmo sórdido que deu no que deu
em outra idade?

Em António Esperança Pereira em livro a publicar.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Carlos Castro Vitor Alves e o mediatismo



Bem escrito sim senhor. Gostei de ler o artigo a que hoje dou relevo em meu blogue, que se segue a esta introdução.
Nada tenho contra os gays, nem é essa a questão, tenho sim (e tenho-o escrito) contra esta informação despudorada ao serviço do mediatismo e do sensasionalismo. Prejudica gregos e troianos. O país perde energia com isto. As sociedades democráticas abandalham-se com isto.
O que está a dar infelizmente é a desgraça alheia, nós papalvos vamos consumindo e alimentando uma tal orientação dantesca.
Eu tento consumir o menos possível. Faço a minha parte nesse registo.
Acredito que se os consumidores diminuírem, diminui a atracção dos midia pelas desgraças e mediatismos mórbidos.
Sem desprezar a sensibilidade e valia do Carlos Castro, é por demais notório que pouca gente deu pelo desaparecimento do capitão de Abril e grande personalidade: VITOR ALVES
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Deixo o artigo para reflexão; vale a pena ler.
Mais abaixo, um poema escrito por mim sobre esta problemática da intoxicação dos midia; também vale a pena ler.
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Por António de Sousa Duarte

12 de Janeiro de 2011

As mortes de Vítor Alves, capitão de Abril, e do cronista cor-de-rosa Carlos Castro mostram algumas evidências sobre o país



Separadas por escassas horas, as mortes do coronel Vítor Alves, "capitão de Abril", e do cronista "cor-de-rosa" Carlos Castro tiveram o condão de fazer notar uma vez mais algumas evidências sobre Portugal e os portugueses que nunca será de mais destacar. Na verdade, mesmo admitindo as macabras circunstâncias em que Castro foi assassinado e os requintes de malvadez de que foi aparentemente vítima, não parece normal que tal facto tenha merecido tão esmagadoramente maior espaço mediático do que o desaparecimento de um dos principais símbolos da Revolução do 25 de Abril de 1974 e destacado operacional da construção do processo democrático.

Vítor Alves faleceu Domingo, cerca de 36 horas depois da morte, em Nova Iorque, de um colunista social conhecido por se dedicar há décadas a analisar os factos da actualidade "cor-de-rosa" nacional. Considerado em muitas das biografias espontâneas que dele nos últimos dias chegaram ao nosso conhecimento como "um cidadão de primeira", Vítor Alves foi um homem probo, sério, rigoroso, sensível que contribuiu de forma decisiva - antes e depois do dia 25 de Abril de 74 - para o actual regime democrático em Portugal. Vítor Alves, que integrou, com Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho, a comissão coordenadora e executiva do MFA (Movimento das Forças Armadas), foi o autor do primeiro comunicado dirigido à população no dia 25 de Abril e o militar que foi o porta-voz do Movimento. Mas as exéquias mediáticas de Vítor Alves foram curtas, muito curtas, se levarmos em conta a importância do seu legado e o impacte informativo que outros factos da actualidade suscitaram e de que é exemplo, sublinho, a vaga noticiosa relativa à morte de Carlos Castro.

O País trocou "um cidadão de primeira" por uma "história de segunda", mas o desiderato é positivo: chancela-se a morte do militar, político, ministro e conselheiro da Revolução em rodapés a correr e baixos de página e atribuem-se honras de Estado... mediático ao assassinato do cronista (não cronista social como alguns lhe chamam, como se Carlos Castro e Fernão Lopes fossem páginas do mesmo livro...) e às incidências macrotrágicas em que foi encontrado o seu corpo após alegada tortura, castração e assassinato. Mas a responsabilidade de todo este "estado a que - de novo e citando Salgueiro Maia - chegámos" não é do povo. Porque não é o povo que edita jornais, blocos noticiosos, telejornais ou sites. Nem é o povo o responsável por Marcelo Rebelo de Sousa ter dedicado ontem, no Jornal da TVI, mais tempo de antena à morte de Carlos Castro do que ao desaparecimento de Vítor Alves.



