
Ai que tempo que se perde em gongorismos
da palavra
teorias prolongadas!
era para ir e já não vou
era para fazer e já não faço
era para alargar o passo
e encurtei-me aqui
parei nos entretantos
nas conversas consentidas
vitória das curvas complicadas
das ruelas sem acesso fácil
nem saída luminosa por estreitas
perdi as rectas planas amplas largas
cheias de velocidade e horizonte
e espaço
que num instante
ultrapassam os limites do tempo…
quedei-me num tempo parado na distância
medo noite
falta de liberdade
como quero mudar avançar
se ao mais pequeno contratempo
obstáculo
esmoreço hesito vacilo e paro?
como quero ser grande moderno actual
se tudo faço para ficar pequeno
antiquado retrógrado ancestral?
o sonho mora aqui
onde estou
e se animar com ele porque acredito
e não me quedar em labirintos
jogos de falar para entreter
logo virá o fruto que semeio
oásis novo no deserto de antes
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