Chama-se Marta a vizinha do lado
soube-o não porque eu lho perguntasse
ou falasse com ela
é sabido que ninguém fala com ninguém
num prédio grande
mas porque descera-mos juntos no elevador
os andares todos
dez
calados os dois
como é habitual nestas situações
e no fundo da viagem
no hall do rés do chão
uma voz vinda da rua berrasse então
Marta!
era o nome da vizinha e companheira de viagem
saíu esbaforida abraçando o abraço que se abria
e o silêncio que lhe conhecia traduzido em passos
um ou outro ruído breve
virou vida energia correria
reparei ainda
em olhar discreto quando corria
que era nova elegante bonita
feliz e real em carro que partia
eu fiquei ainda a vasculhar
a caixa do correio
e de tão absorto que me encontrava
nem dei conta que importunava
em frente do elevador
uma senhora carregada de compras
que tentava entre mim e a porta aberta
meter os sacos de compras e meter-se a ela
para depois alcançar
o seu casulo abstracto
de um qualquer andar
sábado, fevereiro 17, 2007
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