EU NÃO COMPREENDO E FICO FRACO

Porque não tenho sono acendo o televisor
é noticiado um caso de corrupção
celebridade muita pouca a honestidade
a justiça parece que sim parece que não
eu não compreendo e fico fraco

a seguir vem um imbróglio do caraças
também gente conhecida
crianças violadas pedofilia
ameaças
a justiça parece que sim parece que não
eu não compreendo e fico fraco

depois é um bombista suicida no Iraque
mortos choro confusão por todo o lado
bons e maus a matar até fartar
a justiça parece que sim parece que não
eu não compreendo e fico fraco

desisto mais adiante num assassinato detalhado
candidato que já foi presidente assassinado
perigo nuclear naquele lugar
ruas confusas um arrepio de ambiente
a justiça parece que sim parece que não
eu não compreendo e fico fraco

o sono não vem e eu não me sinto nada bem

vou então à farmácia de serviço mais à mão
e se para alguma coisa as notícias da televisão
vieram a calhar
foi para me avisar
que o meu estado fraco enfraquecera ainda mais
e que para aliviar o mal estar
teria de comprar medicamentos
para me aguentar

porque senhoras e senhores
meninas e meninos
se insónia é mau
insónia com noticiário é dose cavalar.

Em "CRÍTICOS AVULSO" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

sábado, janeiro 15, 2011

Telma Monteiro conquista Ouro ao bater campeã mundial


A portuguesa Telma Monteiro ganhou hoje, sábado, a medalha de ouro do World Masters em judo, categoria - 57 quilos, ao bater na final a japonesa Kaori Matsumoto, actual campeã do mundo, numa prova disputada em Baku, no Azerbaijão.

A atleta bateu a japonesa, líder do "ranking" mundial na categoria, ao conseguir um waza-ari e um yoku durante o combate.

Para chegar à final, Telma Monteiro, actual número dois do mundo, começou por afastar no primeiro combate Marti Malloy (EUA), seguindo-se Kifayat Gasimona (Azerbaijão) e Jan-Di Kim (Coreia do Sul).

Deixo um poema dedicado ao povo luso, sem palavras para os descrentes internos e externos. PARABÉNS TELMA MONTEIRO:

PORTUGUÊS AVENTUREIRO

Luzinha coração em brilho rosa
corpo desajeitado à vista exterior
vagueava só no seu comando
ia até onde podia
e ninguém esperaria tanta distância

mas ele podia mais do que parecia
porque as ninfas e os sorrisos delas
fofinhos perdidos redondinhos
o chamavam
era assim um roseiral vertendo para fora
e ele ouvia o longe aqui
épico romântico poeta português

branco areal praias esquecidas
mar azul tão cristalino
longe tão bonito
ponte barco de Lisboa
corpo inquieto aventureiro
sequioso
um pouco louco
(que perigos não receia mal os vê)
que fez o mundo parecer fácil

e sonhou
foi marinheiro viajou
em barco timoneiro
viu descobriu viveu amou
embarcou português de aqui
regressou português do mundo
e semeou
jardim oceano ilha dos amores

quem dera que o mundo fosse assim ingénuo
viagem poema amor saudade
grito de um povo tão bonito
ir ficar voltar
amar
ponte barco de Lisboa
sempre a partir sempre a chegar

até parece às vezes
pensando Camões inspiração perfeita
que haveria mais flores
mais ilhas dos amores
se o mundo fosse todo português.

Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Somália: Seca pode matar 2,5 milhões de pessoas - primeiro-ministro

Nações Unidas, Nova Iorque, 14 jan (Lusa) -- Cerca de 2,5 milhões de somalis poderão morrer de fome nos próximos meses devido aos efeitos da seca nas colheitas, disse hoje o primeiro-ministro da Somália, nas Nações Unidas.
Lusa - Esta notícia foi escrita nos termos do Acordo Ortográfico
21:28 Sexta feira, 14 de Jan de 2011

Nações Unidas, Nova Iorque, 14 jan (Lusa) -- Cerca de 2,5 milhões de somalis poderão morrer de fome nos próximos meses devido aos efeitos da seca nas colheitas, disse hoje o primeiro-ministro da Somália, nas Nações Unidas.

Segundo a agência espanhola Efe, Mohamed Abdullahi Mohamed afirmou, à saída de uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, que "quase 2,5 milhões de pessoas estão à beira da fome". E alertou: "Se não recebermos apoio internacional imediato, enfrentaremos de certeza uma situação catastrófica na Somália."

O primeiro-ministro realçou que a gravidade da situação supera os recursos das autoridades, pelo que pediu aos dadores internacionais uma ajuda imediata para responder à população ameaçada pela fome.

Esta notícia da Lusa, serve para que todos os portugueses meditem sobre o que dizem diariamente nas televisões os tais "CRÍTICOS AVULSO", como eu os designo, senhores "mui bem formados"(???!!!) que acham que Portugal é do piorio, um lugar segundo eles, que merece todos os maus adjectivos para o qualificar. Só posso soltar um sorriso de desprezo.
Quem viu Portugal e quem o vê!

Deixo um poema a esses senhores, com os desejos sinceros de que a Somália veja minorados seus problemas.



CRÍTICOS AVULSO

Há pessoas chatas miudinhas
que nos meandros da razão
quase matemática
por eles bem arrumada
nas cabecinhas
encontram sempre um se não
uma questão
seja qual for o assunto a temática

botam palavra no esforço
dos outros
armam discussão
travando-os retardando-os
pondo-lhes peso na acção
mil queixinhas
quezilentos linguarudos bafientos
quase sempre no contra
em todos os assuntos

são pessoas que desgastam
o mais energético dos humanos
com modos de bazófia sisuda
qual cão que ladra a tudo que mexe
em sua frente
boca afiada ameaçadora
pontiaguda

troca o passo marca passo
à frente ao lado atrás
um dois esquerdo direito
abram alas fechem alas
não se sai de onde se está

são a parte estática
de um mundo que não pára

ainda bem que a força universal
é bem mais forte
que tais meteoritos
e quem nela se pousar
a nível pessoal
apesar dos empanques dos atritos
críticos e mais críticos
constantemente a chatear
o fluxo vital avançará
de acordo com o unânime movimento.


Em "CRÍTICOS AVULSO" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Haiti não melhorou após terremoto, avalia Defesa


Excerto de notícia de fonte brasileira:

Em balanço da ação das tropas brasileiras no país, almirante lembra que a maior parte dos recursos prometidos por nações estrangeiras não chegou


12/01/2011
"No dia em que o terremoto que devastou o Haiti completa um ano, a situação do país é ainda pior do que a registrada em janeiro de 2010, e a maior parte dos recursos prometidos não chegou. A avaliação é do almirante: Ney Zanella, vice-chefe de preparo e emprego do Ministério da Defesa. O militar apresentou nesta quarta-feira um balanço da atuação das tropas brasileiras na região.

"Dos escombros, menos de 5% foram removidos", estima o militar. Ele lembra que dois episódios no ano passado pioraram a situação do país: a passagem do furacão Tomas, que deixou 50 mortos e um grande número de desabrigados e um surto de cólera, que já matou mais de 3.700 pessoas.

O número de desabrigados continua na casa de 1,3 milhão. A ajuda humanitária estrangeira ficou restrita aos primeiros dias pós-terremoto: dos 4,6 bilhões de dólares prometidos, cerca de 800 milhões de fato chegaram às forças de paz no país."


Eis um poema alusivo à terrível catástrofe que escrevi então:

HAITI E NÃO SÓ

Na palavra que sai
que nos põe culpa
nos faz sentir mal
na mazela que dói
em ferida que cresce
e nos isola
num hospital

na vida que nasce
numa forma qualquer
e logo desaparece
em morte brutal

milhões de formas vitais
no mar na terra no ar
a mexer
sem fazerem ideia
do que andam a fazer

e quantos milhões triliões
de mundos a rodar…

sou levado a afirmar
num horror por explicar
numa revolta incontida
que o Deus da esperança
ensinado em criança
se borrifa na vida

não só não sente
a alma da gente
como é puro imaginário
que esteja PRESENTE!

guerras trovoadas
pesadelos
as maiores catástrofes
um destino em sorte
de vida e de morte

como entender
o que d’ Ele se vê pregar?

se uma réstia divina
existe aqui
perante o que se vê
no Haiti…

morte destruição
povo arrasado
enterrado vivo
debaixo do chão…

Ele não está decerto ali!


Em "DEUS A VIDA E NÓS" (presas e predadores) de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

terça-feira, janeiro 11, 2011

Mourinho é eleito melhor técnico de 2010 pela Fifa


Mourinho o melhor treinador do mundo, discursou em português, afirmou ser Português com orgulho. Tiro o chapéu a este grande Português. Que outros (alguns famosos, outros, enredados "críticos avulso" da nossa praça, o afirmem com convicção e lhe sigam as pisadas. Mais obra menos retórica.
PARABÉNS JOSÉ MOURINHO!

Segue a notícia do evento e um poema meu alusivo ao futebol


ZURIQUE (Reuters) - O português José Mourinho aumentou sua extensa lista de troféus ao ser eleito nesta segunda-feira o melhor treinador do mundo em 2010 pela Fifa.

O técnico do Real Madrid venceu a disputa após ter levado a Inter de Milão aos títulos da Liga dos Campeões, Campeonato Italiano e Copa da Itália na temporada passada.

Mourinho superou dois espanhóis, Vicente del Bosque, que levou a Espanha ao título da Copa do Mundo da África do Sul, e Pep Guardiola, do Barcelona.

Mourinho, de 47 anos, também conquistou importantes títulos em suas passagens como treinador do Porto e do Chelsea.

Essa foi a primeira vez que o novo prêmio de melhor técnico do ano, criado pela Fifa em parceria com a revista francesa France Football, foi entregue.

(Reportagem de Brian Homewood)


FUTEBOL

Gente a vir de todo o lado
corres berrantes vendaval
é dia de encher o saco
fora da rotina habitual

come-se bebe-se
transgride-se
na ilusão de um tempo
a encobrir o tempo todo

parece doideira
falta de senso lucidez
muita cegueira
misturada a estupidez
mas não é

há segredos há medos
gritos entupidos
desejos reprimidos
agressividade

há paixão ausente
presente
vertida loucura
no calor da luta

há ódio encolhido
ali berrado
aos do outro lado
árbitros otários
inimigos necessários

o jogo anima desanima
chuta cabrão
golooooooo
grita-se
és o maior

o estádio agiganta-se
o som ensurdece
as bocas escancaram
as caras rebentam

logo depois
no lance a seguir
o “herói” hesita
enfraquece
perde a jogada
falha
logo se grita
“nódoa” “maricas”

gritos silêncios
insultos ameaças
do princípio ao fim

vitórias derrotas
potência impotência
guerra em paz
é o que um jogo de bola é

uns insultos apupos
asneiras gozadas
às vezes pesadas
a enervarem a tola

mas não passa disso

bem melhor esta guerra
a escoar frustração
que a guerra das armas
na devastação
de vidas ceifadas!

Em "CRÍTICOS AVULSO" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

domingo, janeiro 09, 2011

LÍNGUA PORTUGUESA:CPLP


Instalei há poucos dias no meu blogue um contador de entradas "revolver maps": uma novidade para mim fantástica nestas coisas dos modernismos e da técnica. Aí podem ver-se as visitas ao blogue pela sua distribuição geográfica. Visitas que mostram nem mais nem menos que são pessoas espalhadas pelo mundo que fala português quem visita meu blogue. Um pouco vindas de todo o lado. Alguém disse "minha Pátria é a Língua Portuguesa". É bonito sentir isto e, nos tempos de incerteza que correm, para além de bonito eu diria que anima muito!
Por isso dedico hoje umas palavrinhas à CPLP: Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

A área do globo terrestre ocupada pelos oito Estados-membros da CPLP é muito vasta.

São 10 742 000 km2 de terras, 7,2 por cento da terra do planeta (148 939 063 km2), espalhadas por quatro Continentes – Europa, América, África, Ásia.

Situado maioritariamente no hemisfério sul, este espaço descontínuo abrange realidades tão diversas como a do Brasil, quinto país do mundo pela superfície, como o minúsculo arquipélago de São Tomé e Príncipe, o Estado mais pequeno, em área, de África.

O clima, a fauna e a flora são variados, correspondentes à diversidade das latitudes em que se situam os vários países membros.

Com excepção de Portugal, de clima temperado com variantes oceânica e mediterrânea, a maior parte da CPLP situa-se na zona tropical subequatorial.

Os índices de pluviosidade determinam grandes diferenças de paisagens naturais, às vezes dentro de um só país, como acontece no Brasil – das estepes semi-áridas do Nordeste à selva amazónica – e em Angola – da floresta do Mayombe ao deserto de Namibe e às savanas inundáveis do Zambeze, por exemplo.


Deixo um poema:

LÍNGUA PÁTRIA

Liga-nos a língua ao mundo
América África Atlântico Índico
Pacífico
afectos espalhados
por caminhos tantas vezes
inventados

andámos caminhámos
amores e desamores de braço dado
espinhos silvas raiva alguma guerra
mas tantas flores!

misturam-se lágrimas e risos
nas andanças
nos adeus longínquos
nas mornas e nos fados
sambas coladeras
lânguidas quentes
derretidas de peito
como nós

alegres ninfas tropicais
deusas por achar
trôpegos lusos marinheiros
de andados esforçados
tão famintos

tudo se foi entrelaçando
as cores os usos
a soma de valores
e de tanto semear
de tanto dar e receber
de tanto se amar e se sofrer…

há hoje povos grandes
lições de paz e humanidade!

em mim português europeu
por pragmatismo
racionalidade realismo
há um coração grato amigo
amante

África minha Brasil tão grande
Timor Macau Índias longínquas
haja o que houver

somos enorme global comunidade
que mistura a saudade
de um tempo ido de crescer
a um presente actual
moderno fraterno
eterno!

Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

sexta-feira, janeiro 07, 2011

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2011: POUPEM...POUPEM!


Tempo de sacudir a água do capote. Culpado? Quem eu? diz o inteligente, tudo gente séria quando chega a hora de assumir responsabilidades.
A verdade é que o dia a dia surpreende-nos com tantas e tamanhas contradições, do tipo "maior número de vendas de automóveis jamais registado", "maior número de compras via Internet jamais registado" a par de outras do tipo, "buraco no BPN ascende a N milhões que nós é que temos de pagar", "dois submarinos para fazer guerra não sabemos a quem"... Na Madeira a culpa é de Lisboa. No Porto a culpa é de Lisboa. Em Pinhel a culpa é de Lisboa. Em Lisboa a culpa é dos mercados.
Entretanto desfazem-se os MAIS RICOS em acções de CARIDADE a fazer lembrar os tempos da OUTRA SENHORA (Salazarismo) está na moda ajudar o pobrezinho para "inglês ver" parece bem, faz bem aos problemas da consciência. Não resolve decerto seus problemas de fundo.
O pobre não precisa de caridade, precisa é de trabalho, de orientação, de esperança.
Veja-se: basta querer aumentar-se o salário mínimo aos mais desfavorecidos os mesmos caridosos senhores são os primeiros a berrar: ÁKI D'EL REI que é isto? basta falar em ESTADO SOCIAL, os mesmos senhores que dão sopa, sapatos, cuecas, que passam a luva pela cabecinha do pobre em tempo de eleições... são os primeiros a berrar: ÁKI D'EL REI que é isto?
Bom fica o desabafo de uma crise mal explicada e pouco controlada pelos tais doutos economistas e financistas da treta.

Deixo muito a propósito o poema:

POUPEM POUPEM...

Crise três em pipa de assustar
poupem poupem
dizem os banqueiros descaradamente
os mais ricos
os bem pagos
que tão galhardamente
nos fizeram acreditar
na multiplicação dos pães
melhor
na multiplicação aritmética
geométrica
dos bens

sentia-se que os malabaristas
“incompetentes” economistas
tinham curtas vistas

nasciam produtos mais produtos
vender vender vender
faziam crer
que o último grito da moda
a novidade
era sempre possível de se ter

e o Zé pagode bom levado
crente
comprava pagava
endividava-se
dir-se-ia que coleccionava
o que a sociedade farta
lhe impingia

juntou-se o roto ao nu
com tal ciência
uns sem dinheiro para comprar
outros com produtos por vender

e a economia está o que se vê

puseram números estatísticas
no lugar das pessoas
agora nem há números
nem pessoas

há umbigos confundidos
que eles criaram
há desespero e medo
que geraram

mas também há
quem não se assuste com tão pouco
os que não tremem
por a queda se a houver
ser mais pequena

os que se habituaram a ver fartura
nos pomares nas hortas
nas searas
nas azedas nas amoras
nas refeições caseiras

na pródiga terra mãe
abandonada

pois se foi mentira
tanto dinheiro de plástico
e se o que estiver a haver
for um acerto
pois que o haja
mesmo que seja drástico

quem fez a cama que se deite nela
e que o tombo
a havê-lo
contemple à risca
os que pregaram
a farsa liberal capitalista.

Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Editora Bubok
http://lusito.bubok.pt

terça-feira, janeiro 04, 2011

SENHORA MERKEL NÃO PRESSIONE TANTO! EUROPA SOLIDÁRIA OU NOVAMENTE DIVIDIDA? LEIA ABAIXO O POEMA SFF


"Todos os governos da Europa têm que repensar a forma como vão manter o euro estável", disse Volker Kauder, líder parlamentar do bloco CDU/CSU na câmara baixa do parlamento alemão, numa entrevista que o sítio do parlamento na internet hoje publicou.

"Deve ficar claro para todos os Estados que só uma política económica orçamental estável conduz ao sucesso. Temos que aumentar a pressão neste sentido", acrescentou.

Para Kauder, um dos temas principais que o governo alemão vai enfrentar em 2011 será a situação nos mercados financeiros e nos de dívida soberana.

Volker Kauder defendeu ainda que as dívidas de um Estado não podem "simplesmente cair no pés de outros Estados, para que estes as resolvam".

O político cristão democrata afirmou ainda o compromisso da Alemanha com uma moeda única europeia mais forte.

"Uma coisa é clara. O euro é a nossa moeda e nós vamos defendê-la", disse Kauder.

"Temos de proteger a nossa divisa e, ao mesmo tempo, fazer com que ela se torne mais robusta. A chave para isto está, acima de tudo, com cada um dos Estados da zona euro", acrescentou.
___________________________________________________

Prioridade aos números ou às pessoas? perguntaria eu. Que Europa queremos? é o tempo de o dizer.

Com tanta pressão aos que estão (agora 17), que não se criem ilusões a novos países debutantes...
Receio que muita gente compreenda cada vez com mais dificuldade como se deixa a GRÉCIA cair como caiu. A GRÉCIA, SENHORES EUROPEUS É SÓ O BERÇO CULTURAL DO OCIDENTE!!! Francamente...
Eu escrevi isto, até acho Berlim uma óptima capital para uma EUROPA UNIDA, dadas as suas características e história, mas assim não.
Contudo ainda não perdi a esperança numa EUROPA unida pacífica fraterna e forte. Deixo o poema:

BERLIM UM DIA

Glória e holocausto perfeito casamento
grandeza variada nesta cidade imensa
a Europa toda aqui em tamanho de cidade
cheiro a esforço a guerra a confusão
quezílias de outros tempos
outra idade

ideais em dose múltipla
força fraqueza em cada geração
perda ganho intervalo
humilhação
o poder de uma potência
e a impotência do poder

criar reconstruir para voltar
a renascer
de um caos manicómio ensanguentado
agiganta-se o homem quando
o desafio é grande
não dorme não entende
não se resigna

a ferida dói é funda
mas não desiste
desinfecta
trata
cura

neste quarto sossegado morno
nórdico
em romance apaixonado
doce
com som de fundo melancólico
de Shubert
a paixão certa hoje aqui
em Berlim paixão errada dantes

quem sabe cidade secular
espelho maior da Europa
sempre em guerra
não venhas a ser um dia
a dor curada
a paz sonhada
a capital da nossa Europa
toda unida!

Em "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Bubok Editora
http://lusito.bubok.pt

sábado, janeiro 01, 2011

POVO GRANDE


Porque é o 1.º dia do ANO NOVO, o ANO DC2011;
Porque vi na televisão em debate um líder assustado, o nosso actual PR, candidato a um 2.º mandato nos destinos da REPÚBLICA PORTUGUESA;
Porque como ele há infelizmente muitos Portugueses com medo;
Porque o país salazarento, isolado, descrente, fechado, atrasado, que deixou marcas até hoje não existe mais...
Porque acredito no quanto melhor... melhor... ao contrário dos que acreditam no quanto pior melhor...
deixo este poema aos portugueses que como eu amam o seu país, que não têm que falar com os estrangeiros de baixo para cima, sejam eles quem forem, haja o que houver.

POVO GRANDE

Entendo quando o barco à vela
e a carroça
eram transportes importantes
quando a concorrência
dos lusos encostados ao atlântico
eram potências…

que a voz faltasse
a esperança mingasse
que as lágrimas disfarçassem
a solidão
da ousadia
de ser Nação

quis independência
e Portugal sofria
na pele na alma
geográfica consequência

mas os deuses já sabiam
que aviões viriam e com eles outras distâncias
que Portugal fazia bem e falta como era
no sítio atlântico em que pousava

hoje a poucas horas de Moscovo e Nova Iorque
no centro da geografia do mundo
Lisboa ponte amiga um povo eleito
vizinhos poderosos hoje unidos
milhões de irmãos amigos
falando português!

que falta pois a este povo
para sentir isto
esta vocação histórica de ser grande
medianeiro diplomático pioneiro?

abram-se os olhos
avivem-se certezas
pois se Portugal esteve cá
e se foi grande
quando o longe se cumpria
à vela ou de carroça

o nosso hoje aqui neste pomar
moderno
é um lugar ao sol bonito amado
em que só não acredita nele
quem não gosta dele
ou quem…

depois de tanto o ver andado
anos séculos desafiados
experimentados
nem acredita no que vê
cego
na descrença triste fado

sabe-se lá porquê!

para quem o povo português
em vez de ser o cântico dos cânticos
uma elegia um poema heróico
mais parece soneto de sepulcro
um beco sem saída
morte e dor ultra romântica…

sabe-se lá porquê!


In "PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?" de António Esperança Pereira, Bubok editora
Ver estas e outras obras do autor em http://lusito.bubok.pt

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Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...